No primeiro semestre de 2023, o RAMA rastreou 1.4 milhões de alimentos, a meta para 2023 é de 2.6 milhões
Durante a ABRAS’23 food retail future, no painel do ABRAS em Ação, o vice-presidente Institucional e Administrativo da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Marcio Milan, destacou os resultados do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA), programa que visa levar alimentos seguros para a mesa do consumidor.
Para 2023, a estimativa do volume de rastreamento é de 2.6 milhões e, somente no primeiro semestre deste ano, foi realizado o rastreamento de 1.4 milhão. Milan ressaltou que foram cerca de 2.190 amostras coletadas, presentes em 23 estados, mais o Distrito Federal, sendo uma grande área de abrangência.
Além disso, o estudo de risco dietético realizado pela ABRAS, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mostrou que 99,7% das 2.190 analises não apresentaram situação de potencial risco agudo inaceitável ao consumidor. Em relação à conformidade, ou seja, o monitoramento de resíduos químicos, a meta para 2023 é atingir o total de 83%, retomando a queda de 2022 (78%) em relação ao ano 2021 (81%).
Já para 2024, com o intuito de dar continuidade ao trabalho e avançar numa agenda que envolve uma cadeia complexa, a ABRAS se reuniu com outras entidades para discutir os próximos passos. “Nós nos reunimos com a Anvisa, o Ministério da Agricultura e Pecuária, a GS1 e os representantes dos produtores e defensivos agrícolas. Nós fizemos um grande debate, que de uma forma transparente, estamos construindo mais uma evolução para o próximo ano, para impulsionar ainda mais essa cadeia”, explica Milan.
Outro ponto evidenciado foi o mecanismo que o governo está lançando sobre a rastreabilidade na cadeia bovina, Lei nº 14.515 de 2022, que tem como finalidade fortalecer a produção agropecuária, implantar um programa de identificação individual no rebanho brasileiro, qualificar as ações e políticas públicas, com o objetivo de assegurar a procedência, controle sanitário e o rastreamento de seus subprodutos em todo território nacional.
Mas, há três questionamentos que o VP faz em relação ao projeto: Quem fará a rastreabilidade? Quando fará? Como será feito? Pensando nisso, o Mistério da Agricultura e Pecuária criou um programa de governança, coordenado pela Secretaria de Defesa Agropecuária que abrange a cadeia produtiva como um todo. “A ABRAS está acompanhando os trabalhos, pois queremos que o indireto seja feito pelo próprio setor produtivo”, finaliza Marcio.
Redação SuperHiper
Evento idealizado pela ABRAS, trouxe especialistas para discutir, apresentar os desafios e avanços do programa
Aconteceu nesta quinta-feira, 03 de agosto, o Encontro Técnico RAMA 2023, que faz parte do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos, idealizado pela ABRAS, em conjunto com as associações estaduais e os supermercados associados, monitorar a origem dos produtos no que se refere a contaminação por resíduos de agrotóxicos. No encontro, autoridades e especialistas apresentaram os desafios e os avanços da rastreabilidade dos produtos desde a cadeia de abastecimento até a chegada dos produtos nas gôndolas dos supermercados. Foi um dia repleto de conteúdos e informações importantes, com direito a visita técnica ao Centro de Inovação Tecnológica GS1 Brasil, discussões e assinatura de um acordo de cooperação.
O evento iniciou com a apresentação da história do Programa de Monitoramento e Rastreabilidade dos Alimentos – RAMA pelo vice-presidente Institucional e Administrativo da ABRAS, Marcio Milan, onde ela mostrou a timeline de todo o projeto desde a sua criação. O início do encontro contou também com a participação do Diretor Executivo da PariPassu, Giampaolo Buso, e a CEO da GS1 Brasil, Virgínia Vaamonde.
A sessão 1 do encontro trouxe o tema Monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos, com a gerente de monitoramento e avaliação de risco da ANVISA, Adriana Torres, que apresentou o papel da Anvisa na regulação de agrotóxicos, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), os desafios e os avanços do tema.
Após o coffee break com café, frutas e verduras rastreados, a sessão 2 trouxe os programas de agregação de valor, certificações e programas de auditoria e boas-práticas. Iniciou com o coordenador de valor do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Marcus Vinicius Martins, contando a importância da rastreabilidade, como aconteceu alguns anos atrás, antes da criação do RAMA, quando um lote de maçãs não teve a permissão de entrar na Europa porque não tinha rastreabilidade, o que gerou um grande prejuízo para o setor agrícola. E em seguida ele apresentou o Boa Prática Agrícolas (BPA), um novo programa que certifica e define as boas práticas agrícolas no Brasil, estabelece os requisitos mínimos de reconhecimento e adoção destas práticas e promove e chancela estes programas.
Nesta sessão, teve a participação também da ABIC, com a fala de Aline Marotti, que abordou a nova portaria estabelecida para a venda de café no varejo; e do engenheiro agrônomo, Rafael Corsino, da Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA), que apresentou a qualidade da produção de alho no país.
A sessão 3 apresentou as soluções possíveis para a melhoria da conformidade e eficiência de abastecimento, com a participação de Roberto Araújo: Líder de Sustentabilidade e Stewardship, Claudia Quaglierini, Gerente de Planejamento de Inovação e Crop Science Embaixadora Bayer, Roberto Correa, Gerente de engenharia da Termotécnica, representando a DaColheita e Paula Salmazo, Coordenadora de Assuntos Regulatórios – PROMIP; Mestrado em fitotecnia (ESALQ), Engenharia Agronômica (ESALQ).
Após o almoço, tivemos uma visita ao Centro de Inovação Tecnológica da GS1 Brasil, com a apresentação da tecnologia desenvolvida pela associação e todas as possibilidades de aplicação da rastreabilidade e monitoramento, e como ela já vem sendo feita.
Em seguida, tivemos a palestra da diretora executiva da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), Luciana Pellegrino, que apresentou o programa Embalagem na Medida, criado para padronizar as embalagens para evitar o desperdício, um problema levantado pelo CEAGESP e atendido pela ABRE e abraçado pela ABRAS. Há um desperdício de alimentos muito grande devido a esta falta de padronização, sendo R$ 1,2 bilhão de perdas anuais no varejo.
Através de uma solução colaborativa, a ABRE padronizou as embalagens com base nos materiais que já utilizados, como engradados de plástico, papelão ondulado e isopor (EPS), sem agregar custos, criando uma solução prática com o objetivo de evitar este desperdício. A etapa agora é de divulgação e conscientização. No final, foi assinado o Acordo de Cooperação Técnica “Embalagem sob Medida” entre a ABRE, ABRAS e o Ceagesp.
Em seguida, todos os participantes do encontro se reuniram no palco para uma rodada de conversas e discussões sobre os temas apresentados, e as dúvidas dos convidados também foram solucionadas, em um bate-papo descontraído e com muita interação.
No final, foi apresentado o Termo de Reconhecimento Global Markets, reconhecido pelo MAPA e o comitê presente no evento. O Global Markets é um programa que busca o pareamento de certificação internacionais e desenvolvimento da cadeia primária e da indústria.
O evento teve apoio da ANVISA, MAPA, Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA), Basf, CropLife Brasil, DaColheita, Associação Brasileira de Automação – GS1 Brasil, My Sweet Salad, PariPassu, Produtores do Bem e Promip, e foi uma realização RAMA e ABRAS.
Redação SuperHiper
O evento foi realizado no auditório do Ministério Público da Paraíba
Na última quarta-feira (15), a Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB) realizou, no auditório do Ministério Público da Paraíba, uma reunião para debater o correto uso de defensivos agrícolas nos alimentos. Contando com a participação das redes de supermercados associadas à ASPB, representantes do Ministério Público da Paraíba e da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o evento teve como proposta dar continuidade ao Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA).
Um dos principais meios de controlar o uso adequado dos defensivos agrícolas é através do processo de rastreabilidade, que é o acompanhamento da movimentação de um produto ao longo de toda a cadeia produtiva.
Para Cícero Bernardo da Silva, presidente da ASPB, as redes de supermercados e fornecedores da Paraíba estão engajadas na execução deste processo de rastreabilidade. “Momentos como esse são relevantes, pois é muito importante este trabalho de conscientização. Precisamos zelar pela qualidade dos produtos oferecidos nos supermercados e pela saúde de todos os paraibanos, por isso a ASPB se compromete a acompanhar de perto a aplicação do programa RAMA no Estado”, explicou.
De acordo com Márcio Milan, vice-presidente da ABRAS, o processo de rastreabilidade é necessário porque identifica o produto e reconhece a sua origem. “Rastreabilidade é seguir o produto ao longo da cadeia de abastecimento, é manter a organização dos produtos, quando o alimento não tem identificação ele fica sem dono, sem responsável. Em 2021 foram registrados 2,46 milhões de toneladas de produtos rastreados, e em breve divulgaremos os resultados de 2022. Estamos aqui trabalhando para um processo de eficiência e segurança”, declarou.
Ronaldo Trigueiro, gerente de operações da Rede Menor Preço, destaca o quanto a execução deste processo confere credibilidade às empresas e dá confiança ao consumidor, ao possibilitar saber qual a origem do alimento que ele está adquirindo.
“Fazer a rastreabilidade é ter a certeza de onde está vindo o produto que estamos vendendo no mercado, para também deixar o cliente ciente de onde está vindo o alimento que ele consome. Nós, enquanto varejistas, fazemos a ponte entre a lavoura e o consumidor final, por isso nos preocupamos em fornecer alimentos de qualidade para o nosso cliente. Este projeto faz todo o sentido, toda a expertise que foi apresentada hoje vai nos ajudar a implantar de forma coordenada e gradativa esse programa na Rede Menor Preço e acredito que em todas as redes da Paraíba”, ressaltou o gerente.
Para o promotor de justiça Glauberto Bezerra, a realização deste evento evidencia a preocupação das empresas com a segurança alimentar. “Mais do que garantir alimento na mesa, segurança alimentar é fornecer alimentos que não tragam danos à população. Nós vemos com bons olhos a iniciativa do programa RAMA, é exatamente a busca da concretização do artigo 170 da Constituição Federal, que fala da responsabilidade social das empresas. Trata-se de trabalhar preventivamente protegendo não só a saúde das pessoas, mas também o meio ambiente”, pontuou o promotor.
RAMA – Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos
Idealizado pela ABRAS, o RAMA é um programa que estimula boas práticas agrícolas com pilares estratégicos de monitoramento de agrotóxicos, rastreamento colaborativo, cobertura coletiva e política de correção. Desde o ano de 2012 ele vem sendo adotado por empresas supermercadistas.
Fonte: Assessoria de Comunicação da ASPB
Centrada em 4 pilares, a nova imagem reflete os objetivos e valores do mercado para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro
A Paripassu, parceiro da ABRAS no projeto RAMA (Programa de Rastreamento e Monitoramento de Alimentos), está de cara nova. A empresa atualizou sua marca, para transmitir a confiança e a credibilidade que construiu nestes 17 anos de atuação. Este novo posicionamento transmite felicidade, respeito, simplicidade e comprometimento, os valores que exercem para manter a unicidade da empresa e com o mercado.
Seu nome é uma expressão em latim que significa lado a lado, ao mesmo tempo e de maneira justa. E que segue o objetivo da empresa, servir como plataforma de apoio para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, respeitando as premissas da sociedade moderna sobre os temas ambiental, social e governança.
Esta mudança de conceito traz isso, “está conectada com o que as pessoas esperam de empresas que trabalham no setor do agronegócio”, afirma Giampaolo Buso, CEO da companhia.
Um pouco da história :
Nascida em 2005 em Florianópolis, a empresa desenvolveu o Rastreador Paripassu, e logo conquistaram o primeiro cliente, um dos um dos três maiores distribuidores de produtos alimentícios do Brasil, o que os ajudou a aperfeiçoar ainda mais o sistema. Em 2008, lançaram a primeira consulta de código de rastreabilidade por celular do Brasil e atingiram um crescimento significativo em sua carteira de clientes.
A empresa acredita que o caminho para um alimento seguro e de qualidade é resultado de um trabalho colaborativo de todos, ou seja, desenvolver a cadeia agroalimentar e evoluí-la de forma sustentável, consciente e íntegra.
A Paripassu traz soluções tecnológicas pensadas e aplicadas para contribuir no desenvolvimento da cadeia de abastecimento reforçando a confiança entre as organizações, as pessoas e o ambiente.
Hoje, a empresa faz soluções de rastreabilidade, controle de qualidade, monitoramento de alimentos, consultoria e treinamento podem ser aplicadas em conjunto ou isoladamente, de acordo com a demanda e necessidades da sua empresa.
Saiba mais em: https://www.paripassu.com.br/
Confira o vídeo institucional da Paripassu.
Redação SuperHiper
Neste marketplace, tudo é feito por celular. Se o produtor não souber ler e escrever, recebe mensagem de áudio
Quando Priscilla Veras, hoje aos 40 anos de idade e CEO da startup Muda Meu Mundo (MMM), marketplace que conecta pequenos produtores de frutas, verduras e legumes às grandes redes de supermercado e startups de entrega em domicílio, decidiu cursar pedagogia, ela teve de enfrentar a resistência doméstica. Natural de Fortaleza (CE), de uma família onde quase todos eram médicos ou advogados, a carreira de pedagoga não era vista como uma profissão. “Meu avô ficou sem falar comigo”, lembra.
No entanto, Priscilla insistiu na escolha. Cursou também ciências políticas e acabou indo trabalhar em organizações não-governamentais (ONGs). “Entendi que a educação era algo muito importante para atuar na redução da pobreza”, diz.
Pela ONG americana Compassion Internacional de ajuda humanitária, com sede no Colorado (EUA), viajou muito pelo Brasil e países da América Latina. Conheceu comunidades pobres de cidades do interior e se deparou como uma contradição: como um agricultor familiar que gera tanta riqueza produzindo alimentos pode viver numa situação de extrema pobreza?
Certa vez participando de uma conferência nos Estados Unidos escutou de um líder comunitário africano que o seu povo não queria doações, mas que comprassem o seu café. Com a economia girando, as pessoas têm condições de se manter e sair da pobreza, afirmou o líder.
Pobreza extrema
Na mesma conferência estava presente o economista Muhammad Yunus, de Bangladesh, criador do conceito de microcrédito. No encontro, reafirmou a percepção de Priscila de que era preciso fazer as pessoas saírem da pobreza extrema pelo próprio trabalho.
Paralelamente, em suas andanças pelo Brasil e pelo mundo, constatou que a origem do problema enfrentado pelos pequenos agricultores era a mesma. Entre o campo e o supermercado, há uma cadeia longa de escoamento da comida, marcada por muitos intermediários. O produto demora mais de 48 horas para chegar ao supermercado e o desperdício é elevado, na casa de 30%.
“No Brasil há 3 milhões de agricultores familiares que não conseguem sair da pobreza porque a forma que comercializam os produtos muitas vezes não dá para pagar o custo de produção”, afirma. Esse agricultor não sabe calcular o preço do seu produto e se sujeita a receber quanto o comprador quer pagar.
Diante desse diagnóstico, Priscilla decidiu criar ferramentas que promovessem uma remuneração mais justa ao pequeno agricultor. “Vi que havia um problema grande e, na solução, um novo filão de negócio.”
O começo
O primeiro passo foi convencer o seu chefe na ONG a demiti-la. Com a indenização e o dinheiro da venda de um carro, que somavam em 2017 cerca de R$ 150 mil, começou organizar feirinhas em Fortaleza (CE). Uma vez na semana, o produtor poderia vender frutas verduras e legumes direto ao consumidor.
Mas esse modelo de comercialização não foi para frente. Como o agricultor colhe diariamente, ele precisa ter recorrência nas vendas e também volume. O escoamento de grandes quantidades é garantido pela compra de grandes supermercados. O ponto crucial, segundo Priscilla, era simplificar a cadeia de comercialização e abrir caminho para a venda quase direta com supermercados.
A solução veio com a criação de um marketplace, uma espécie de shopping virtual. Nele, o pequeno produtor consegue iniciar uma negociação estabelecendo preço mínimo e volumes.
A plataforma não apenas promove o encontro de quem quer comprar com quem quer vender. Uma equipe de 20 pessoas, formada por profissionais de tecnologia e vendas, também há agrônomos que dão assistência técnica para que a produção atenda o padrão exigido pelo comprador. Além disso, é dada aos produtores orientação sobre planejamento financeiro, emissão de notas fiscais, adiantamento de recebíveis. “Estamos entrando agora com o microcrédito”, conta a empresária que foi eleita pela Forbes como uma das 20 mulheres mais inovadoras em AgTechs (startups de tecnologia do agronegócio) do País.
O projeto, que começou em Fortaleza em 2020, estreou na cidade de São Paulo no ano passado. Hoje são quase 500 produtores, localizados num raio de até 250 quilômetros dessas cidades, que entregam 27 toneladas de alimentos por mês. O marketplace, que é um “intermediário tecnológico”, segundo Priscilla, fatura um porcentual sobre o que é vendido.
Ela diz que o ganho de renda para o produtor tem sido significativo. Com seis meses no marketplace, agricultores já conseguiram dobrar a renda. E o desperdício de produtos foi reduzido para 1,5%.
A plataforma também traduz para os agricultores as exigências técnicas dos supermercados de forma simples, inclusive como o produto deve ser embalado. “Tudo é feito via celular e, se o produtor não souber ler e escrever, ele recebe uma mensagem de áudio”, diz ela.
São fornecidas etiquetas com QR-Code, onde é possível saber sobre a rastreabilidade do produto. Isto é, quem é o agricultor, onde foi plantado e se atende aos quesitos ESG, de governança, sustentabilidade e respeito ao meio ambiente, na sigla em inglês.
O marketplace é responsável pelo transporte terceirizado do item, que chega o supermercado em até 12 horas depois de colhido. O projeto começou com orgânicos e neste ano entraram produtos convencionais, que representam 60% das vendas na capital paulista.
Planos
Hoje se abastecem no marketplace redes como Carrefour, GPA, Natural da Terra, St. Marché, Mercadinho São Luiz, Supermercado Pinheiro, além das startups Frubana, Jüsto e Liv Up. Neste mês, está prevista a entrada das redes Dia e Mambo.
A meta é até o final deste ano é cobrir todo o Estado de São Paulo e na metade do ano que vem expandir para Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Priscilla diz que já está contactando produtores nessas regiões para suportar a expansão.
A primeira captação da plataforma foi de R$ 900 mil. Faz um mês que a startup voltou ao mercado e amealhou mais R$ 4 milhões. Os recursos serão injetados em tecnologia e expansão da operação. Em julho, a plataforma faturou um pouco mais de R$ 400 mil. A meta é chegar a R$ 1,5 milhão mensais até o fim do ano. “Estamos atingindo o ponto de equilíbrio”, diz Priscilla. Ela projeta vendas mensais de R$ 6 milhões coma entrada em outras praças. Em três anos quer ter 1.300 supermercados se abastecendo no marketplace, hoje são 40 lojas.
