Programa RAMA
2 de fevereiro de 2022
O agronegócio doravante será o resultado de confiança e podemos dizer que ele mudou de nome, cujo conceito passou a ser de agrocidadania. E confiança significará a conquista da coragem para transformar o velho marketing numa nova obra de educação de consumidores finais. As decisões na gôndola de um supermercado ou no site do e-commerce nascerão muito antes do instante do ato de pegar o produto com a mão ou clicar com o dedo. Saúde também é o novo nome do agronegócio.
Saúde que inclui o solo, a água, o meio ambiente, animais, vegetais, processamento, manejo, armazenagem e biometanização de motores e veículos. Saúde que significa agroconsciência.
Transformar cerca de 90 mil pontos de venda em 90 mil pontos de educação 64 será a revolução do velho marketing para o que nos leva daqui ao futuro. Não basta vender, é preciso educar.
Alimento passa pelo cérebro e além das emoções exige razões. Qualidade nutricional dos que têm renda para consumir. Dignidade nutricional para todos com receitas baratas e saudáveis. Inteligência para banir o desperdício. E, necessariamente, coordenação das cadeias produtivas desde a ciência à genética, passando pelos campos e chegando nas percepções mentais dos consumidores finais.
Não bastará dar comida, será preciso produzir e ensinar a vender e consumir. Para esse novo futuro, que já está aqui, má informação, desinformação e fake news são os inimigos mortais de todas as organizações sérias e idôneas. Por isso, precisaremos comunicar todo tempo e separar a comunicação que cria valores novos nos seres humanos da comunicação que manipula a opinião das pessoas.
Neste contexto, o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama), da ABRAS, revela o que pode ser feito no universo vegetal, aportando a possibilidade de desenvolvimento consistente do campo à mesa. Economia, além de rimar com ecologia, rima também com sabedoria: dá mais lucro.
Teremos rastreabilidade em tudo daqui para frente. O Rama irá virar um “Ramão”. E trará como efeito positivo dar visibilidade a todos os agentes que nos alimentos estão presentes.
Para que este caminho se realize, é muito simples: basta ter coragem para entender que o mundo mudou, que confiança não será aquela que no passado ficou, e que somente através da cooperação criadora e consciente iremos conquistar um novo consumidor, uma nova geração, uma diversidade humana em que a “desconfiança” será vencida pelo “caráter”, a marca de todas as marcas.
Caráter é aquilo que nos dá previsibilidade de atitudes para os momentos mais imprevisíveis da vida na terra. Bem-vindos ao século 21, quando o agronegócio vira agrocidadania.
Fonte: Revista SuperHiper