Fonte: Márcia De Chiara, Estadão
Sétimo balanço do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos da ABRAS trouxe dados relevantes do setor em alta no varejo
Smart Market ABRAS foi marcado pela entrega do sétimo Prêmio Rama – Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos – da Associação Brasileira de Supermercados.
Criado em 2006, o projeto voluntário em toda a cadeia conta com a parceria da Anvisa, Ministério da Agricultura e redes de varejo.
Inicialmente, o volume rastreado não chegava a 500 toneladas com um número de amostras inferior a cem unidades. Em 2021, foram coletados 2.111 produtos em supermercados de todo país com exceção para os estados do Amapá, Piauí e Tocantins que não participaram do Programa.
No ano passado, o volume rastreado por produto atingiu:
– 351 mil toneladas para batata
– 249 mil toneladas para banana
– 219 mil toneladas de laranja
– 206 mil toneladas de cebola
– 170 mil toneladas de tomate
Durante o Smart Market ABRAS, o público pode acompanhar presencialmente e online as explanações dos especialistas da ANVISA, Adriana Torres e Carlos Alexandre Oliveira Gomes.
Os índices de conformidade e aprovação só têm crescido mostrando de forma adequada que produtor e varejista estão trabalhando cada vez mais em acordo com as normas e protocolos.
Por conta exportações crescentes e contínuas, a conformidade das frutas é bem maior quando comparado aos legumes e verduras, explicou o especialista Giampaolo Busi, diretor-executivo da Paripassu.
Destacamos também que a indústria de defensivos agrícolas, pesticidas e produtos fitossanitários integra as reuniões do Rama de forma a garantir a segurança do alimento servido ao brasileiro.
O vice-presidente institucional da ABRAS, Márcio Milan, entregou o Troféu RAMA aos varejistas que mais se destacaram em 2021: Carrefour, Hortifruti Natural da Terra e Atacadão.
O Covabra Supermercados recebeu o Prêmio na categoria Destaque do Varejo.
Entre os fornecedores, subiram ao palco do Smart Market ABRAS produtores da Donato Melancias, Cebolas Fugita e Hortaliças Sempre Verde.
O desafio para 2025 é a maior adesão do varejo e fornecedores, aumentando a participação das empresas no Programa Rama. Enxergando pelo share de faturamento, houve um aumento de quase 40% na participação dos varejistas de 2020 para 2021. Era de 30% e passou para 41% no ano passado.
Em relação às categorias de produtores e distribuidores, a parceria foi ainda maior. No período, o RAMA registrou o crescimento de 50% no número de empresas fornecedoras de frutas, verduras e legumes.
Redação SuperHiper
Durante o Smart Market, especialistas revelaram dados importantes que revelam transparência no trato com FLV
Evento promovido pela ABRAS que reúne a comunidade supermercadista de alta performance tratou do vitorioso RAMA, Programa de Rastreamento e Monitoramento de Alimentos, criado pela entidade.
Executivos afirmam que objetivo é unir e ampliar a gestão em torno desse segmento cujo consumo disparou na pandemia e hoje tem a preferência de milhares de consumidores.
VP da Abras, Márcio Milan, comemorou os números que atraem cada vez mais produtores e supermercadistas. Também integraram os debates Giampaolo Buso, diretor executivo da Paripassu. Carlos Alexandre, Gerente Geral de Toxicologia, ANVISA e Adriana Torres, Gerente de monitoramento e avaliação do risco da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Os pilares do RAMA são rastreamento colaborativo, monitoramento de agrotóxicos, cobertura coletiva e política de correção.
Este ano, ganhadores do Prêmio Rama são Carrefour, Hortifruti Natural da Terra e Atacadão. O prêmio de destaque do Varejo foi entregue aos representantes da Covabra.
Os fornecedores premiados foram Neimar Gossler, Sócio-proprietário da Donato Melancias do Rio Grande do Sul. Evaldo Costa, Sócio-proprietário, Hortaliças Sempre Verde e por fim Danilo Fugita, Sócio Proprietário da Fugita que produz cebolas.
Redação SuperHiper
O agronegócio doravante será o resultado de confiança e podemos dizer que ele mudou de nome, cujo conceito passou a ser de agrocidadania. E confiança significará a conquista da coragem para transformar o velho marketing numa nova obra de educação de consumidores finais. As decisões na gôndola de um supermercado ou no site do e-commerce nascerão muito antes do instante do ato de pegar o produto com a mão ou clicar com o dedo. Saúde também é o novo nome do agronegócio.
Saúde que inclui o solo, a água, o meio ambiente, animais, vegetais, processamento, manejo, armazenagem e biometanização de motores e veículos. Saúde que significa agroconsciência.
Transformar cerca de 90 mil pontos de venda em 90 mil pontos de educação 64 será a revolução do velho marketing para o que nos leva daqui ao futuro. Não basta vender, é preciso educar.
Alimento passa pelo cérebro e além das emoções exige razões. Qualidade nutricional dos que têm renda para consumir. Dignidade nutricional para todos com receitas baratas e saudáveis. Inteligência para banir o desperdício. E, necessariamente, coordenação das cadeias produtivas desde a ciência à genética, passando pelos campos e chegando nas percepções mentais dos consumidores finais.
Não bastará dar comida, será preciso produzir e ensinar a vender e consumir. Para esse novo futuro, que já está aqui, má informação, desinformação e fake news são os inimigos mortais de todas as organizações sérias e idôneas. Por isso, precisaremos comunicar todo tempo e separar a comunicação que cria valores novos nos seres humanos da comunicação que manipula a opinião das pessoas.
Neste contexto, o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama), da ABRAS, revela o que pode ser feito no universo vegetal, aportando a possibilidade de desenvolvimento consistente do campo à mesa. Economia, além de rimar com ecologia, rima também com sabedoria: dá mais lucro.
Teremos rastreabilidade em tudo daqui para frente. O Rama irá virar um “Ramão”. E trará como efeito positivo dar visibilidade a todos os agentes que nos alimentos estão presentes.
Para que este caminho se realize, é muito simples: basta ter coragem para entender que o mundo mudou, que confiança não será aquela que no passado ficou, e que somente através da cooperação criadora e consciente iremos conquistar um novo consumidor, uma nova geração, uma diversidade humana em que a “desconfiança” será vencida pelo “caráter”, a marca de todas as marcas.
Caráter é aquilo que nos dá previsibilidade de atitudes para os momentos mais imprevisíveis da vida na terra. Bem-vindos ao século 21, quando o agronegócio vira agrocidadania.
Fonte: Revista SuperHiper
Responsável por cerca de 5,5 milhões de empregos diretos, a fruticultura brasileira almeja consolidar a exportação de parte da produção nacional para destinos tradicionais e alcançar novos mercados, especialmente a China, cuja população, em 2020, consumiu US$ 138,9 bilhões em frutas locais e de vários outros países.
A estratégia, que já conta com o auxílio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), parece ter ganhado um reforço de peso nesta segunda-feira (31), com a visita do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, a um dos maiores polos da fruticultura nacional, o Vale do São Francisco, entre Pernambuco e a Bahia.
Acompanhado pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Augusto Pestana, França visitou a região a convite da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas). Em Petrolina (PE), o chanceler visitou fazendas, uma vinícola e se reuniu com produtores, que enfatizaram a importância da conclusão do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.
“Tratamos de alguns pleitos dos produtores, sendo que o principal deles é o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Comunidade Europeia”, disse à Agência Brasil o presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho. Segundo ele, a assinatura do tratado eliminará tarifas alfandegárias, barateando os custos da exportação dos produtos brasileiros para o bloco de 27 países europeus.
“Um exemplo é a uva. Quando nós exportamos para a comunidade europeia, pagamos entre 8% e 14% de impostos. Outros países exportadores, como o Chile, o Peru e a África do Sul não pagam nada, o que é desleal. O acordo de livre comércio já prevê que, assim que ele entrar em vigor, esse import duty [imposto de importação] cairá a zero”, acrescentou Coelho, explicando que a desoneração incidirá, gradualmente, sobre outras frutas vendidas à União Europeia.
“Também tratamos [com o ministro Carlos França] da importância da abertura de novos mercados. O Mapa já nos dá esse apoio, negociando, derrubando barreiras sanitárias e atuando em outras questões, mas o Ministério das Relações Exteriores pode nos ajudar a identificar e fazer a interlocução com outros países que queiram importar nossos produtos”, disse Coelho.
Nas redes sociais, o Itamaraty confirmou a intenção de, em conjunto com a Abrafrutas, promover a exportação dos produtos nacionais a fim de “aumentar a participação brasileira no mercado internacional”.
Em 2021, o Brasil exportou 1,24 milhão de toneladas de frutas frescas, resultado 18% superior ao de 2020. Com isso, o setor faturou US$ 1,21 bilhão, ou 20% a mais que no ano anterior, conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Entre as frutas mais vendidas para o mercado externo em 2021, estão a manga, melão, uva, limão, nozes e castanhas, melancia, banana, maçã e mamão. Os principais destinos internacionais dos produtos brasileiros foram a União Europeia, os Estados Unidos, o Reino Unido, a Argentina e o Canadá.
Mesmo com os resultados positivos, o presidente da Abrafrutas sustenta que o Brasil ainda tem muito a crescer. “Temos frutos de excelente qualidade e um ótimo conceito no exterior. Há, ainda, muito a avançar. Por isso os apoios são importantes”.
Fonte: Agência Brasil
Em mais uma ação para facilitar o acesso a uma alimentação mais saudável, sustentável e acessível aos seus clientes, o Carrefour firmou parcerias com duas startups que auxiliarão a rede a se aproximar ainda mais de pequenos produtores e fornecedores regionais. Com cerca de 9 mil itens regionais de mil fornecedores em suas lojas, a rede passa a atuar em conjunto com a Muda Meu Mundo e a Local.e para ampliar a oferta de produtos com características locais e regionais, além de alimentos mais frescos.
De forma paralela às parcerias, o Carrefour ainda adaptou seus processos internos para facilitar a entrada dos produtos de pequenos e médios produtores em suas lojas, contando agora com prazo de pagamento vantajoso, maior facilidade no processo de cadastramento — com a criação de uma incubadora interna —, isenção de taxas logísticas e simplificação do contrato. Além disso, a rede criou uma incubadora interna para acelerar o cadastramento de pequenos produtores.
“O Grupo Carrefour sempre acreditou e apoiou os produtores locais. Entendemos que valorizar a produção dessas pessoas fortalece a economia e as famílias das diferentes regiões do país. Por isso, nos últimos anos ampliamos a participação desses produtos em nossos negócios, em um processo que se baseou também no uso da tecnologia”, diz Arnaud Dusaintpere, diretor comercial das células regionais do Carrefour. “Com isso, diversificamos ainda mais a variedade de produtos oferecidos aos nossos clientes e posicionamos o Carrefour como o maior ecossistema do varejo alimentar do Brasil a valorizar as regionalidades do País”, completa.
As parcerias com as startups valem para todos os estados nos quais o Carrefour está presente e buscam se complementar. Enquanto a Local.e trabalha para aproximar da varejista marcas locais de produtos alimentares industrializados, a Muda Meu Mundo foca seu trabalho em pequenos agricultores, que comercializam, em especial, frutas, legumes e vegetais. Os produtos comercializados por essa última startup contam ainda com um QR code onde o consumidor pode obter todas as informações sobre o produtor, método de produção e imagens, criando um vínculo entre as duas pontas dessa cadeia de consumo — o produtor e o consumidor final. Ambas as empresas possuem uma plataforma online para a aproximação de varejistas com pequenos produtores, funcionando como uma grande vitrine de produtos.
“Estamos animados com essa parceria, pois não é sempre que temos um varejista disposto a realmente rever os seus processos internos olhando para a realidade das marcas locais” diz Leila Okumura, co-fundadora da Local.e. “Hoje, nossa plataforma conta com mais de 7.500 produtos e 3.000 marcas locais, sendo que desde a sua criação mais de 8.000 oportunidades comerciais foram geradas. Com a nova parceria com o Carrefour, podemos ampliar ainda mais as possibilidades de negócio dessas marcas locais”, completa.
“Estamos falando de uma visão disruptiva de supply chain, utilizando uma tecnologia que engaja pequenos produtores para comercializar diretamente com o varejo ao mesmo tempo em que consegue gerar benefícios de impacto positivo social e ambiental, encurtando a cadeia de alimentação e exercitando na prática os melhores conceitos de Governança Ambiental, Social e Corporativa e inovação”, comenta Priscilla Veras, fundadora e CEO da Muda Meu Mundo.
Fonte: SuperVarejo
Cada vez mais, a inserção de alimentos saudáveis na alimentação diária acontece, principalmente, pela preocupação com a saúde. Os orgânicos, cultivados de maneira sustentável na agricultura orgânica ou biológica, são livres de adubos químicos, aditivos sintéticos, hormônios e agrotóxicos, e enriquecem o cardápio. Segundo a Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), no primeiro semestre de 2020, a venda de produtos orgânicos teve crescimento de mais de 50% no Brasil.
E o país está se consolidando como um grande produtor e exportador de alimentos deste tipo. Uma pesquisa recente realizada pela Nielsen, empresa de pesquisa especializada em análise de varejo, revelou que “orgânico” é um dos pilares do crescimento voltado para alimentos saudáveis.
Referência nesse segmento, a Jasmine Alimentos apresenta dados de crescimento em produtos orgânicos, que são reflexo de uma longa trajetória trabalhando com esse tipo de produto. “Há 18 anos, a Jasmine possui a linha orgânica. Surgiu com a necessidade de promover saúde às pessoas, que é uma filosofia da empresa desde sua fundação. Tanto que as vendas da empresa para o comércio tiveram um crescimento de 9,9% em toneladas. O que demonstra que não só as pessoas estão em busca de uma alimentação saudável, mas o comércio também. Assim como percebemos o reflexo das grandes redes que tem cadastrado cada vez mais produtos orgânicos, o que resulta no crescimento de 71% de venda dos produtos da Jasmine para grandes redes”, afirma a gerente de inovação de produto da empresa, Melissa Gomide Carpi.
Os dados positivos quanto ao crescimento do consumo de produtos orgânicos demonstram um sinal de maior nível de consciência do consumidor. Em outra pesquisa realizada pela Organis, 84% dos entrevistados apontam como principal motivo para o consumo de orgânicos a preocupação com a saúde.
Está enganado quem pensa que a agricultura orgânica é apenas um processo voltado a produtos saudáveis, sem contaminantes. “O processo contribui também para as atividades biológicas do solo, preservar a biodiversidade e os ciclos naturais. Respeita a terra, fauna e flora e não afeta o meio ambiente. Com reflexos diretos em nossa saúde, o consumo de alimentos orgânicos ajuda a fortalecer a sustentabilidade de uma cadeia de suprimento ecológica. Além disso, são considerados essenciais para o desenvolvimento saudável do corpo por serem cultivados de maneira natural. Por isso, são alimentos ricos em nutrientes”, ressalta Melissa.
Desde o início de sua trajetória, a Jasmine se preocupa com o uso de matérias-primas e produção de alimentos saudáveis, que protegem a vida animal e vegetal e respeitam o equilíbrio da natureza. “Acreditamos no poder de transformação da comida e, principalmente, em estar integrado com o meio ambiente. Nas quatro categorias que trabalhamos, orgânicos, integrais, sem glúten e zero açúcar, nos atentamos a todos os processos e com todos os produtos. Em nosso portfólio de produtos orgânicos temos desde açúcar mascavo e farinha de trigo, até cookies e bebidas vegetais”, comenta Melissa.
Classificação de produtos orgânicos
O número elevado de feiras orgânicas no Brasil e no mundo demonstram a importância da alimentação mais saudável e consciente. Mas, para um alimento ser considerado orgânico, segundo legislação brasileira e internacional, ele deve apresentar selo de certificação que explicita a categoria e porcentagem de produção de cultivo orgânico.
Um produto considerado “in natura” é aquele 100% orgânico, cultivado de acordo com todas as regras de produção orgânica. Já o produto considerado Orgânico é aquele que contém pelo menos 95% de ingredientes produzidos de modo orgânico. Outra classificação é a de “produto feito com ingredientes orgânicos”, ou seja, o produto possui de 70% a 95% de ingredientes orgânicos. Para os produtos que contêm menos de 70% de ingredientes orgânicos, mas seguem as regras estabelecidas pela legislação, são considerados produtos naturais.
Orgânicos da empresa
Os alimentos orgânicos da Jasmine Alimentos fazem parte da categoria de Orgânico e In Natura, já que conta com produtos que tem mais de 95% dos ingredientes produzidos de modo orgânico, e produtos 100% orgânicos, como quinoa, amaranto e arroz. Também, é uma das primeiras empresas brasileiras a acreditar na agricultura orgânica, sendo pioneira no desenvolvimento de uma linha de orgânicos integrais. Hoje em seu portfólio de produtos orgânicos conta com produtos como: Cookies, granola, bebida vegetal, molho de tomate, amaranto, quinoa, açúcar mascavo, arroz agulhinha, farinha de trigo, caldo de agave e bites.
Desde 2002, a empresa trabalha com produtos orgânicos e, por meio de todas as categorias, têm como preocupação a produção de alimentos cada vez mais saudáveis e de qualidade para a sociedade.
Fonte: Alto Norte
Com selo de agricultura familiar, vários alimentos regionais produzidos de forma sustentável ocupam os “Espaços Saudáveis”
Cresce o número de consumidores preocupados com uma alimentação composta por itens produzidos de maneira social e ambientalmente sustentáveis. Alinhado ao compromisso global de facilitar o acesso a esse tipo de produto a um número cada vez maior de pessoas, o Grupo Carrefour Brasil estabeleceu uma parceria com a Central do Cerrado, cooperativa que reúne diversas organizações comunitárias, para fornecimento de produtos regionais, especialmente da biodiversidade nativa, em suas lojas no Distrito Federal.
Os itens coletados e produzidos no Cerrado por comunidades agroextrativistas já estão sendo oferecidos nos Espaços Saudáveis, corredores instalados nas lojas para concentrar a oferta de alimentos com tais características. Estes itens começaram a chegar às lojas em julho e estarão disponíveis em todos os 3 hipermercados e 6 unidades Bairro da rede na capital federal até o final de setembro.
“A parceria da companhia com a Central do Cerrado é motivo de orgulho para a companhia. Por meio dela, contribuímos para a aceleração de negócios comunitários enquanto fortalecemos o Act for Food, compromisso global da companhia que tem o objetivo de tornar a alimentação saudável acessível a todos”, explica Lucio Vicente, diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil. “Entre as diversas ações realizadas, trabalhamos para a ampliação da oferta de produtos frescos e saudáveis em nossas lojas, respeitando e valorizando as regionalidades. Nisso se insere o trabalho conjunto com a Central do Cerrado”, completa.
Dentre os cerca de 30 produtos que serão disponibilizados nas lojas estão a castanha de baru, polpas de fruta congelada, pestos feitos com baru, açafrão (cúrcuma), urucum, farinha de mandioca, óleo orgânico de coco de babaçu, geleias e doces orgânicos de umbu, flocos de milho não transgênico, açúcar mascavo, entre outros. Todos os itens terão o selo da agricultura familiar e são cultivados com base na produção agroecológica e economia solidária.
“A união com o Grupo Carrefour Brasil, iniciada neste ano, será importante para os produtores comunitários ligados às várias associações e cooperativas de agricultura familiar que fazem parte da Central do Cerrado. Por meio dela, conseguimos atuar com mais força no mercado do varejo, fortalecendo a nossa atuação e trazendo bons resultados futuros para as comunidades produtivas, consumidores e o planeta como um todo”, explica Luis Roberto Carrazza, Secretário Executivo da Central do Cerrado.
O trabalho conjunto com a Central do Cerrado faz parte de um projeto maior do Grupo Carrefour Brasil, financiado via Fundação Carrefour, que capacita e ajuda a desenvolver pequenos produtores e cooperativas de comunidades tradicionais. Conectado à Plataforma de Embarque de Pequenos Produtores da companhia, o projeto também oferece a oportunidade aos produtores regionais e comunidades tradicionais de comercializarem seus produtos nas unidades da rede. Com isso, portas de novos mercados são abertas para os produtos do bioma, o que estimula a conservação dos ecossistemas e o desenvolvimento sustentável dessas comunidades.
Atualmente, a Central do Cerrado atende 5 mil famílias, sendo que só no Mosaico Sertão Veredas Peruaçu o projeto beneficia cerca de 500 delas, onde mais de 100 produtores são capacitados com o objetivo de aprimorar os processos extrativistas e a gestão dos negócios. O projeto envolve também a elaboração de um modelo de fornecimento e de comercialização, com o objetivo de incorporar frutos nativos no portfólio das lojas.
A entidade é uma central de cooperativas que congrega atualmente 21 organizações comunitárias de agricultores familiares agroextrativistas que desenvolvem atividades produtivas a partir do uso sustentável da biodiversidade do Cerrado e da Caatinga. Tem como missão promover a inclusão social através do fortalecimento das iniciativas produtivas comunitárias que conciliam conservação da biodiversidade nativa com geração e renda, desenvolvimento territorial, manutenção dos modos de vida e da cultura local de Povos e Comunidades Tradicionais.
Com sede em Brasília e uma loja em São Paulo a Central do Cerrado é uma organização sem fins lucrativos que promove a divulgação e inserção dos produtos comunitários de uso sustentável nos mercados regionais, nacional e internacional, atuando também na capacitação, intercâmbio e apoio técnico na melhoria dos seus processos produtivos, organizacionais e de gestão, auxiliando no desenvolvimento de produtos, planejamento de produção, logística e acesso aos mercados.
Redação SuperHiper
Desenvolvimento de alimentos com nutrientes essenciais e vitaminas sem agrotóxicos ou defensivos químicos é sustentável e faz bem à saúde
O Brasil possui, atualmente, mais de 25 mil produtores de alimentos orgânicos cadastrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No mês que marca o início da 17ª Campanha Anual de Promoção do Produto Orgânico, o Governo Federal anunciou ampliação de recursos para capacitar produtores e fortalecer o setor, que cresceu 30% em 2020 e tem grande potencial para novos negócios.
Em evento on-line promovido pelo Mapa, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, apresentou medidas adotadas para incentivar o setor, como R$ 3 milhões reservados para a capacitação e treinamento dos produtores e a certificação dos produtos orgânicos que garantem sua procedência.
“Temos um caminho de sucesso na agricultura de produtos orgânicos. Nesse período de pandemia ficaram evidentes os vínculos entre saúde, alimentação, agricultura e meio ambiente. Os orgânicos são uma ótima opção para aqueles que desejam uma alimentação saudável e nutritiva aliada à sustentabilidade e à inclusão social. A produção do alimento orgânico no Brasil é amparada por diversos mecanismos que asseguram a qualidade e a segurança dos produtos”, afirmou a ministra.
O selo de certificação “Produto Orgânico Brasil”, que passou por mudanças no começo de 2021, é garantido por organismos credenciados no Ministério da Agricultura e certifica os produtos que, sejam in natura ou processados, tenham sido obtidos em um sistema orgânico de produção agropecuária ou oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema local.
Para serem comercializados, os produtos orgânicos deverão ser certificados, sendo dispensados da certificação somente aqueles produzidos por agricultores familiares que fazem parte de organizações de controle social cadastradas no Mapa, que comercializam exclusivamente em venda direta aos consumidores.
Entre os benefícios dos orgânicos estão: a ausência de pesticidas; produção equilibrada e benéfica para o meio ambiente com utilização consciente da água, uso de energia renovável e menores índices de poluição; contribuição para a diversidade de espécies vegetais e animais; melhoria da qualidade do solo; ausência de conservantes em sua composição; maior presença de nutrientes.
Portal específico do Ministério da Agricultura reúne mais informações e orientações sobre como produzir ou adquirir produtos orgânicos.
Seminário Virtual de Lançamento da XVII Campanha Anual de Promoção do Produto Orgânico
Com informações Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Fonte: Governo do Brasil
O mercado de alimentos orgânicos cresceu quase 10% entre janeiro de 2020 e maio deste ano, um acréscimo de 2,3 mil novos produtores, mostra uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
No total, o Brasil tem hoje 25,4 mil agricultores que cultivam frutas, legumes e verduras sem agrotóxicos, de acordo com o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, do Ministério da Agricultura.
O aumento da alimentação em casa é o que está puxando o crescimento do setor, marcado por micro e pequenos negócios. E a digitalização dos serviços e as vendas online têm sido decisivas para o faturamento dos produtores.
“A Covid-19 fez com que as pessoas valorizassem mais o consumo e produção de alimentos caseiros, orgânicos, produzidos por pequenos negócios”, diz o analista de competitividade do Sebrae, Luiz Rebelatto.
Segundo o analista do Sebrae, os produtores de orgânicos estão atentos às mudanças e se movimentando mais no universo online.
“É importante vender na feira, da mesma forma que é essencial possuir a presença digital. As vendas podem ser feitas pelas redes sociais, por plataformas de delivery, por sites próprios, marketplaces e até por serviços de assinatura. São muitas opções, o importante nesse momento é ter essa visão híbrida da forma de vender”, indica.
O serviço de assinatura é quando o consumidor contrata um pacote semanal de frutas e verduras selecionadas e as recebe em casa.
Fonte: G1
O Carrefour está expandindo seu programa de rastreabilidade de alimentos in natura com o uso da tecnologia blockchain. Atualmente, apenas carne suína e laranja estão inseridas na plataforma, mas o diretor de Sustentabilidade do Carrefour Brasil, Lúcio Vicente, diz que em breve novos produtos do setor de frutas, legumes e verduras também estarão lá. A carne bovina, sempre no foco de ambientalistas, deve ter sua entrada na plataforma blockchain do grupo facilitada após grandes frigoríficos terem apresentado, recentemente, ambiciosos programas de rastreabilidade e de sustentabilidade na cadeia produtiva, acrescenta Vicente, em entrevista exclusiva ao Broadcast Agro.
O executivo explica que a tecnologia blockchain permite rastrear todo o caminho percorrido pelo alimento desde a fazenda, para fornecer aos consumidores informações sobre uma série de produtos, principalmente aqueles in natura. Sobre as lojas de atacado, ou `atacarejos` como Atacadão, que fazem parte da empresa, Vicente comenta que a política é a mesma em relação à adotada na rede de hipermercados: isso, segundo ele, é uma estratégia do Grupo Carrefour, voltada para todas as lojas, dos hipermercados, passando pelos atacadistas até as lojas de bairro e express. Veja a seguir os principais pontos da entrevista.
Broadcast Agro: Como é realizada, na prática, a rastreabilidade de alimentos no Carrefour, desde a propriedade rural até a gôndola do supermercado? E como o consumidor tem a garantia de que o produto de fato é rastreado?
Lucio Vicente: Para cada um de seus fornecedores, o Carrefour tem regras muito claras de governança. Existe um processo natural de compra, de armazenamento e de distribuição desses alimentos e de venda nas lojas. O sistema de logística, de entrega dos produtos, é muito controlado. Mas há alguns desses produtos, principalmente alimentos frescos, como frutas, legumes e verduras, os `FLV`, e também proteína animal, que têm ganhado relevância na nossa estrutura de rastreabilidade. Hoje o consumidor tem informações de origem da carne suína e da laranja no nossa nova tecnologia blockchain, mas os produtos serão ampliados nesta plataforma. A ideia, mais do que já acontece no nosso programa `Garantia de Origem`, que existe há anos, é incluir atributos que qualificam o alimento para o consumidor. Que o consumidor possa saber também quem é a pessoa que o produziu, onde fica a fazenda, o packing house, qual distância o alimento percorreu até o centro de distribuição e a loja, entre outras informações.
Na carne suína e na laranja isso já acontece, então?
Vicente – Fomos os primeiros varejistas a adotar essa estratégia nessas duas cadeias. No caso dos suínos, por exemplo, cada animal é registrado desde o seu nascimento. Ele ganha uma identificação dentro de uma plataforma blockchain, que garante a confidencialidade dos dados, e cada etapa da vida daquele animal vai sendo inserida ali. Entram vacinação, alimentação e momentos de transporte, entre outros dados. O consumidor tem acesso a essas informações escaneando um QR code, e a partir daí consegue dados adicionais, como a história do pecuarista e do produto. Ele passa a ter um outro nível de informação, que agrada mais do que simplesmente ter uma linha do tempo do que aconteceu com aquele alimento, o que cria uma conexão maior entre o consumidor e o produto, que adquire uma `identidade` para ele.
Broadcast Agro: No caso da carne suína, essa rastreabilidade é facilitada porque os animais são alojados em galpões e os suinocultores geralmente trabalham em sistema de integração com grandes indústrias. Mas e na carne bovina, que tem uma cadeia mais complexa porque os animais são geralmente criados a pasto e há várias etapas no processo produtivo, como isso se dá?
Vicente: É importante reforçar que, desde a década de 1990, o Carrefour tem o trabalho do selo `Garantia de Origem`. Desde então, a companhia vem trabalhando na rastreabilidade do que compra para revender e, de lá para cá, também fazemos parte de diversas mesas técnicas, como o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) e de alianças que têm o compromisso da sustentabilidade. Vale lembrar que temos o compromisso global de combate ao desmatamento e que toda a ação do Carrefour está alinhada a esse compromisso. Participamos, por exemplo, do processo de elaboração de um protocolo harmonizado (para a sustentabilidade no setor de carne bovina) junto ao Ministério Público Federal e à ONG Imaflora, que uniu as maiores redes do varejo do País e os três maiores frigoríficos (Minerva, JBS e Marfrig). Este documento ajudou a regrar, de certa forma, as premissas técnicas básicas para que qualquer varejista ou frigorífico pudesse utilizar, dentro de seus sistemas de monitoramento, protocolos sustentáveis. É importante dizer isso porque acabamos tendo um conhecimento mais apurado em relação ao que representa a carne bovina dentro do sistema produtivo e todos os impactos que os fornecedores indiretos de gado (fornecedores de bezerros e bois magros para engorda) também causam na cadeia.
Broadcast Agro: Mas na prática, como funciona a rastreabilidade da carne bovina para o Carrefour?
Vicente: Todos os frigoríficos fornecedores de carne assinam, por exemplo, um documento no qual se comprometem a investir em rastreabilidade e sustentabilidade dentro da cadeia de compra direta e indireta, estimulando, também, o engajamento dos produtores. Este é um primeiro passo na etapa de governança – o Carrefour passa a ter um fornecedor (de carne bovina) que deve investir na cadeia para poder avançar no processo de conhecimento sobre quem é o fornecedor direto e indireto dele. Posto isso, temos as questões de governança ligadas a contratos comerciais mais rígidos, que preconizam inclusive bloqueios e sistemas de bloqueios gradativos. Assim, se, em qualquer momento, no nosso monitoramento, for detectado que houve algum tipo de não-compliance com a nossa política, automaticamente o frigorífico é notificado e nós informamos que não permitimos aquilo e pode haver uma penalidade, como suspensão da compra atual ou mesmo suspensão do fornecedor, caso a reincidência seja frequente. Acho que este é um ponto importante porque faz parte de um processo contratual.
Broadcast Agro: O Carrefour é a maior rede varejista do País. É também o maior comprador de carne bovina?
Vicente: Sim. Mas, apesar de sermos os maiores compradores, não necessariamente temos a maior concentração de compras dentro de determinadas regiões. Porque há mercados regionais nos quais temos poucas lojas e a incidência de compras é menor. De todo modo, todo frigorífico que fornece para nós é obrigado a passar a origem de compra deles, ou seja, de quais fazendas adquiriram o boi. Temos também uma ferramenta de monitoramento – a única rede varejista do País que dispõe disso -, em parceria com a Agrotools, que monitora as fazendas de onde a matéria-prima se originou e, automaticamente, faz o cruzamento de todos os critérios que não são permitidos dentro da nossa política, como áreas desmatadas ilegalmente, embargadas pelo Ibama, fazendas na lista do trabalho escravo, invasão de reservas ambientais e áreas indígenas. Todos os dados são rodados nesta ferramenta, que indica se aquela compra veio de uma fazenda com algum problema. A segunda etapa é que, pelo fato de nós trabalharmos neste monitoramento há muitos anos, conseguimos mapear as regiões que têm maior risco de incidência de desmatamento. Nessas regiões, exigimos dos frigoríficos uma maior acurácia na fiscalização dos seus fornecedores de gado. Ou seja, já há um monitoramento rotineiro e outro ainda mais rigoroso nessas regiões.
Broadcast Agro: Grandes empresas frigoríficas, como JBS, Minerva e Marfrig, lançaram recentemente ambiciosas iniciativas no sentido de monitorar a cadeia produtiva bovina como um todo (com fornecedores diretos e indiretos) e também frear o desmatamento da Amazônia e outros biomas associado à pecuária. Neste cenário, o Carrefour viu alguma mudança de atitude desses frigoríficos na relação com o hipermercado?
Vicente: Sim, tem mudado, sobretudo na compreensão de por que precisamos ter cada vez mais essas indústrias da carne investindo na cadeia produtiva. Acreditamos também que essas iniciativas trazem uma mudança no sentido de dar maior visibilidade para os processos dos frigoríficos ligados às questões ambientais e que agora estão sendo expostas. Assim, talvez o que tenha mudado é a oportunidade de eles mostrarem suas próprias cadeias produtivas e, principalmente, reconhecer a fragilidade que existe em todos os setores.
Broadcast Agro: Aumentou a transparência então?
Vicente: Acho que aumentou a possibilidade de trazer este tipo de informação para a frente (como os frigoríficos efetivam suas compras de animais). Isso garante maior visibilidade para o público em geral e também atende às maiores pressões por parte dos investidores, no sentido de garantir uma cadeia socioambiental sustentável.
Broadcast Agro: Conforme o monitoramento do Carrefour, irregularidades diminuíram na cadeia de carne bovina?
Vicente: São raros os casos em que identificamos alguma irregularidade. De certa forma, temos uma compra bastante verificada em relação ao processo, estabelecido há algum tempo. O que identificamos agora é que se abriu uma possibilidade, cada vez mais próxima, de nós fazermos com a carne bovina o mesmo que já estamos fazendo com a suína. Poderemos ter a oportunidade de, em alguns casos e regiões, fazer a rastreabilidade dos bovinos desde o nascimento do bezerro.
Broadcast Agro: Mas para isso vocês vão precisar da parceria dos frigoríficos. Afinal, eles centralizam as compras dos bois. Há alguma em vista?
Vicente: Não exatamente. O que estamos fazendo, em primeiro lugar, é nos aproximar de todos os nossos fornecedores regionais, desde os grandes até os médios e pequenos frigoríficos, apresentando nossa agenda. A ideia é tentar engajar os frigoríficos, convencendo-os de que não tem volta a rastreabilidade e isso em todas as cadeias alimentares. Para sermos líderes, devemos fazer com que os frigoríficos entendam que isso não é uma agenda exclusiva do Carrefour. Não adianta eu, como único varejista, instituir isso nas minhas regras porque eu perco em competitividade – já que, se eu pressionar demais o frigorífico, ele vai vender para outra rede varejista. Assim, os frigoríficos têm de se convencer que sustentabilidade e rastreabilidade não são questão de `moda`. Na verdade, a rastreabilidade está se transformando em algo realmente útil sob o ponto de vista sanitário, de controle, de origem, para ver se o produto não passa por algum tipo de problema. Esse diálogo já tem sido travado e temos percebido que há um aderência quase que natural porque todos (consumidor, varejo e investidores), de certa maneira, estão cobrando isso da indústria frigorífica.
Broadcast Agro: O Carrefour concretizou recentemente programas de expansão, com a aquisição, por exemplo, do BIG e também com maiores investimentos no Atacadão, que são dois `atacarejos`. A mesma política de rastreabilidade que o grupo aplica nos hipermercados aplica nos atacarejos?
Vicente: Essas políticas são transversais no Grupo Carrefour e não se distinguem por causa do tipo de negócio. Os atacados (atacarejos) já contam com o mesmo sistema de verificação de dados sobre a origem da carne bovina, por exemplo. Existe, é claro, uma diferença de mix de produtos entre o atacado e o varejo – no atacado estão à venda cerca de 4.500 artigos, de diferentes categorias. No hipermercado, cerca de 60 mil. Então há uma diferença grande em relação a categorias à venda e à sua profundidade. Mesmo assim, nossas políticas de rastreabilidade e sustentabilidade se aplicam a todo o grupo. Se o cliente vai no Atacadão, encontra ali uma carne bovina rastreada do mesmo modo com que foi feito no hipermercado, ou num mercado de bairro ou numa loja express. Um ponto importante é que o alimento vendido por nós seja acessível, então não podemos transformar sustentabilidade e rastreabilidade em uma coisa de nicho. Uma comida rastreada não precisa ser cara. Isso é uma das iniciativas previstas no `Act for Food`, um amplo programa do Carrefour global, que pretende tornar a comida saudável, controlada, sustentável, acessível sob o ponto de vista econômico e também em relação às informações que ele recebe sobre ela. Somos varejistas de massa e precisamos levar esses conceitos para grande parte da população.
Broadcast Agro: Quais os próximos investimentos do Grupo Carrefour na direção da rastreabilidade e sustentabilidade?
Vicente: Temos ampliado bastante o contato do consumidor com a nossa tecnologia. Recentemente, inserimos no aplicativo do Carrefour uma ferramenta que fornece ao cliente mais informação ainda sobre a rastreabilidade dos alimentos. E, de modo geral, visamos avançar mais ainda nessa questão, ampliando o número de cadeias produtivas na nossa plataforma para que tenhamos cada vez mais produtos rastreados.
Broadcast Agro: Quais produtos estão na fila agora?
Vicente: Temos alguns no setor de fruticultura, mas não posso abrir agora. Só posso dizer que frutas, legumes e verduras e produtos frescos terão cada vez mais este tipo de tecnologia de rastreabilidade à disposição
Fonte: Broadcast Agro
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou de 2,2% para 2,6% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB – soma de todos os bens e serviços produzidos no país) do setor agropecuário para este ano, na comparação com 2020. Os dados, divulgados hoje (23) pelo órgão, indicam também avanço de 2,7% para a produção vegetal e de 2,5% para a produção animal.
De acordo com o Ipea, a razão da revisão para cima foi a melhora no resultado esperado de itens importantes tanto na produção vegetal como animal no ano. O Ipea alerta, no entanto, que a crise hídrica “pode prejudicar mais do que o previsto a produção vegetal, e ao segmento da pecuária de bovinos, que ainda tem incertezas relativas à oferta e à demanda”.
Produção vegetal
Na produção vegetal, a projeção do crescimento de 2,7% no ano deve ocorrer apesar da queda esperada nas culturas, como o café (-21%), o algodão (-19,7%), o milho (-3,9%) e a cana-de-açúcar (-3,1%). A retração nesses segmentos não será “suficiente para comprometer o bom desempenho geral da agricultura sustentada nas altas da produção de soja (9,4%), do arroz (2,8%) e do trigo (27,9%)”.
Produção animal
Já na produção animal, a alta de 2,5% no ano deve ser favorecida pelo crescimento de todos os segmentos conforme a projeção em bovinos (0,9%), nos suínos (6,8%), nas aves (6,5%), no leite (3,2%) e nos ovos (2,3%). O levantamento destacou que mesmo positivo, o desempenho da carne bovina ficou aquém do esperado, compensado pela forte alta de suínos e aves.
Para o pesquisador associado do Ipea e um dos autores do estudo Pedro Garcia, o aumento do consumo de suínos e frangos compensou a desaceleração da carne bovina. “A produção de suínos e frangos foi impulsionada pelo aumento do consumo em substituição ao da carne bovina, que permanece com preço elevado e oferta limitada de animais para abate”.
Riscos
A pesquisa chamou atenção ainda para os principais riscos relacionados ao setor. A necessidade de poupar água para a geração de energia hidrelétrica pode interferir na produção vegetal, agravada pela ocorrência de choques climáticos adversos no centro-sul. Na produção animal, o risco permanece com “uma possível frustração na projeção de crescimento da produção de bovinos, que pode ser impactada por uma recuperação na oferta de animais mais lenta do que o projetado”.
O levantamento considerou as estimativas do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e em projeções próprias para a pecuária a partir de dados das Pesquisas Trimestrais do Abate, Produção de Ovos de Galinha e Leite.
Fonte: Agência Brasil
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê um aumento de 5,7% na produção nacional de grãos. Com isso, a colheita esperada é de 271,7 milhões de toneladas, número que apresenta um acréscimo de 14,7 milhões de toneladas, na comparação com o que foi produzido em 2019/2020.
A Conab prevê também o crescimento de 4,1% na área plantada. Isso equivale a um acréscimo de 2,7 milhões de hectares, para um total de 68,6 milhões de hectares utilizados para a produção, que tem, como destaque, a soja (aumento de 4,2% ou 1,6 milhão de hectares) e o milho segunda safra (aumento 8,8%, ou 1,2 milhão de hectares).
Os dados constam do 8º Levantamento da Safra 2020/2021 de Grãos, divulgado hoje (12) pela Conab. De acordo com a companhia, o resultado se deve à produção recorde da soja e ao aumento estimado do milho total.
“A situação das culturas de primeira safra, com exceção do milho e arroz, está no encerramento da colheita. Para as de segunda safra, caso do feijão, predominam os estágios de floração e enchimento de grãos. Já quanto ao milho segunda safra, em face do atraso na semeadura, mas com um percentual significativo de desenvolvimento vegetativo e floração, a cultura dependerá das condições climáticas. Já no caso das culturas de inverno, o plantio se intensifica este mês, mas dependerá do volume das precipitações”, informou a Conab.
Soja e milho
De acordo com a Conab, o volume representa um novo recorde. Na comparação com a estimativa anterior, divulgada em abril, há uma redução de 2,1 milhões de toneladas, motivada principalmente pelo atraso da colheita de soja e, consequentemente, do plantio de grande parte da área do milho segunda safra fora da janela ideal. A redução na produtividade do cereal foi influenciada também pela baixa ocorrência de chuvas.
A previsão é que a soja registre produção recorde, de 135,4 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 8,5% (ou 10,6 milhões de toneladas), na comparação com a safra registrada entre 2019 e 2020. Com isso, segundo a Conab, “o Brasil assegura o título de maior produtor mundial da leguminosa”.
A produção total estimada para o milho é de 106,4 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 3,7% em relação à de 2019/2020. De acordo com a companhia, serão produzidos 24,7 milhões de toneladas na primeira safra; 79,8 milhões na segunda safra; e 1,9 milhão na terceira.
Algodão, arroz e feijão
A estimativa para a produção de algodão é de 6 milhões de toneladas para o caroço, o que corresponde a 2,4 milhões de toneladas de pluma. O arroz deve chegar a 11,6 milhões de toneladas, número 3,9% maior do que o da safra anterior.
O feijão terá uma redução de 3,6% no acumulado das três safras, totalizando 3,1 milhões de toneladas; e a produção de amendoim aumentará 7,1% na produção, na comparação com a safra de 2019/20, devendo resultar em uma colheita de 597 mil toneladas.
Fonte: Agência Brasil
A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve atingir o recorde de 264,5 milhões de toneladas em 2021. Com isso, a produção deve superar em 4,1% a de 2020, que somou 254,1 milhões de toneladas.
Os dados constam da estimativa de abril do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgada hoje (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar do recorde, a projeção de abril para a safra de 2021 é 0,2% menor do que a feita em março, o que representa 409,9 mil toneladas a menos.
“É a primeira vez que temos queda na estimativa mensal neste ano. Isso ocorreu porque há três safras no Brasil e houve atraso no plantio da primeira safra, conhecida como safra verão ou ‘das águas’. Isso atrasou a colheita da soja e, consequentemente, o plantio da segunda safra”, disse, em nota, o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.
De acordo com o pesquisador, na segunda safra ou a “safra das secas”, as chuvas são mais restritas. “Essa safra, consequentemente, foi plantada tardiamente. Há uma condição de insegurança climática maior e está faltando chuva. Então o que está caindo é a produção da segunda safra”, acrescentou Barradas.
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos do grupo de grãos, cereais e leguminosas e, somados, representam 92,9% da produção. Segundo o IBGE, outro recorde é esperado na safra da soja, que deve chegar a 131,9 milhões de toneladas, uma alta de 8,6%, ou 10,4 milhões de toneladas, na comparação com o ano anterior.
“Quase toda a produção da soja foi colhida na safra verão. Até faltou um pouco de chuva, mas a partir de dezembro as chuvas voltaram e houve uma boa produtividade”, afirmou Barradas.
Já a estimativa da produção do milho grão caiu 0,5% em relação à feita no mês anterior e deve chegar a 102,5 milhões de toneladas. Apesar dos aumentos de 5,6% na área plantada e de 5,9% na área a ser colhida, a safra deve ser 0,7% menor do que no ano anterior.
“Como a colheita da soja atrasou, consequentemente o plantio da segunda safra do milho também atrasou. É ela que está no campo agora e, como está faltando chuva, as estimativas estão caindo. Só no Paraná, em relação ao mês anterior, houve uma queda na estimativa de produção da segunda safra do milho de 8,6%, o que representa 1,2 milhão de toneladas”, explicou o pesquisador.
A estimativa de produção da batata-inglesa aumentou 5,7% em relação a março. Considerando as três safras, a produção deve chegar a 3,9 milhões de toneladas. “Há um aumento de 15,1% na primeira safra em relação ao ano anterior. É uma cultura que varia muito com o preço. Se o preço aumenta, os produtores plantam mais. Foi o que aconteceu na primeira safra, que teve uma boa produção.”
Segundo o levantamento, o café deve ter sua produção reduzida em 24,3% frente ao ano passado, chegando a 2,8 milhões de toneladas.
“No Brasil, há dois tipos de café. Um é o arábica, que representa 75% da safra, e o outro é o canephora ou conillon, que representa 25%. E há no cafeeiro do tipo arábico a bienalidade, ou seja, quando em um ano a produção é muito boa, no ano seguinte ela é menor, devido à exaustão das plantas. No ano passado, tivemos um recorde de produção de café arábica, então esse declínio é esperado, porque é próprio da fisiologia da planta”, informou o pesquisador.
A cana-de-açúcar teve sua produção estimada em 654,7 milhões de toneladas, uma redução de 2,1% em relação à estimativa de março. Já em comparação à produção de 2020, a queda é de 3,4%. Isso representa 23,2 milhões toneladas a menos.
“Regionalmente, as regiões Sul (11,7%), Sudeste (6%), Norte (1,3%) e Nordeste (4,1%) tiveram acréscimos em suas estimativas. A produção do Sul deve chegar a 81,6 milhões de toneladas, o que equivale a 30,9% do total do país e a do Sudeste, 27,3 milhões de toneladas (10,3% do total). O Nordeste deve produzir 23,5 milhões (8,9% do total) e o Norte, 11,1 milhões (4,2% do total). Já o Centro-Oeste deve produzir 120,9 milhões de toneladas em 2021 (45,7%), com a queda de 0,7% em sua estimativa”, informou o IBGE.
Segundo a pesquisa, entre as unidades da Federação, Mato Grosso lidera, com uma participação de 27,2% na produção total do país, seguido pelo Paraná (15,3%), Rio Grande do Sul (13,4%), por Goiás (9,8%), Mato Grosso do Sul (8,3%) e Minas Gerais (6,4%), que, somados, representaram 80,4% do total nacional.
Fonte: Agência Brasil
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevou de 1,5% para 2,2% a estimativa de crescimento do setor para este ano nesta terça-feira (23), com base em estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A nova estimativa leva em conta projeções atualizadas para a produção agropecuária e uma revisão metodológica.
Para este ano, os pesquisadores projetaram um aumento de 2,3% no valor adicionado da produção vegetal e 1,9% no valor adicionado da produção animal.
Na produção vegetal, o destaque é a nova safra recorde de soja, que tem alta prevista de 7,3%, sendo a única cultura entre as mais importantes da lavoura com perspectiva de crescimento elevado em 2021.
Na produção pecuária, a projeção é de crescimento em todos os segmentos, principalmente na produção de aves (3,8%). O desempenho positivo também é previsto para os segmentos de bovinos (1,5%), leite (1,7%), suínos (1,7%) e ovos (2,3%).
Para Pedro Garcia, pesquisador associado do Ipea e um dos autores do estudo, “o segmento de bovinos causa certa preocupação, apesar da alta estimada de 1,5%, porque o nível de abates no sistema de inspeção federal, que serve como uma proxy da produção bovina, foi muito baixo em janeiro”. Isso indica uma oferta pequena de animais bovinos para abate no início de 2021.
“Nossa expectativa é que isso melhore no segundo semestre de 2021, mas essa oferta baixa no começo do ano pode prejudicar o segmento de bovinos e impactar negativamente a estimativa que temos para o resultado total do setor agropecuário no ano.”
Fonte: G1
O preço do quilo do tomate apresentou alta cumulada nos últimos 12 meses de 33%, segundo o Dieese Pará. O levantamento é realizado em feiras livres e supermercados da capital.
Em janeiro de 2020, o preço do quilo do tomate foi comercializado, em média, a R$ 4,82. O produto encerrou o ano passado custando, em média, R$ 6,54 e no mês de janeiro de 2021 foi vendido a R$ 6,42, em média.
Apesar da queda de preço de 1,83% em janeiro com relação a dezembro, nos últimos 12 meses a alta acumulada no preço do produto foi bem superior a inflação de 5,53% calculada para o mesmo período.
Mas, segundo o Dieese Pará, a tendência para este mês de fevereiro continua sendo de queda no preço do tomate.
Fonte: G1
Portaria publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Diário Oficial da União de hoje (22) institui o Comitê de Crise visando o monitoramento de ações e a proposição de estratégias que visem minimizar os impactos do novo coronavírus no funcionamento da agropecuária e abastecimento de alimentos para a população brasileira.
De acordo com a portaria nº 37, esse comitê subsidiará o ministério na tomada de decisões durante o período em que as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública estiverem em vigor.
O comitê será composto por integrantes do gabinete da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e das secretarias Executiva; de Agricultura Familiar e Cooperativismo; de Comércio e Relações Internacionais; de Defesa Agropecuária; de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação; e de Política Agrícola.
Também integrarão ao grupo representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A coordenação do Comitê de Crise ficará a cargo do secretário de Política Agrícola.
Caberá ao comitê fazer análises de produção, mercado, infraestrutura, percepções da sociedade e produtos agropecuários; analisar cenários e produzir diagnósticos para subsidiar a gestão do Ministério da Agricultura; analisar e acompanhar questões com potencial de risco, de forma a prevenir a ocorrência de crises, bem como de articular seu gerenciamento, em caso de grave e iminente ameaça ao abastecimento de produtos e insumos agropecuários; e propor ações de que contribuam para a manutenção do abastecimento da população brasileira.
Entre as ações a serem implementadas pelo comitê estão os monitoramentos de varejo em supermercados e redes de distribuição; casas agropecuárias; redes de transportes; varejões e feiras; rede de distribuição de produtos químicos; e em redes de distribuição de nutrição animal.
Também estão previstas ações de monitoramento em indústrias e na distribuição de produtos. Esse gerenciamento será feito por meio de associações, tendo como foco atividades de produção de insumos básicos ou intermediários para uso nas atividades industriais que alimentam ao setor; atividades de produção de insumos agropecuários; e atividades de produtos finais.
A médio e longo prazo, a portaria prevê ações que visam ajustes estruturais, criando cenários futuros e propostas sobre impactos que poderão advir nos sistemas produtivos, mercados e demanda. Pretende também alinhar esses cenários aos cenários nacionais e internacionais; promover discussões internas e externas; e propor alternativas e soluções.
Fonte: Agência Brasil
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio cresceu 2,37% em novembro e chegou a uma alta acumulada de 19,66% em 11 meses (janeiro a novembro) em 2020, em relação ao mesmo período de 2019, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Com este resultado no ano, aumentam as perspectivas de um resultado recorde para 2020. “O PIB do agronegócio cresceu lentamente em abril e em maio, devido aos impactos negativos da pandemia sobre diferentes atividades do setor. Mas, com a forte aceleração verificada desde junho, a perspectiva de um crescimento recorde anual em 2020 vai se concretizando”, destaca o Comunicado Técnico.
O melhor desempenho de janeiro a novembro do ano passado foi para o setor primário, que teve expansão de 47,5%. Mas todos os segmentos tiveram alta no acumulado de 11 meses. O setor de serviços cresceu 17,06%, enquanto agroindústria e insumos tiveram elevações de 5,58% e 3,36%, respectivamente.
“É importante lembrar que a evolução do PIB do agronegócio reflete a evolução da renda real do setor, logo, sendo consideradas variações tanto de volume quanto de preços reais”, explicam CNA e Cepea no Comunicado. Tanto os ramos agrícola e pecuário tiveram expansão de janeiro a novembro do ano passado.
Agricultura – O ramo agrícola cresceu 18,16% no ano, reflexo do aumento de produção e alta de preços. “O importante crescimento do PIB reflete os preços maiores na comparação com o mesmo período de 2019 e a maior produção anual, com uma safra recorde de grãos e crescimentos também para o café, a cana-de-açúcar e o cacau”, explica o Comunicado.
Apesar do bom desempenho, CNA e Cepea ressaltam que o resultado do ano passado representa, em parte, uma recuperação de renda em relação ao período de 2017 a 2019, período em que, mesmo com aumento de produção, houve movimento desfavorável de preços.
Outro ponto a ser destacado foi a comercialização antecipada, o que fez com que a maior parte dos produtores não se beneficiasse da elevação de preços de 2020. Há, ainda, a alta dos custos de produção, que reduziu a margem dos produtores no ano passado.
Pecuária – No acumulado de janeiro a novembro, o ramo pecuário cresceu 23,08%, com alta para os agrosserviços (25,11%), atividade primária (24,85%), agroindústria (19,91%) e insumos (6,21%). O resultado é justificado pela elevação de preços das proteínas animais em relação a 2019, além da expansão da produção e abate de aves e suínos e da produção de ovos e leite.
“Mas, apesar dos preços maiores, o forte aumento nos custos de produção tem afetado negativamente as margens dentro da porteira e na agroindústria. Além dos insumos de alimentação, que estão expressivamente encarecidos já que os grãos operam em patamares recordes, no caso da pecuária de corte, devem-se destacar também as fortes elevações do bezerro e do boi magro”, diz o Comunicado Técnico.
Novembro – O PIB mensal do agronegócio geral cresceu 2,37% em novembro passado, com expansão para os segmentos primário (5,29%), agroindustrial (0,91%) e de agrosserviços (1,88%), e resultado estável para o segmento de insumos (0,09%), na comparação com novembro de 2019.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA
Os preços da maçã, banana e melancia subiram fortemente na maioria dos mercados em dezembro, mostra o primeiro Boletim Prohort de 2021, divulgado hoje (27) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O boletim destaca que os preços no último mês do ano, “como de costume”, refletem o impacto do verão e das festas de fim de ano sobre o comportamento do consumidor.
No caso da melancia, o preço do quilo chegou a subir 50% em Goiânia; 49% em Brasília; 31,9% em Recife, e 30,3% em Belo Horizonte. A alta ficou na casa de dois dígitos ainda em Curitiba (23,4%), Vitória (21,9%) e São Paulo (19,8%). A única queda foi registrada no Rio de Janeiro (3,49%). A causa para a alta foi a retração da oferta diante de uma explosão da demanda, segundo a Conab.
Em relação à banana, uma das principais frutas consumidas pelo brasileiro, foi registrada alta em todos os nove mercados pesquisados. O preço subiu mais forte em Belo Horizonte (37,9%), Rio de Janeiro (25%), Curitiba (23,5%), São Paulo (19,4%) e Brasília (17%). De acordo com a Conab, a demanda permaneceu normal para a época do ano, mas a produção, em especial da banana prata, segue caindo. Houve também aumento das exportações, sobretudo para a Argentina.
A alta da maçã, por sua vez, chegou a 30,3% em Brasília; 18,2% em Goiânia; 16,1% em Belo Horizonte, e 15,4% em Vitória. O preço também subiu em todos os demais mercados, com destaque para Curitiba (10%), Recife (9,4%) e Fortaleza (7,2%). Segundo a Conab, apesar de uma demanda reduzida no fim de ano, “observa-se a continuidade do movimento de redução da oferta”.
As exportações de frutas, no geral, subiram no mês passado, informou a Conab. O volume exportado chegou em dezembro com mais de 1 milhão de toneladas, cerca de 6% acima do ano anterior.
Tomate, batata e cenoura
Segundo o Boletim Prohort, o preço do tomate caiu na maioria dos mercados em dezembro, enquanto o preço da batata e da cenoura subiu.
No caso do tomate, apesar da alta da demanda, o preço caiu diante da maior oferta do produto. Em Goiânia, o preço chegou a cair 20,7%. Em Fortaleza, a queda foi de 18,3%. A redução chegou ainda a 15,7% em Belo Horizonte e 13,68% no Rio de Janeiro. Foi registrada alta em Recife (2,5%) e São Paulo (1,7%).
No caso da batata, o preço chegou a subir 14,22% em Belo Horizonte, 13,29% no Rio de Janeiro e 13,03% em Goiânia. Houve alta também em Brasília (9%), Vitória (7,8%) e Curitiba (7,3%). As únicas quedas foram registradas em Fortaleza (11,5%) e Recife (4,1%).
Em relação à cenoura, a alta chegou a 12,8% em São Paulo, 7,9% no Rio de Janeiro, 6,3% em Curitiba e 4,1% em Vitória. Por outro lado, o preço caiu em Goiânia (12,9%), Fortaleza (8,7%) e Recife (3,5%).
O Boletim Prohort acompanha mês a mês os preços de hortaliças e frutas nos centros de distribuição de nove capitais: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Goiânia, Brasília, Recife e Fortaleza.
Fonte: Agência Brasil
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio cresceu 16,8% entre janeiro e outubro de 2020, na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A expansão refletiu a safra recorde de grãos da temporada 2019/2020 e as altas na produção de suínos, aves, ovos e leite.Contribuíram ainda o forte avanço dos preços agropecuários, resultado do aumento do consumo doméstico e externo, e do alto patamar da taxa de câmbio.No ramo agrícola, o PIB teve alta de 14,55% até outubro de 2020, enquanto no setor pecuário, o avanço foi de 21,95%.
Fonte: G1
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2020 alcançou R$ 871,3 bilhões, tornando-se o maior da série histórica desde 1989. O crescimento real foi de 17%. O segundo melhor resultado ocorreu em 2015, com R$ 759,6 bilhões. Os dados já incluem as estatísticas de dezembro do ano passado.
As lavouras tiveram faturamento de R$ 580,5 bilhões, alta de 22,2%, e a pecuária, de R$ 290,8 bilhões, incremento de 7,9%. De acordo com nota técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os produtos que mais contribuíram para o resultado foram o milho, com crescimento real de 26,2%, a soja, com 42,8%, a carne bovina, com 15,6%, e a carne suína, com 23,7%.
O faturamento da soja, do milho e da carne bovina foi de R$ 243,7 bilhões, R$ 99,5 bilhões e R$ 126,3 bilhões, respectivamente. Destaca-se ainda a contribuição positiva da produção de ovos em 2020.
Segundo a pasta, as variáveis determinantes para os resultados estão relacionadas aos preços dos produtos no mercado interno, às exportações favoráveis para grãos e carnes e à produção da safra de 2020.
Produção
As primeiras estimativas para 2021 indicam crescimento do VBP de 10,1% (R$ 959 bilhões). Os principais destaques são arroz (17,3%), batata inglesa (22,1%), cacau (14,7%), mandioca (10,9%), milho (17,7%) e soja (24,4%). Há ainda boas expectativas para a pecuária, em especial bovinos, suínos, frangos e leite.
O ranking dos principais produtos em 2021 aponta para a soja, o milho, café e algodão, responsáveis por 82,6% do faturamento esperado para as lavouras.
Na pecuária, bovinos, frangos e leite devem liderar os resultados do VBP, com participação de 85,9% no faturamento.
A lista dos estados campeões na agropecuária deve permanecer com Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
VBP
O Valor Bruto da Produção Agropecuária mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. É calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.
O valor real da produção, descontada a inflação, é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getulio Vargas. A periodicidade é mensal, com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.
Fonte: Agência Brasil
A safra nacional de grãos deve atingir mais um recorde, o terceiro consecutivo, neste ano, com 260,5 milhões de toneladas, um crescimento de 2,5% em relação a 2020. As informações estão no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (13), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, a estimativa final para a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2020 totalizou 254,1 milhões de toneladas.
A soja continua em alta: as estimativas iniciais de 129,7 milhões de toneladas indicam um aumento de produção de 6,8% (8,2 milhões de toneladas) em relação ao que foi colhido no ano passado e de 1,5% em relação ao segundo prognóstico, divulgado em dezembro.
Já para o milho é esperada uma queda de 1,5% (menos 1,5 milhão de toneladas) em relação a 2020, embora tenha havido um aumento de 1,6% frente à estimativa anterior.
“Em função dos preços mais compensadores da soja, em relação ao milho, os produtores são estimulados a ampliar suas áreas de cultivo da oleaginosa, que em 2021 deve representar mais de 57% da área total utilizada para o plantio de grãos do país”, disse, em nota, o analista de Agropecuária do IBGE, Carlos Barradas.
De acordo com o levantamento, a produção de algodão herbáceo, após três anos de recordes, deve chegar a 6,1 milhões de toneladas, com redução de 0,6% em relação ao segundo prognóstico e de 14% em relação ao que foi colhido em 2020.
“A safra de algodão herbáceo vinha crescendo para atender à demanda internacional. Mas o algodão é usado principalmente para a confecção de roupas e, com a pandemia da covid-19, essa demanda caiu, influenciando na decisão de plantio da próxima safra”, afirmou Barradas.
Para o arroz, esta terceira estimativa de 11 milhões de toneladas aponta aumento de 0,8% na produção em relação ao prognóstico anterior, mas ainda há declínio, também de 0,8%, em relação a 2020.
“Nos últimos meses, os preços do arroz atingiram patamares elevados, levando o governo a zerar as tarifas de importação para contê-los. O Rio Grande do Sul é responsável por quase 70% da produção nacional, e suas lavouras são irrigadas e associadas à alta tecnologia e manejo adequado, permitindo alcançar altas produtividades”, disse o analista.
Safra de 2020
A safra de grãos de 2020 somou 254,1 milhões de toneladas e também foi recorde. De acordo com a última estimativa do ano, ficou 5,2% (12,6 milhões de toneladas) acima da colheita de 2019 (241,5 milhões de toneladas).
O arroz, o milho e a soja somaram 92,7% da estimativa da produção e 87,1% da área colhida. Em relação a 2019, foi verificada alta de produção de 7,1% para a soja, de 7,7% para o arroz, de 2,7% para o milho (2,3% na primeira safra e 2,8% na segunda) e de 2,8% para o algodão herbáceo.
Entre as regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, com 121,7 milhões de toneladas (47,9%); Sul, com 73 milhões de toneladas (28,8%); Sudeste, com 25,7 milhões de toneladas (10,1%); Nordeste, com 22,6 milhões de toneladas (8,9%) e Norte, com 11 milhões de toneladas (4,3%).
Segundo o IBGE, estado do Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com participação de 28,7%, seguido pelo Paraná (15,9%), Rio Grande do Sul (10,3%), Goiás (10,3%), Mato Grosso do Sul (8,7%) e Minas Gerais (6,2%), que, somados, representaram 80,1% do total nacional.
Fonte: Agência Brasil
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro crescerá 3% em 2021, enquanto o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) aumentará 4,2% no ano que vem, estimou nesta terça-feira (01) a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A entidade ponderou que há preocupações climáticas para as principais safras que podem ajustar a oferta de grãos.
O setor deve perder ritmo no próximo ano em relação a 2020, com crescimento do PIB estimado em 9% e uma expansão de 17,4% no VBP.
Mas, além da forte base do PIB deste ano, a expansão será mais moderada em 2021 por conta de uma menor alta de preços, visto que os valores dos principais produtos atingiram recordes em 2020 em meio à pandemia e à disparada do dólar, disse o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, a jornalistas.
Em nota sobre perspectivas para 2021, a CNA disse também prever um equilíbrio da oferta e da demanda mesmo com a expectativa de produção maior para a maioria dos alimentos.
Os técnicos destacaram também que, na questão dos preços, a pandemia desregulou os mercados, proporcionando fortes altas, que inclusive no país estiveram ligadas ao pagamento dos auxílios emergenciais, que aumentaram a demanda por alimentos básicos.
Contudo, a CNA acredita que um dos fatores que pode ditar o cenário para 2021 será a intensidade do La Niña, com potencial de afetar especialmente a colheita da região Sul do Brasil, com eventuais impactos nos preços.
“Tem a questão climática que vai afetar seriamente a oferta…”, disse o especialista, lembrando que o plantio da soja foi atrasado e impactará a segunda safra.
“Certamente vai comprometer a safra de milho do ano que vem (plantada após a soja), a safra de milho verão do Rio Grande do Sul também foi afetada”, disse Lucchi.
“Não vamos deixar de ter uma safra recorde, mas poderíamos ter uma safra muito maior, não fosse a questão climática… Em milho, temos preocupação, a produção vai estar muito ajustada com o consumo”, completou.
Segundo a CNA, produtores de soja, milho e algodão, que têm mais mecanismos para travar os custos com vendas antecipadas, deverão sofrer menos com questões relacionadas aos preços dos insumos, que tendem a ser impactados ainda pelo câmbio.
Além disso, o preço do milho, um dos principais componentes das rações para animais, está em patamares recordes, e as indicações de especialistas são de que as cotações seguirão firmes até pelo menos a entrada da segunda safra brasileira, a maior do cereal do país, apenas em meados de 2021.
Reformas
A entidade acredita que uma recuperação consistente da economia dependerá da “superação de desafios internos como a aprovação das reformas administrativa e tributária”.
Para a CNA, as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que tratam da reforma tributária em discussão no Congresso Nacional “impactam o setor e a sociedade negativamente”.
“A CNA defende uma simplificação do sistema tributário e afirma que continuará atuando para evitar a elevação dos custos de produção da atividade agropecuária para manter a competitividade do Brasil no comércio internacional, além de impedir uma alta dos preços dos alimentos para a população em função de uma carga tributária maior para os alimentos”, afirmou.
Neste contexto, são necessárias “políticas públicas que garantam isenção tributária para os produtos da cesta básica”.
Questão ambiental
Questionado sobre a preocupação com fatores relacionados à preservação de meio ambiente e avanço da agropecuária, e seus impactos nos mercados globais para o Brasil, o presidente da CNA, João Martins, afirmou que o país “não está de braços cruzados” e tem trabalhando junto com o governo em programas de rastreabilidade, como é o caso do setor da pecuária.
Ele disse ainda que o governo brasileiro tem que determinar “claramente quais são as obrigações ambientais que serão cobradas dos produtores rurais”, tendo em vista que o país já tem uma “lei ambiental rigorosa”, e pode cumprir as exigências internacionais.
O superintendente técnico explicou que o Brasil precisa terminar de implementar temas do Código Florestal, como os pagamentos por serviços ambientais, e realizar a regularização fundiária, para que seja possível saber quem faz desmatamento ilegal e aquele que abre áreas com o consentimento da lei.
Fonte: G1
Fonte de geração de 13 milhões de empregos e receita superior a 1 bilhão de dólares em exportação, de acordo como Anuário Brasileiro de Horti & Fruti 2020, a cadeia de hortifrúti no Brasil está mudando de patamar diante da necessidade de adotar a rastreabilidade em frutas e hortaliças. Para discutir a importância de adequação às regras, legislação, suas implicações e impactos, representantes de instituições públicas e privadas participam de um encontro nesta terça-feira (10), às 16 horas, com transmissão pelo canal da Embrapa no Youtube.
A organização é da Embrapa Instrumentação (São Carlos SP), com moderação do pesquisador Marcos David Ferreira, especialista em pós-colheita. Ele diz que a proposta do debate é contribuir para o esclarecimento das regras em torno da rastreabilidade de frutas, legumes e vegetais, os chamados FLVs.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Glauco Bertoldo, abre o debate. Ele vai abordar a importância da rastreabilidade de produtos vegetais frescos destinados à alimentação humana, tratar da legislação, da Instrução Normativa Conjunta (INC) N° 2 de 07/02/2018, elaborada pelo Mapa e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
Bertoldo ainda também vai esclarecer a responsabilidade, outras normativas, conceito, exemplos, informações de rotulagem, registros caderno de campo, grupos hortifrúti com inicio de vigências, Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em produtos de origem vegetal (PNCRC Vegetal).
Já a coordenadora de Relacionamento com a Indústria do Senai no Instituto Senai de Tecnologia em alimentos e Bebidas do Estado de São Paulo, Viviane Cremaschi Lima, vai explorar a importância da rotulagem na rastreabilidade de frutas e hortaliças. Baseadas em exigência legais, a coordenadora vai explicar qual é o papel fundamental dos rótulos na rastreabilidade.
Nilson Gasconi, Executivo de Desenvolvimento Setorial na aplicação dos padrões do Sistema GS1 para o setor de alimentos, especificamente em frutas, legumes, verduras, carnes e agronegócio vai discutir a importância de identificar para rastrear, a conexão entre os elos da cadeia produtiva.
Segundo ele, com a globalização dos mercados e atendimento às legislações existentes, o fluxo de informação dos produtos se torna essencial. Dar identidade aos produtos são primícias básicas e fator competitivo que agrega mais informações aos produtos como a Identificação Global, n° de Lote, Data de Validade, etc, diz Gasconi.
A nova legislação, impactos e oportunidades para o setor de FLVs ficará por conta do diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), José Eduardo Brandão Costa.
O diretor vai apresentar um panorama atualizado da fruticultura brasileira, o conceito e a importância da rastreabilidade para a exportação e mercado interno, além de mostrar como os produtores estão se adaptando, com destaque para as dificuldades encontradas. Ele ainda vai mostrar como a legislação poderá impactar o consumo de FLVs no Brasil.
O pesquisador da Embrapa Instrumentação, Marcos David Ferreira, encerra as discussões traçando um panorama sobre alimento seguro e rastreabilidade, possibilidades e desafios da adoção desse procedimento no país.
Ele adianta que o tema rastreabilidade, que integra a programação do Curso Tecnologia Pós-Colheita em Frutas e Hortaliças http://poscolheita.cnpdia.embrapa.br/ e outros de importância para o setor serão tratados em formato diferenciado em 2021. Por meio de recursos oriundos de emenda parlamentar do deputado federal Vitor Lippi, a realização vai ocorrer no Ambiente Virtual de Aprendizado (AVA) da Embrapa. O curso, que entra em sua VII edição no próximo ano, será realizado de 23 a 27 de agosto.
GOVERNO amplia prazo para a adoção
A rastreabilidade é entendida como um conjunto de procedimentos que permitem identificar a origem e acompanhar a movimentação de um produto ao longo da cadeia produtiva. Por meio da rastreabilidade é possível saber qual é o produto, de onde ele veio e para onde ele vai.
Considerada fundamental para o controle de qualidade e segurança de alimentos, a obrigatoriedade de rastrear os FLVs foi determinada pela INC 2/2018 e tinha prazo final para entrar em vigor em agosto deste ano.
No entanto, uma outra INC, a de N° 1 de 15 de abril de 2019 (1/19) ampliou em um ano os prazos de adequação às regras de rastreabilidade para alguns produtos, com data final para agosto de 2021. Assim, os produtores rurais têm condições de se adequarem às novas regras.
Um dos principais objetivos da norma é assegurar ao consumidor produtos vegetais sem irregularidades no uso de agrotóxicos e contaminantes. Para facilitar a adaptação, foi estabelecido um cronograma de implementação para grupos de culturas conforme a nova instrução.
Um balanço divulgado na 54ª convenção da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), ocorrida no final de outubro, aponta que o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de ALIMENTOS (RAMA) rastreou no ano passado 1,9 milhão de toneladas de FLV, enquanto em 2018 o total foi de 1,4 milhão de toneladas. O programa da ABRAS está atuante em 10 estados brasileiros, em 264 municípios, com 948 fornecedores.
Fonte: Empraba
A produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas para 2021 deve atingir 253,2 milhões de toneladas, uma alta de 0,5% em relação a 2020, o que equilvale a 1,248 milhão de toneladas. É o que prevê a primeira estimativa da produção nacional, divulgada hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o instituto, a previsão de aumento ocorre principalmente na produção da soja, com crescimento de 4,6% ou 5,6 milhões de toneladas, e do milho primeira safra, que deve subir 1,7% ou 445 mil toneladas. Por outro lado, deve ocorrer declínios da produção do milho segunda safra (-5,4% ou 4 milhões de toneladas), do arroz (-2,4% ou 260, 5 mil toneladas), do algodão herbáceo (-11,9% ou 837,9 mil toneladas), do feijão primeira safra (-2,2% ou 28,5 mil toneladas), do feijão segunda safra (-4,5% ou 45,4 mil toneladas) e do feijão terceira safra (-6,5% ou 38,6 mil toneladas).
Sobre a área plantada prevista, o IBGE indica que cresceram a soja em grão (1,2%), o milho em grão primeira safra (1,7%) e o milho em grão segunda safra (1,0%). Devem ocorrer variações negativas nas áreas do algodão herbáceo em caroço (-8,6%), do arroz em casca (-1,1%), do feijão primeira safra (-0,3%), do feijão segunda safra (-3,1%) e do feijão terceira safra (-4,9%).
Safra 2020
A estimativa de outubro para a safra de 2020 alcançou 252 milhões de toneladas, o que é 4,4% superior à de 2019, quando foram produzidas 241,5 milhões de toneladas. A soja terá produção de 121,5 milhões de toneladas, o milho de 100,9 milhões de toneladas, sendo 26,6 milhões de toneladas na primeira safra e 74,2 milhões de toneladas na segunda. O arroz teve uma produção de 11,1 milhões de toneladas e, o algodão, de 7,1 milhões de toneladas.
A área a ser colhida em 2020 ficou em 65,3 milhões de hectares, aumento de 2,1 milhões de hectares frente a 2019, ou 3,3%. Os principais produtos são o arroz, o milho e a soja, que somam 92,6% da estimativa da produção e 87,1% da área a ser colhida.Na comparação com 2019, houve acréscimos este ano de 3,5% na área do milho, sendo 2,8% na primeira safra e de 3,8% na segunda; a área da soja cresceu 3,5% e a de algodão herbáceo aumentou 0,1%, enquanto o arroz apresentou queda de 1,1%. Na produção, houve altas de 7,1% para a soja, de 7,8% para o arroz, de 2,5% no algodão herbáceo e de 0,3% para o milho, sendo aumento de 2,5% na primeira safra e queda de 0,5% na segunda.
Na comparação com setembro de 2020, houve aumentos nas estimativas da produção do milho primeria safra (0,5%), do milho segunda safra (0,4%), do feijão primeira safra (0,2%) e da soja (0,1%). O IBGE registrou queda na comparação mensal na produção do algodão herbáceo (-0,2%), do feijão terceira safra (-0,6%), do feijão segunda safra (-1,6%), da uva (-3,2%, da cevada (-5,8%), do trigo (-6,3%) e da aveia (-9,5%).
Entre os estados, Mato Grosso é o maior produtor nacional de grãos, com 28,9% do total, seguido pelo Paraná (16,0%), Rio Grande do Sul (10,5%), Goiás (10,3%), Mato Grosso do Sul (8,0%) e Minas Gerais (6,3%). Por região, o Centro-Oeste concentra 47,5% da produção (119,8 milhões de toneladas), o Sul 29,1% (73,3 milhões de toneladas), o Sudeste 10,1% (25,6 milhões de toneladas), o Nordeste 8,9% ( 22,4 milhões de toneladas) e o Norte tem 4,4% (11 milhões de toneladas).
Fonte: Agência Brasil
Os preços mundiais dos alimentos subiram pelo quinto mês consecutivo em outubro, recuperando-se totalmente do choque causado pela pandemia global do coronavírus e com ganhos observados na maioria dos setores, disse a agência de alimentos das Nações Unidas nesta quinta-feira (5).
O índice de preços de alimentos da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), que mede as variações mensais de uma cesta de cereais, oleaginosas, laticínios, carnes e açúcar, teve média de 100,9 pontos no mês passado, a maior desde janeiro, contra 97,8 de setembro.
A FAO, com sede em Roma, também disse em um comunicado que seguem esperando que as colheitas mundiais de cereais tenham um recorde anual em 2020, embora tenha reduzido ligeiramente suas previsões anteriores.
O que subiu
O índice de preços dos cereais da agência subiu 7,2% em outubro em relação ao mês anterior, para cerca de 16,5% acima do valor do ano anterior.
Os preços de exportação do trigo foram empurrados para cima em meio à redução da oferta, enquanto o milho atingiu máxima de seis anos, impulsionado pela forte demanda da China.
Os preços da cevada e sorgo também aumentaram, enquanto o arroz, por outro lado, atingiu as mínimas de 7 meses.
Os preços médios do açúcar aumentaram 7,6% em relação a setembro e 9,3% na comparação anual, impulsionados principalmente pela perspectiva de queda na produção de açúcar no Brasil e na Índia, os dois maiores produtores, devido a chuvas abaixo da média.
O índice de laticínios subiu 2,2% no mês, com todos os segmentos do setor registrando ganhos, com destaque para os queijos.
O índice de preços do óleo vegetal subiu 1,8% em base mensal, em grande parte graças às cotações mais firmes do óleo de palma e de soja.
O índice de carnes contrariou a tendência de alta observada em outros setores, registrando queda de 0,5% no comparativo mensal, a nona queda mensal desde janeiro, e uma queda de 10,7% no comparativo anual.
As cotações da carne suína caíram novamente depois de a China ter proibido importações da Alemanha devido à detecção de peste suína africana.
Safra menor em 2020
A FAO revisou para baixo sua previsão para a safra de cereais de 2020 pelo segundo mês consecutivo, com redução de quase 13 milhões de toneladas.
Apesar disso, a agência ainda espera uma safra recorde neste ano de 2,75 bilhões de toneladas, alta de 1,6% em relação aos níveis de 2019.
A previsão para o consumo mundial de cereais em 2020/21 é de 2,745 bilhões de toneladas, um aumento de 1,9% em relação ao nível de 2019/20.
A previsão para os estoques mundiais de cereais no final da temporada 2021 era de 876 milhões de toneladas, queda de 13,6 milhões de toneladas em relação à estimativa anterior publicada no mês passado.
Fonte: G1
O evento do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA) da Associação Brasileira de Supermercados realizado nesta segunda-feira (26), na Convenção ABRAS virtual, trouxe especialistas para debater a importância das boas práticas na cadeia produtiva de alimentos e a necessidade da conscientização do consumidor sobre a relevância em adquirir produtos de qualidade e rastreados.
Os trabalhos do RAMA foram elogiados pelo presidente João Sanzovo Neto na abertura do evento. “O programa é um grande orgulho para nós. Lançado em 2012, com o apoio do Mapa e da Anvisa, tem o principal objetivo de controlar o uso de defensivos agrícolas nas frutas, legumes e verduras (FLV) vendidos nos supermercados do país. E já é referência no que se refere à segurança do alimento”, destacou.
Sanzovo falou ainda que a produção de FLV está passando por uma profunda transformação, com novas regras e leis, e que a melhor maneira de lidar com essa realidade é conscientizar toda a cadeia sobre a relevância de um trabalho colaborativo entre produtores e varejo. “Melhorar a qualidade das frutas, legumes e verduras comercializados no Brasil é uma tarefa que precisa ser compartilhada. A integração é fundamental quando falamos em boas práticas na produção de alimentos. Nós, da ABRAS, trabalhamos por um setor supermercadista mais forte, mais transparente e sustentável. Para que todos os produtos comercializados nas quase 90 mil lojas espalhadas pelo país tenham as melhores referências em qualidade”, disse o presidente.
O coordenador do RAMA e superintendente da ABRAS, Marcio Milan, ressaltou a importância do trabalho de disseminação das boas práticas agrícolas proporcionado pelo programa, baseado nos três pilares básicos da ABRAS: comunicação, educação e transparência. “O Rama é um programa voluntário, colaborativo, e atua na conscientização de cada elo da cadeia, de produtores a consumidores.”
Referência no agronegócio brasileiro, o professor José Luiz Tejon foi um dos palestrantes do evento. Na oportunidade falou da significativa jornada iniciada pelo RAMA desde 2012, e disse que vê no setor supermercadista uma grande oportunidade para atuar na educação colaborativa de produtores, colaboradores e consumidores. “A comunicação no ponto de venda é fundamental, queremos transformar o setor supermercadista em ponto de educação do consumidor, da nutrição, e da saúde humana.”
Tejon fez ainda a apresentação da nova comunicação do RAMA, elaborada em parceria com a ABRAS, que será disponibilizado em breve para o setor. “Desenvolvemos materiais para mostrar a importância do RAMA no ponto de venda, que destaca a diferença de um produtor inserido no programa e a relevância do consumidor consciente.”
A representante da Produce Marketing Association (PMA) no Brasil, Valeska de Oliveira Ciré, comentou em sua participação o aumento no consumo de frutas, legumes e verduras gerado pela pandemia, e falou da necessidade de adequação da venda de FLV no e-commerce. Dentre as tendências do mercado de consumo citadas pela executiva para os próximos meses estão a busca por hábitos saudáveis, impulsionada pela alimentação dentro do lar, além da importância da qualificação e inclusão na indústria de FLV, e da valorização do propósito da empresa para gerar engajamento.
Painéis
O diretor executivo da Paripassu, empresa gestora do programa, Giampaolo Buso, foi moderador do painel Mulheres do Rama, que contou com as presenças da gerente de Segurança Alimentar e Qualidade do Carrefour, Julia Carlini, da coordenadora de Segurança de Alimentos da Coop, Débora Consenza, e da assessora de Comunicação da Associação Sergipana de Supermercados (ASES), Emilly Moura. Na ocasião as convidadas citaram a fácil gestão do programa RAMA, e debateram os desafios que o setor supermercadista encontra para garantir um alimento seguro, um trabalho que segundo as convidadas deve envolver toda a cadeia de produção. Elas também consideraram a comunicação mais simplificada e clara sobre a rastreabilidade no ponto de venda como fundamental no processo de conscientização do consumidor.
O superintendente da Associação Paulista de Supermercados (APAS), Carlos Correa, moderou o último painel do evento, denominado Rastreabilidade Colaborativa e o Consumidor, que contou com a participação da superintendente do Ministério da Agricultura (Mapa), Andréa Moura, e da promotora de Justiça, Ana Beatriz Frontini.
Ana Beatriz reforçou a necessidade de envolvimento de todos os setores da cadeia produtiva para garantir alimentos seguros, e destacou a necessidade de conscientizar os consumidores para exigirem produtos rastreados nas lojas. Ana lembrou ainda do Código de Defesa do Consumidor, que completou recentemente 30 anos de existência, com a garantia do direito dos consumidores de adquirir produtos seguros.
Andreia Moura falou do programa do Mapa no controle de resíduos e contaminantes químicos e biológicos. E do desafio de se trabalhar a capacitação dos produtores, considerando as realidades diferentes de cada fornecedor, destacando que a grande maioria é proveniente da agricultura familiar. Elogiou os avanços do Brasil na implantação da rastreabilidade, e citou o RAMA como uma ótima ferramenta, que soma esforços dos órgãos oficiais para segurança do consumidor, e colocou o Mapa à disposição da ABRAS e da APAS no trabalho de oferecer mais segurança em relação aos produtos vegetais.
Balanço
Durante o evento foi divulgado o Balanço do Programa RAMA, que rastreou no ano passado 1,9 milhão de toneladas de FLV ante 1,4 milhão de toneladas em 2018. Atuante em 10 estados brasileiros, o RAMA está presente em 264 municípios, com 948 fornecedores. Já soma 832 visitas realizadas, 1.300 treinamentos, e 6,5 mil atendimentos.
Premiação RAMA
Durante o evento do RAMA aconteceu a premiação de empresas que são referência no programa, com base na qualidade do processo de rastreabilidade, conformidade de análise de resíduos analisados e resultados conjuntos com os fornecedores.
O evento do RAMA na Convenção ABRAS 2020 contou com os patrocínios especiais das empresas: Bayer, Benafrutti, HBS, Paripassu, PMA, Rio Bonito, My Sweet Salad, e Trebeschi.
Veja mais sobre o RAMA.
Veja a programação do evento.
Patrocinadores
A 54ª edição da Convenção ABRAS acontece até amanhã, 28/10. O evento conta com grandes empresas patrocinadoras:
Diamante: Ambev, Coca-Cola, GS1 Brasil, SRE – Super Rio Expofood e Unilever.
Prata: Alelo e Simplus
Apoio: Latam
Expositor Premium: Consinco by Totvs, Figueira da Costa, GfK, Kantar, Luminae, Infoprice, Nielsen, PBR, RP Info, Recours – Influence, RTC Brasil, Siga Cred e Top Sistemas.
A cobertura completa da Convenção ABRAS 2020 estará disponível na edição de novembro da revista SuperHiper.
Comunicação ABRAS
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a projeção da taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) do setor agropecuário de 1,6% para 1,9% em 2020. O percentual anterior tinha sido divulgado pelo Ipea, no dia 1º de outubro, na Visão Geral da Carta de Conjuntura número 48.
De acordo com o Ipea, a revisão foi feita com base nas novas estimativas do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),para a produção agrícola em 2020, que foram divulgadas neste mês. Além disso, um estudo do Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea levou em consideração projeções próprias para a pecuária a partir dos dados das Pesquisas Trimestrais do Abate, Produção de Ovos de Galinha e Leite.
A estimativa de maior crescimento é resultado da melhora nas previsões do IBGE, em termos de valor adicionado, para componentes importantes da lavoura e de números mais positivos também para a pecuária, principalmente os que aparecem em revisões de dados de produção observados nos últimos meses. Para o valor adicionado da lavoura, o estudo prevê crescimento de 3,9% e, para o da pecuária, queda de 1,5%. Há projeção também de recuo de 6,4% para o componente “outros”, que tem relação com a indústria extrativa, que este ano sofreu forte impacto da pandemia, embora já esteja se recuperando.
O economista e pesquisador do Ipea Fábio Servo, um dos autores do estudo, disse que, apesar dessa estimativa, o percentual da pecuária já representa uma recuperação, porque a Carta de Economia Agrícola do Ipea estimava em agosto uma queda maior (-2,8%).
“A queda de 1,5% [na pecuária] é basicamente puxada por bovinos, que é o que pesa mais. A parte dos demais produtos pesa menos. O maior peso [nos resultados] é da lavoura, depois, vem a pecuária e, por último, a parte de “outros”. Dentro da pecuária, o bovino pesa mais, e ele teve problema. No ano passado, o desempenho foi muito alto, mas este ano já começou baixo e teve impacto no período mais grave da pandemia. Agora já está se recuperando. Lá atrás, a gente estava prevendo uma queda maia acentuada da pecuária”, disse Servo em entrevista à Agência Brasil.
Servo destacou que, no início do ano, o volume de abate de bovinos era menor, para que o produtor pudesse recompor o rebanho, que tinha sido reduzido pelo aumento do consumo de 2019. A produção de suínos tem recebido reforço das exportações para a China. “Suíno está crescendo fortemente. A participação da exportação de suínos na produção nacional era importante, e agora, mais importante que nunca. Não só porque está havendo substituição de proteínas para as mais industrializadas, que passam por processos sanitários. Nunca exportamos tanta carne suína para a China como agora”, afirmou.
Para o economista, não será surpresa se, quando os números de 2020 forem fechados, a queda for ainda menor tanto na pecuária quanto no componente “outros”. Ele disse acreditar que sim, porque todos os números que embasam as pesquisas do IBGE e os publicados no fim do ano estão sendo revistos para cima. “Está havendo uma melhora do cenário mais positivo. Nossa expectativa é de que haverá uma revisão para cima do PIB Agro do primeiro e do segundo trimestres [pelo IBGE]”, acrescentou Servo, ao lembrar que a demanda por alimentos – tanto a doméstica quanto a externa – continua alta.
“A mensagem dessa revisão é basicamente reforçar o cenário ainda mais positivo de recuperação para este ano e fechar o PIB Agro com 1,9%, mais uma possibilidade de revisão para cima na próxima carta da economia agrícola”, afirmou.
No trabalho, o Grupo de Conjuntura identificou que, em pelo menos três das principais lavouras – soja, milho e café -, ocorreu o comportamento de algumas das culturas mais relevantes que têm produção concentrada nos dois primeiros trimestres. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, essas culturas têm 98%, 68% e 61% de sua produção concentrada nos dois primeiros trimestres, respectivamente.
Fatores positivos
Para Fábio Servo, dois fatores trabalharam a favor do setor agropecuário este ano, a despeito da crise provocada pela pandemia de covid-19. O primeiro é o fato de um setor que produz alimento e que, mesmo na crise, até por questões de saúde, as pessoas demandam, e paralelamente houve aumento expressivo de exportações de proteína animal bovina e suína para a China. A expectativa é o bom resultado no final de 2020 com alta de 7,8% na produção dessa carne.
“Como a pandemia na China antecedeu a das Américas, quando a gente entrou nos tempos da pandemia, eles já estavam saindo e tinham necessidade de recompor estoques de alimentos e até de [formar] estoques prudenciais, pensando em uma perspectiva de segurança alimentar. Ainda assim, a produção de bovinos no segundo trimestre performou muito mal. Então, ficamos na expectativa de melhora, na medida em que houvesse uma normalização com o fim do lockdown e a continuidade das exportações dessas carnes. É isso que tem sido visto”, observou.
Fábio Servo destacou ainda o impacto do auxílio emergencial, que favoreceu a demanda por alimentos no Brasil. “O impacto da covid-19 acabou sendo menor no segmento, porque a demanda interna e a externa continuaram aquecidas. É um setor estratégico. Normalmente, o que se vê é a substituição quando o preço está mais alto, mas, de uma forma geral, a demanda dos brasileiros continuou elevada, ajudada também pelo auxílio emergencial. O governo adotou medidas para fazer com que os brasileiros tivessem recursos para poder manter o padrão de consumo, o que é importante em um momento de crise, principalmente de alimentos”, completou.
Projeção para 2021
Para o ano que vem, o Grupo de Conjuntura revisou a projeção de crescimento do PIB agropecuário de 2,4% para 2,1%. A revisão para baixo dos números estimados para 2021 é reflexo do aumento da base de comparação, com o melhor resultado esperado para 2020.
Conforme o boletim, divulgado hoje, essa alta da base de comparação em 2020 “é consequência de estimativas mais otimistas para as safras de soja e de milho do IBGE este ano. Essas culturas anteciparão parte da safra do início do próximo ano para o fim deste ano”. Para o próximo ano, foram usadas as projeções do primeiro levantamento do Boletim de Grãos da Safra 2020/2021 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e de lavoura da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Fonte: Agência Brasil
A estimativa para a safra nacional de grãos, que já estava em patamar recorde, foi elevada novamente e deve chegar a 252 milhões de toneladas em 2020, ficando 4,4% acima da colheita de 2019. Os dados constam do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de setembro, divulgado hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A projeção para a área a ser colhida foi de 65,2 milhões de hectares, crescimento de 3,1% (2 milhões de hectares) frente à área colhida em 2019. O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos, somam 92,5% da estimativa da produção e 87,2% da área a ser colhida.
A soja, o algodão herbáceo (em caroço) e o café devem atingir no ano seus patamares mais altos de produção na série histórica do IBGE. O milho também está em alta, mas não deverá atingir o recorde alcançado no ano anterior.
A produção de soja no ano deve totalizar 121,4 milhões de toneladas, aumento de 7% frente à safra de 2019 e de 0,3% em relação ao que era estimado em agosto. A colheita da soja não será ainda maior devido à queda de 39,4% na produção gaúcha, que sofreu com uma estiagem prolongada entre dezembro e maio.
“Os preços da soja mantiveram-se elevados, alavancados pela valorização do dólar e pela forte demanda internacional, o que fica evidenciado pelo ritmo de vendas antecipadas, maior que no ano anterior”, disse, em nota, o analista de agropecuária do IBGE Carlos Barradas.
Café e algodão
O café, que também tem estimativa de recorde, puxado pela variedade arábica, oferece boas perspectivas para o mercado, segundo o analista. A produção brasileira deve alcançar 3,6 milhões de toneladas, crescendo 1,7% em relação ao que era esperado no mês anterior e 21,5% frente a 2019, sendo 2,8 milhões de toneladas da variedade arábica.
“Tivemos uma safra de café arábica sem precedentes, um produto de excelente qualidade que deve permitir que os produtores brasileiros recuperem importantes mercados internacionais”, afirmou o pesquisador.
O algodão é outro destaque na safra de grãos de 2020, com um recorde de produção esperado em 7,1 milhões de toneladas, aumento de 2,4% em relação à estimativa de agosto e de 2,7% em relação a 2019.
Milho
A estimativa para o milho continua abaixo do recorde de 2019, mas está cada vez mais perto (100 mil toneladas de diferença), sendo o segundo patamar mais alto da série do IBGE. A estimativa da produção cresceu 0,2%, totalizando 100,5 milhões de toneladas. Segundo o levantamento, tanto a demanda interna, devido ao aumento do consumo pelos produtores de carnes, quanto a externa, em decorrência da depreciação cambial do real, estão em alta.
“A baixa oferta no mercado e a elevada procura pelo produto impulsionam os preços no mercado brasileiro, o que vem estimulando maiores investimentos nas lavouras de milho, principalmente no Paraná e na região Centro-Oeste. Além disso, algumas usinas de produção de álcool a partir do milho estão se instalando em Mato Grosso, o que pode também elevar regionalmente a demanda pelo cereal, possibilitando um aproveitamento maior dessa matéria-prima, com redução de custos logísticos e, consequentemente, uma diminuição na defasagem de preços entre diferentes praças”, afirmou Barradas.
Mato Grosso lidera a produção nacional de grãos, com participação de 28,9%, seguido pelo Paraná (16,1%), Rio Grande do Sul (10,6%), Goiás (10,3%), Mato Grosso do Sul (8,0%) e Minas Gerais (6,3%), que, somados, representaram 80,2% do total nacional.
Fonte: Agência Brasil
Com 268,7 milhões de toneladas, o Brasil deve ter uma produção recorde de grãos na safra 2020/21. O volume, divulgado hoje (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é 4,2% maior do que o recorde anterior, alcançado na safra 2019/2020, quando foram produzidas 257,7 milhões de toneladas.
A Conab estima também um crescimento de 1,3% na área cultivada. A expectativa é que em 2020/21 o plantio ocupe cerca de 66,8 milhões de hectares, 879,5 mil hectares a mais que na safra anterior.
As estimativas fazem parte do primeiro de 12 levantamentos de campo que a Conab realiza a cada safra. Participam da coleta dos dados 80 técnicos espalhados por todas as regiões do país, que contatam aproximadamente 900 informantes cadastrados.
“Essa nova safra começa num cenário de preços muito altos, os produtores de uma maneira geral estão muito motivados a investir”, disse o presidente da Conab, Guilherme Bastos, ao apresentar os dados.
Bastos destacou os preços do milho, que registram preços entre 50% a 100% maiores do que no ano passado, e da soja, que atingiu recentemente a cotação de R$ 123 por saca, o maior valor nominal já registrado.
No caso do arroz, Bastos disse que a Conab observa uma estabilização de preços, depois da recente alta impulsionada pelo aumento nas exportações e no consumo interno.
Grãos
Em 2020/21, a produção de soja deve ficar em 133,7 milhões de toneladas, estima a Conab, o que mantém o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa. A colheita de milho também deve ser recorde, de 105,2 milhões de toneladas, 2,6% a mais do que no ano anterior.
A área de cultivo de arroz deve aumentar 1,6%, mas os técnicos da Conab estimam queda de 4,2% na produtividade, o que deve resultar numa colheita de 10,8 milhões de toneladas. O mesmo pode ocorrer com o feijão, cuja safra estimada é 3,126 milhões de toneladas, o que significaria diminuição de 3,2% em relação à temporada passada.
No caso do algodão em pluma, deve cair a área plantada e a produtividade. A produção para o produto deve se limitar a 2,8 milhões de toneladas, redução de 6,2% ante a safra anterior.
Neste ano, contudo, a exportação de algodão deve bater o recorde de 1,2 milhão de toneladas produzidas até setembro deste ano, 49% superior em relação ao mesmo período do ano anterior.
O milho deve atingir, na safra atual, 34,5 milhões de toneladas exportadas, enquanto a exportação de soja deve ficar em 82 milhões de toneladas e subir 3,7% na safra 2020/21, chegando a 85 milhões de toneladas, estima a Conab.
Em geral, as exportações devem se manter elevadas devido ao câmbio favorável, avalia a Conab.
Fonte: Agência Brasil
Em projeções iniciais, produtores de café da Alta Mogiana, na região de Franca (SP), estimam uma queda de 40% na safra 2021 devido ao calor com temperaturas recordes e à falta de volumes significativos de chuvas nos últimos quatro meses.
A associação desses fatores, que também causa efeitos negativos na oferta de empregos no campo e pode deixar os preços do produto mais caros ao consumidor futuramente, prejudica a florada, etapa essencial para a formação dos grãos.
As projeções contrastam com os números da safra 2020, que, segundo dados do IBGE do início de setembro, apontam alta de quase 20% na produção brasileira de café.
Prejuízo na Alta Mogiana
Com reconhecimento internacional e forte atuação em cafés especiais, a Alta Mogiana, região entre o Nordeste paulista e Sul de Minas Gerais com 23 municípios produtores de café, sentiu os efeitos da falta de chuvas e das altas temperaturas acentuadas no segundo semestre deste ano.
Embora o tempo seco geralmente favoreça a colheita dos grãos, a associação da estiagem prolongada com o calor não é benéfica para o cultivo, pois interrompe o processo vegetativo.
Segundo Marcelo Jordão, pesquisador da Fundação Procafé, o baixo volume de água e as altas temperaturas – que desde 28 de setembro passam dos 35ºC – coincidiram com a florada, período entre os meses de agosto e outubro que marca o início de formação até a maturação dos grãos.
Em sua produção em Pedregulho (SP), o agricultor Luís Clóvis Gonzaga confirma que poucas flores se abriram, porque as plantas perderam mais água. “Agora que já estamos chegando no verão os dias já estão maiores, temos uma insolação maior, somado a isso [tem] a falta de chuva”, explica.
Ele ainda não sabe a proporção dos prejuízos, mas já afirma que nunca tinha vivido algo parecido em 20 anos. “Acontecendo um evento intenso climático como esse, a frustração é enorme, não sabemos precificar. Ainda vamos precificar isso mais à frente, mas o prejuízo está consolidado”, diz.
Efeitos negativos
A quebra na produção do café causa consequências imediatas na oferta de empregos no campo, avalia o presidente do Sindicato Rural de Franca. Embora não tenha números, segundo ele, as dispensas de empregados já começaram a ser percebidas em municípios da região como Cristais Paulista (SP), Jeriquara (SP) e Ribeirão Corrente (SP).
“As pessoas que estavam empregadas na colheita já estão de volta para suas casas infelizmente sem emprego. Nós vemos isso acontecer muito aqui nas cidades vizinhas”, diz.
Gonzaga também está preocupado com o impacto econômico e social das perdas da safra.
A longo prazo, a baixa produção do café tende a reduzir a oferta do produto nos supermercados e causar a elevação dos preços aos consumidor, de acordo com o presidente do sindicato.
“Ainda é cedo para se falar nisso, mas possivelmente acontecerá sim um resultado porque a demanda desse produto vai de acordo com a produção. Temos uma grande interferência para o próximo ano.”
Fonte: G1
A indústria brasileira de arroz já negociou cerca de 188 mil toneladas do cereal (base em casca) com Estados Unidos, Índia e Guiana, após a recente isenção de taxas de importação para o produto de fora do Mercosul, adotada pelo governo para tentar reduzir preços internos que alcançaram máximas históricas, estimou à Reuters a associação do setor Abiarroz.
Os Estados Unidos devem responder pela maior parte do fornecimento, com 100 mil toneladas em casca (não beneficiado), disse a diretora-executiva da Abiarroz, Andressa Silva. “Os primeiros embarques devem ser da Índia, mas não necessariamente será o primeiro destino a chegar”, afirmou a executiva sobre o país cujo volume já negociado está estimado em 70 mil toneladas (casca).
Estima-se que outras 18 mil toneladas tenham sido adquiridas pelos brasileiros junto à Guiana. Sobre a entrega, a diretora acredita que o período mais provável para a chegada dos lotes ao Brasil é a partir de novembro.
Os preços internos do arroz alcançaram patamares recordes no ano após exportações elevadas e aumento no consumo doméstico durante a pandemia.
Fonte: G1
O Ministério da Agricultura publicou nesta quarta-feira (23) a liberação de mais 31 agrotóxicos genéricos para o uso dos agricultores. Já são 315 novas autorizações publicadas em 2020 (veja mais abaixo).
Do total, segundo o ministério, são 24 agrotóxicos químicos e 1 biológicos, que são aqueles que podem ser utilizados tanto em lavouras comerciais quanto na produção de alimentos orgânicos, por exemplo.
Entre os produtos químicos, destaque para o inseticida bifentrina, que tem registro e é um dos mais vendidos nos Estados Unidos, mas que não tem mais registro na União Europeia por matar insetos que não deveriam ser alvos do produto.
Há um registro também para o glifosato, o agrotóxico mais vendido no mundo, que foi alvo de processos no mundo por ser associado ao câncer.
Entre os quatro biológicos estão microrganismos como a Beauveria bassiana, o Bacillus thuringiensis, o Metarhizium anisopliae e o vírus Spodoptera frugiperda multiplenucleopolyhedrovirus que são agente biológicos de controle de pragas que atacam os cultivos brasileiros.
Os produtos poderão ser utilizados em qualquer cultura em que forem encontradas as pragas para as quais esses agentes biológicos possuem recomendação de controle. Dois desses produtos poderão ser utilizados nas produções orgânicas certificadas, de acordo com o Ministério da Agricultura.
Registros no ano
Ao todo, são 315 registros de novos agrotóxicos em 2020, segundo publicações no Diário Oficial da União, que é por onde o G1 se baseia.
Desde 2005, quando o governo começou a compilar os dados de registro de pesticidas, 2020 perde apenas para 2019 – ano em que o país teve liberação recorde de agrotóxicos.
Até agora, são 5 princípios ativos inéditos no ano: 4 pesticidas biológicos e 1 químico.
Pela legislação brasileira, tanto produtos biológicos utilizados na agricultura orgânica quanto químicos utilizados na produção convencional são considerados agrotóxicos.
Os outros 310 registros são de genéricos, sendo:
- 146 ingredientes químicos de agrotóxicos que são vendidos aos agricultores;
- 56 pesticidas biológicos vendidos aos agricultores;
- 108 princípios ativos para a indústria formular agrotóxicos.
Novo método de divulgação
Neste ano, o governo alterou o método para anunciar a liberação de agrotóxicos. Até 2019, o Ministério da Agricultura divulgava a aprovação dos pesticidas para a indústria e para os agricultores no mesmo ato dentro do “Diário Oficial da União”.
Por que a produção de alimentos depende tanto de agrotóxicos?
STF suspende portaria que abria espaço para registro automático de pesticidas
A série histórica de registros, que apontou que 2019 como ano recorde de liberações, levava em conta a aprovação dos dois tipos de agrotóxicos: os que vão para indústria e os que vão para os agricultores.
Em nota, o Ministério da Agricultura explicou que a publicação separada de produtos formulados (para os agricultores) e técnicos (para as indústrias) neste ano tem como objetivo “dar mais transparência sobre a finalidade de cada produto”.
“Assim, será mais fácil para a sociedade identificar quais produtos efetivamente ficarão à disposição dos agricultores e quais terão a autorização apenas para uso industrial como componentes na fabricação dos defensivos agrícolas”, completou o ministério.
Como funciona o registro
O aval para um novo agrotóxico no país passa por 3 órgãos reguladores:
- Anvisa, que avalia os riscos à saúde;
- Ibama, que analisa os perigos ambientais;
- Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.
Tipos de registros de agrotóxicos:
Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.
Produto técnico equivalente: “cópias” de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;
Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;
Produto formulado equivalente: produto final “genérico”.
Fonte: G1
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio do Brasil cresceu 5,26% no primeiro semestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano passado, com destaque para o segmento primário (atividades dentro da porteira), que registrou alta de quase 15% no mesmo período, conforme estudo divulgado nesta quarta-feira pela CNA/Cepea.
O aumento foi registrado em meio a safras recordes de grãos e preços elevados por um câmbio favorável a exportações, que ajudaram também o segmento pecuário.
Segundo a pesquisa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os segmentos de serviços e insumos tiveram altas de 4,76% e 1,69%, respectivamente.
A agroindústria foi o único elo com queda no período, de 0,76%, sendo o segmento mais afetado pela pandemia da Covid-19.
O PIB agrícola registrou alta de 2,93% nos primeiros seis meses deste ano, refletindo preços maiores de janeiro a junho de 2020, frente ao mesmo de 2019.
O PIB da atividade pecuária teve expansão de 10,41% no semestre, reflexo também dos bons preços das proteínas animais.
Em junho, a expansão do PIB do agronegócio foi de 1,31%, sexto mês seguido de alta, com crescimento mensal de 3,02% no segmento primário e dos outros elos da cadeia produtiva de forma geral: agrosserviços (1,15%), insumos (0,79%) e agroindustrial (0,27%).
“Apesar da pandemia –e de efeitos negativos significativos em diferentes momentos do ano, particularmente nos segmentos de hortícolas, flores e lácteos– os instrumentos de políticas públicas voltados à garantia de renda aos mais impactados pela crise, têm garantido também sustentação da demanda doméstica por produtos agrícolas e agroindustriais”, avaliaram.
Fonte: G1
O 3º Levantamento da Safra 2020 de Café, divulgado hoje (22), em Brasília, pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), foi estimado em 61,6 milhões de sacas beneficiadas, de 60 quilos, dos tipos arábica e conilon, o que representa aumento de 25% em relação ao ano passado. Segundo a Conab, será a segunda maior safra brasileira de todos os tempos, atrás apenas da colheita de 2018, quando a produção chegou a 61,7 milhões e a de arábica, a 47,5 milhões de sacas. A área total é estimada em 2,2 milhões de hectares.
Enquanto a produção de café conilon enfrentou condições climáticas desfavoráveis no Espírito Santo, durante a fase de floração da cultura, o que determinou a queda de 5,1% na produção nacional, prevista em 14,3 milhões de sacas, o grande destaque desta safra é o café arábica, com produção estimada em 47,4 milhões de sacas.
Nesse caso, o crescimento será de 38,1% na comparação com 2019. A marca é próxima ao recorde de 47,5 milhões de sacas alcançado na bienalidade positiva anterior (2018). Neste ano, o clima foi favorável nas fases de floração e frutificação.
Produtores
Minas é o maior produtor de café do país e deve colher 33,5 milhões de sacas, 36,3% a mais que no ano passado, sendo 99,1% de arábica e 0,9% de conilon. Para o Espírito Santo, maior produtor nacional de conillon, a estimativa é de 13,6 milhões de sacas, com aumento de 49,1% para o café arábica (4,5 milhões de sacas).
São Paulo deve colher 6,2 milhões de sacas de arábica e a Bahia, 4,1 milhões, com expansão de área em produção, áreas irrigadas e clima mais favorável. Nos outros estados, como Rondônia, a previsão é de 2,4 milhões de sacas de conilon, enquanto no Paraná, de 937,6 mil sacas de arábica. Das lavouras do estado do Rio de Janeiro devem sair 346 mil sacas de arábica; de Goiás, 240,5 mil sacas também de arábica e, de Mato Grosso, 158,4 mil sacas de conilon.
Queda nas exportações
O dólar em alta elevou os preços do café mesmo nesta safra de bienalidade positiva. Segundo a Conab, as exportações, no entanto, estão ligeiramente menores que as do ano passado. Em agosto de 2020, o Brasil exportou 3,3 milhões de sacas de café, receita de R$ 2,1 bi. A marca representa uma queda de 3,3% em volume, mas aumento de 25% em reais em relação a agosto de 2019.
O total de café exportado de janeiro a agosto de 2020 foi de 26,4 milhões de sacas, volume 3,0% menor que no mesmo período de 2019.O cenário de preços elevados motivou o produtor a vender boa parte da safra antecipadamente.
Fonte: Agência Brasil
O governo federal instituiu a Rede Brasileira de Bancos de Alimentos e seu comitê gestor para o fortalecimento e a integração da atuação desses bancos no país. O decreto foi publicado hoje (18) no Diário Oficial da União.
O objetivo da rede é “contribuir para a diminuição do desperdício de alimentos no país e para a garantia do direito humano à alimentação adequada”.
A rede deverá atuar na promoção da troca de experiências e qualificação dos bancos de alimentos e no fomento de pesquisas e de ações educativas destinadas à segurança alimentar e nutricional.
Os bancos de alimentos são estruturas físicas ou logísticas que fazem captação ou recepção e distribuição gratuita de alimentos doados pelos setores público ou privado, para serviços de assistência social e instituições de ensino, por exemplo. Podem participar da rede os bancos sob a gestão dos entes federativos, das centrais de abastecimento, dos serviços sociais autônomos e das organizações da sociedade civil.
O comitê gestor da rede funcionará no âmbito do Ministério da Cidadania e será composto por um membro deste ministério, que o presidirá, um da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), um da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), três de bancos de alimentos sob gestão pública, três de organizações da sociedade civil que atuem como bancos de alimentos e um do Serviço Social do Comércio (Sesc).
Será realizada uma chamada pública para selecionar as entidades públicas e as organizações da sociedade civil que terão direito ao mandato de quatro anos no comitê gestor
Edição: Lílian Beraldo
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Fonte: Agência Brasil – 18/09/2020.
A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) lançou nesta segunda-feira (31), em webinar, o curso de capacitação para o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA).
O evento virtual foi conduzido pelo superintendente da ABRAS e coordenador do RAMA, Marcio Milan, e contou com as participações do Auditor Fiscal Agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Marcus Vinicius, do gerente Geral de Toxicologia da ANVISA, Carlos Alexandre Gomes, e do professor José Luiz Tejon.
O curso do RAMA, disponível na Escola Nacional de Supermercados (ENS), foi apresentado na webinar pela coordenadora pedagógica da ENS, Maria do Rosário, que mostrou a composição dos 10 módulos do novo curso:
– Visão geral da agricultura
– Os tipos de FLV
– Qualidade do FLV
– Segurança do alimento
– Rastreabilidade
– Do campo para o varejo
– A rastreabilidade e o varejo
– Como garantir a qualidade para o cliente
– O Programa Rama
– Porquê participar do Rama
Patrocinadores
A webinar de lançamento do RAMA contou ainda com executivos de importantes empresas que patrocinaram o evento, são eles: diretor executivo da Paripassu, Giampaolo Buso, presidente e a gestora executiva do Grupo Vegetais Saudáveis, Junior Lucato e Cintia Mariotti, gerente de Marketing da UPL, João Mancine, gerente Técnico da Sakata, Davi Nunes, presidente da Tresbeschi, Edson Trebeschi, gerente de Geração de Valor da Bayer, Milena Pereira, diretor Comercial da Rio Bonito, Alex Lee, proprietário da Frutas Fava, Carlos Fava e o diretor Técnico da Abanorte, Francisco Rodrigues.
Clique aqui e conheça a Escola Nacional de Supermercados.
Comunicação ABRAS
A agropecuária abriu mais de 86,2 mil postos de trabalho de janeiro a julho deste ano, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O setor é líder na criação de vagas no ano.
A CNA analisou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia na semana passada.
Segundo o levantamento, em julho o setor apresentou novo saldo positivo com a abertura de mais 23 mil vagas. No primeiro semestre, a agropecuária já havia criado 62.633 mil vagas.
Os principais segmentos que mais abriram vagas em julho foram produção de lavouras temporárias, produção de lavouras permanentes, hortícolas, criação de bovinos, florestas plantadas, criação de aves e criação de suínos, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia.
O setor da construção civil também teve aumento dos postos de trabalho, com 8.742 mil de janeiro a julho. No ano, o Caged apontou o fechamento de mais de 1 milhão de postos de trabalho.
Fonte: G1
A expectativa de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário para este ano foi revista de 2% para 1,5%. Para o ano que vem, a projeção é que o índice chegue a 3,2%. A análise está na Carta de Conjuntura referente ao terceiro trimestre de 2020, divulgada hoje (25) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o Ipea, há melhora nas estimativas para a lavoura neste ano, que passou de 3% para 3,6%, com o crescimento da produção de soja em 5,9%, de arroz em 7,3%, do trigo, 41%, da cana-de-açúcar, 2,4%, e do café, em 18,2%, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE.
Porém, a pecuária aponta para queda de 2,8%, principalmente por causa da produção de carne bovina, com previsão de diminuir 6,3%. A estimativa do instituto se baseia na diminuição da oferta desde o começo do ano, após a forte alta verificada no segundo semestre de 2019, além da paralisação de alguns frigoríficos provocada pela pandemia da covid-19.
O Ipea aponta também a mudança no padrão de consumo de alimentos, provocada pelo isolamento social, que aumentou a alimentação em casa e diminuiu em restaurantes e lanchonetes. A expectativa do instituto é que no segundo semestre do ano ocorra uma retomada com a reabertura dos setor de bares e restaurantes e aumento da ocupação no mercado de trabalho. A carne suína deve subir 5,2% este ano e a produção de ovos, 2,8%. A produção de frango está com previsão de queda de 0,6% e a de leite deve diminuir 0,2%.
2021
Para o próximo ano, a projeção do Ipea é que o PIB da lavoura cresça 3,2%, com a produção de milho avançando 9,1% e a de soja 10,5%, conforme previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Já o PIB da pecuária deve aumentar 5%, com a perspectiva de recuperação em todos os segmentos, liderados pelo crescimento de 6,3% da carne bovina.
Mesmo com a maior incerteza econômica devido à pandemia, o instituto prevê que o crédito rural manterá favorável as condições de juros, inadimplência e prazo para a próxima safra, em especial para o pequeno e médio produtor. O volume de crédito contratado em julho chegou a R$ 23,9 bilhões, o que representa aumento de 48,8% em relação a julho do ano passado.
Exportações e importações
Na balança comercial, as exportações brasileiras do setor agropecuário tiveram aumento de valor de 11% de janeiro a julho, na comparação com o mesmo período de 2019. Os destaques foram a carne suína, que cresceu 162%; o complexo sucroalcooleiro com aumento de 59,1%; os produtos de soja com mais 30,6%, e carne bovina, que subiu 161,1%. As vendas foram impulsionadas pela reabertura econômica da China no final do primeiro trimestre, após o isolamento social por causa da pandemia.
Nas importações, houve queda de 9% no valor nos dez principais produtos agropecuários importados pelo Brasil, puxado pelo salmão, que caiu 35%, do malte com queda de 15% e do alho, que diminuiu 13%.
“Com o afastamento social e a provável queda no consumo de cerveja, que é o principal produto a utilizar o malte como insumo, a demanda por malte diminuiu. O mesmo pode ter acontecido com outras bebidas alcoólicas à base de malte”, analisa o Ipea.
Fonte: Agência Brasil
O Ministério da Agricultura publicou nesta quinta-feira (20) a liberação de mais 28 agrotóxicos genéricos para o uso dos agricultores. Já são 269 novas autorizações publicadas em 2020 (veja mais abaixo).
Do total, segundo o ministério, são 17 agrotóxicos químicos e 11 biológicos, que são aqueles que podem ser utilizados tanto em lavouras comerciais quanto na produção de alimentos orgânicos, por exemplo.
Cinco agrotóxicos são inéditos, formulados a partir do herbicida Piroxasulfona, que tem registro autorizado nos Estados Unidos. Na União Europeia, nenhuma empresa pediu a liberação deste pesticida ainda. Os outros 23 são genéricos.
A Piroxasulfona é uma molécula herbicida que será utilizada para controle de plantas daninhas nas culturas do café, cana-de-açúcar, eucalipto, milho, pinusm soja, trigo, amendoim, batata, cevada, fumo, girassol e mandioca.
Recorde na liberação de pesticidas biológicos
Segundo o Ministério da Agricultura, com a publicação de hoje, já são 56 registros de produtos de baixo impacto registrados (biológicos e orgânicos) em 2020. Esse é o maior número de registros de produtos desse perfil em um mesmo ano.
Pela legislação brasileira, tanto produtos biológicos utilizados na agricultura orgânica quanto químicos utilizados na produção convencional são considerados agrotóxicos.
Registros no ano
Ao todo, são 269 registros de novos agrotóxicos em 2020, segundo publicações no Diário Oficial da União, que é por onde o G1 se baseia.
Desde 2005, quando o governo começou a compilar os dados de registro de pesticidas, 2020 perde apenas para 2019 – ano em que o país teve liberação recorde de agrotóxicos.
Até agora, são 5 princípios ativos inéditos no ano: 4 pesticidas biológicos e 1 químico.
Os outros 264 registros são de genéricos, sendo:
- 119 ingredientes químicos de agrotóxicos que são vendidos aos agricultores;
- 52 pesticidas biológicos vendidos aos agricultores;
- 93 princípios ativos para a indústria formular agrotóxicos.
Novo método de divulgação
Neste ano, o governo alterou o método para anunciar a liberação de agrotóxicos. Até 2019, o Ministério da Agricultura divulgava a aprovação dos pesticidas para a indústria e para os agricultores no mesmo ato dentro do “Diário Oficial da União”.
A série histórica de registros, que apontou que 2019 como ano recorde de liberações, levava em conta a aprovação dos dois tipos de agrotóxicos: os que vão para indústria e os que vão para os agricultores.
Em nota, o Ministério da Agricultura explicou que a publicação separada de produtos formulados (para os agricultores) e técnicos (para as indústrias) neste ano tem como objetivo “dar mais transparência sobre a finalidade de cada produto”.
“Assim, será mais fácil para a sociedade identificar quais produtos efetivamente ficarão à disposição dos agricultores e quais terão a autorização apenas para uso industrial como componentes na fabricação dos defensivos agrícolas”, completou o ministério.
Como funciona o registro
O aval para um novo agrotóxico no país passa por 3 órgãos reguladores:
- Anvisa, que avalia os riscos à saúde;
- Ibama, que analisa os perigos ambientais;
- Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.
Tipos de registros de agrotóxicos:
Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.
Produto técnico equivalente: “cópias” de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;
Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;
Produto formulado equivalente: produto final “genérico”.
Fonte: G1
No dia 31 de agosto, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) lançará o curso de capacitação para o Programa Rama, que poderá ser acessado por todos os profissionais do setor supermercadista por meio da Escola Nacional de Supermercados (ENS).
O conteúdo do curso será composto por dez módulos. São eles:
– Visão geral da agricultura
– Os tipos de FLV
– Qualidade do FLV
– Segurança do alimento
– Rastreabilidade
– Do campo para o varejo
– A rastreabilidade e o varejo
– Como garantir a qualidade para o cliente
– O Programa Rama
– Porquê participar do Rama
O Programa Rama é um programa de rastreamento e monitoramento de frutas, legumes e verduras idealizado pela ABRAS e Associações Estaduais de Supermercados.
Clique aqui e conheça a Escola Nacional de Supermercados.
Fonte: SuperHiper
No dia 31 de agosto, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) lançará o curso de capacitação para o Programa Rama, que poderá ser acessado por todos os profi ssionais do setor por meio da Escola Nacional
de Supermercados (ENS).
O conteúdo do curso será composto por dez módulos. São eles: Visão geral da agricultura; Os tipos de FLV; Qualidade do FLV; Segurança do alimento; Rastreabilidade; Do campo para o varejo; A rastreabilidade e o varejo; Como garantir a qualidade para o cliente; O Programa Rama e Porquê participar do Rama.
O Programa Rama é um programa de rastreamento e monitoramento de frutas, legumes e verduras idealizado pela ABRAS e Associações Estaduais de Supermercados.
Fonte: SuperHiper
No dia 31 de agosto, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) lançará o curso de capacitação para o Programa Rama, que poderá ser acessado por todos os profissionais do setor por meio da Escola Nacional
de Supermercados (ENS).
O conteúdo do curso será composto por dez módulos. São eles: Visão geral da agricultura; Os tipos de FLV; Qualidade do FLV; Segurança do alimento; Rastreabilidade; Do campo para o varejo; A rastreabilidade e o varejo; Como garantir a qualidade para o cliente; O Programa Rama e Porquê participar do Rama.
O Programa Rama é um programa de rastreamento e monitoramento de frutas, legumes e verduras idealizado pela ABRAS e Associações Estaduais de Supermercados.
Fonte: SuperHiper
No dia 31 de agosto, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) lançará o curso de capacitação para o Programa Rama, que poderá ser acessado por todos os profissionais do setor por meio da Escola Nacional
de Supermercados (ENS).
O conteúdo do curso será composto por dez módulos. São eles: Visão geral da agricultura; Os tipos de FLV; Qualidade do FLV; Segurança do alimento; Rastreabilidade; Do campo para o varejo; A rastreabilidade e o varejo; Como garantir a qualidade para o cliente; O Programa Rama e Porquê participar do Rama.
O Programa Rama é um programa de rastreamento e monitoramento de frutas, legumes e verduras idealizado pela ABRAS e Associações Estaduais de Supermercados.
Fonte: SuperHiper
Os consumidores estão cada vez mais conectados procuram por informações sobre a origem e a produção daquilo que consomem.
Recursos como a rastreabilidade e a integração entre produção e varejo já permitem o acesso a dados da origem do alimento, a que tipo de insumos foram aplicados em seu cultivo e que certificações atestam sua qualidade e manejo sustentável.
“Rastreabilidade envolve a capacidade de acompanhar, por meio de softwares e números de identificação, o movimento de uma mercadoria pelas fases de produção, transformação e distribuição”.
No comércio de alimentos, a recuperação do histórico de produção ou da localização de um produto se tornou essencial para a gestão da cadeia de abastecimento e mitigação de possíveis crises alimentares.
A rastreabilidade que em alguns países já é prática obrigatória para determinados produtos agropecuários, também podem gerar ganhos ao negócio com o planejamento da distribuição, redução de desperdícios e adição de valor na entrega aos consumidores, seja pela qualidade e maior frescor dos alimentos, pelo preço justo a se pagar no varejo ou pela transparência em toda a cadeia produtiva.
Um exemplo é a carne da marca Friboi. A empresa explica que, pelo celular ou pelo site, todos podem saber a origem da carne que consomem de forma simples, prática, rápida e transparente.
Pelo celular, basta que tirar uma foto do QR Code presente nas embalagens de carne Friboi, Maturatta Friboi, Reserva Friboi, Do Chef Friboi e 1953 Friboi. Pelo site, basta digitar no campo ao lado a data de produção e o número do SIF (Serviço de Inspeção Federal) para saber na mesma hora o nome da fazenda de onde saem os mais variados cortes de carne bovina.
Temos a impressão que a rastreabilidade é aplicada principalmente em segmentos que demandem mais controle produtivo, como por exemplo, o segmento de frigoríficos. Mas esse recurso já está em prática em outros mercados em produtos que fazem parte do nosso dia a dia, como os hortifrutis.
Uma iniciativa que já consolida esse tipo de resultado é o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de alimentos (RAMA), idealizado pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). Atendendo principalmente aos objetivos de garantia de origem e controle de resíduos tóxicos, desde 2011 esse programa já rastreou mais de 4 milhões de toneladas de frutas, legumes e verduras.
Nesse cenário, a embalagem passa a ter um papel fundamental para o posicionamento de marcas que tenham certificação e garantia de origem. Como ferramenta de comunicação, a embalagem pode diferenciar um produto na gôndola, oferecer informações sobre o produtor, o local onde foi produzido e também apresentar selos de certificações que o produtor possua.
Além disso, os códigos de barra como o QR Code, que podem ser escaneados por telefones, é um excelente recurso para apontar para o site da empresa produtora ou para seu perfil em redes sociais, como Facebook ou Instagram, tornando a experiência de consumo ainda mais completa, conforme exemplificado acima na carne da marca Friboi. Veja abaixo outro exemplo do seu uso:
Exemplo do leite Languiru que utiliza o QR Code na embalagem e convida o consumidor a ler a embalagem e a conhecer ainda mais o leite da Cooperativa Languiru.
Nessa equação de produzir e entregar com qualidade, atendendo a demanda de consumidores conectados e engajados em busca de origem, tecnologias como rastreabilidade podem ajudar a posicionar marcas, disseminar as boas práticas agrícolas e ser uma grande aliada para que o campo converse mais e melhor com o público das cidades.
E você, o que acha da tecnologia no meio agrícola?
Fonte: MilkPoint
A produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve fechar o ano de 2020 em 250,5 milhões de toneladas. Caso a estimativa de safra feita em julho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se confirme, a produção será 3,8% superior à registrada em 2019, ou seja, 9 milhões de toneladas a mais.
A estimativa de julho é 1,3% superior ao levantamento do IBGE feito no mês anterior. A área a ser colhida neste ano, de acordo com a estimativa, é de 64,9 milhões de hectares, ou 2,6% acima da área de 2019.
Entre as principais lavouras de grãos do país, são esperadas altas em 2020 nas safras de soja (5,9%), arroz (7,3%), trigo (41%) e sorgo (6,4%). O algodão herbáceo deve manter a produção de 2019. São esperadas quedas no milho (0,8%) e feijão (4%).
Outros produtos
São esperadas altas para a cana-de-açúcar (2,4%), assim como o café (18,2%) e a laranja (4,1%). Por outro lado, estima-se quedas nas safras de batata-inglesa (10,6%), banana (5,2%), tomate (5%), mandioca (0,3%) e uva (0,3%).
Fonte: Agência Brasil
O Pão de Açúcar passou a comercializar os legumes e verduras orgânicas produzidas pela Horta Social Urbana, projeto apoiado pelo Instituto GPA e criado pela organização ARCAH (em 2018), com o objetivo de promover a formação profissional de pessoas em situação de rua, ensinando as técnicas de jardinagem.
Hortaliças como alecrim, almeirão, alface, salsinha, cebolinha, couve, escarola e beterraba, cultivadas por meio do projeto, já podem ser encontradas na unidade do Pão de Açúcar da Av. Ricardo Jafet, em São Paulo.
“Investir em um projeto como a Horta Social Urbana é uma forma do Pão de Açúcar colaborar ativamente não só para a reintegração social de pessoas em situação de vulnerabilidade, mas também no fomento de cadeias produtivas mais saudáveis e sustentáveis. Dessa forma, geramos impacto social positivo, oportunidades para quem precisa e ampliamos a oferta de alimentos mais saudáveis e sustentáveis para os nossos clientes”, afirma Susy Yoshimura, diretora do Instituto GPA.
A Horta Social Urbana capacita profissionalmente pessoas em situação de rua, utilizando técnicas de agricultura urbana, com práticas agroecológicas, como forma de promover o fortalecimento e a reintegração social. Apoiado pelo Pão de Açúcar, por meio do Instituto GPA, desde o início, o trabalho atualmente é dividido em duas frentes: a social, que oferece os cursos profissionalizantes, e a comercial, onde os profissionais, alguns deles ex-alunos do curso, são contratados para o cultivo dos alimentos. O projeto conta também com o patrocínio da Fundação Banco do Brasil, Eletropaulo e Aktuellmix.
A seleção dos participantes do curso, com duração de três meses, é realizada em centros de acolhimento da cidade de São Paulo. Os alunos recebem auxílio transporte, alimentação, uniforme, atendimentos terapêuticos e psicológicos, além da formação em agroecologia. Mas atualmente, com a pandemia, os cursos estão suspensos, oferecendo somente atendimentos telepresenciais.
Fonte: Super Varejo
O Diário Oficial da União traz hoje (3) resoluções do Conselho Monetário Nacional (CMN) com medidas para ajudar produtores rurais prejudicados pelo ciclone bomba que atingiu o Sul do país e pela pandemia de covid-19.
Uma das resoluções do CMN, divulgadas na semana passada, é voltada a agricultores familiares prejudicados pelo ciclone que atingiu a Região Sul no fim de junho. Eles terão os juros do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) reduzidos. O conselho autorizou que esses produtores acessem as linhas de crédito com juros de 2,75% ao ano, as taxas mais baixas cobradas no programa.
A taxa será aplicada a todas as atividades financiadas pelo Pronaf para os agricultores familiares que vivam na região afetada pelo Ciclone Bomba.
Novos limites
O CMN elevou os limites que agricultores familiares, empreendedores rurais familiares e cooperativas de agricultores familiares podem pegar emprestados no Pronaf para industrializarem a produção. Aplicada excepcionalmente para o ano safra 2020-2021, a elevação do limite de crédito do Pronaf valerá para todo o país, não apenas para as regiões afetadas pelo ciclone.
O teto subiu de R$ 45 mil para R$ 60 mil para pessoas físicas, de R$ 210 mil para R$ 300 mil para os pequenos produtores rurais registrados como pessoa jurídica e de R$ 15 milhões para R$ 20 milhões para as cooperativas familiares.
Prorrogação
Para ajudar os produtores prejudicados pela pandemia do novo coronavírus, o CMN prorrogou as parcelas do crédito rural para as cooperativas. O vencimento das parcelas do crédito rural de custeio e de investimentos para produtores rurais, que havia sido estendido para 15 de agosto, foi transferido para 15 de dezembro.
A medida beneficia todos os produtores rurais que comprovem terem sido afetados pelas medidas de distanciamento social, inclusive agricultores familiares. Segundo o Ministério da Economia, a nova prorrogação justifica-se porque, decorridos mais de três meses, a crise econômica provocada pela pandemia continua a impactar todos os setores da economia nacional, inclusive o agropecuário.
O CMN ampliou o número de produtores que podem pedir a renegociação do crédito rural por terem sido afetados pela seca na Região Sul e pelas chuvas nas Regiões Sudeste e Nordeste no início do ano. Anteriormente, o município em que ficam as terras do produtor precisaria ter decretado situação de emergência ou de estado de calamidade pública de 1º de janeiro a 9 de abril. O intervalo foi estendido de 20 de dezembro de 2019 a 30 de junho deste ano.
Fonte: Agência Brasil
A Mundo Coop, maior plataforma de comunicação do cooperativismo, promove, a partir desta quinta-feira (30), às 17 horas, a websérie Top Coopers Agro, com o objetivo de debater sobre os desafios do setor e as perspectivas pós-pandemia. O evento on-line será mediado por José Luiz Tejon e contará com a presença do presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, e do vice-presidente da Aurora Alimentos, Neivor Canton. Inscreva-se: topcoopers.mundocoop.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação do Mundo Coop
As famílias que vivem de agricultura no Acre encontraram uma forma de escoar a produção em meio à crise gerada pela pandemia de covid-19. Os pequenos agricultores poderão vender para o governo do estado, por meio do Programa de Subvenção de Compras de Alimentos. A estimativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que financia o programa, é atender a 2 mil famílias de agricultores do estado.
Serão R$ 7,5 milhões reservados para o programa e cada produtor poderá vender até R$ 3 mil para o governo. Ele precisa estar inscrito no Programa de Desenvolvimento Sustentável no Acre (PDSA). Os produtos comprados serão dados a 6 mil famílias carentes e 300 lares indígenas, todos inscritos em programas de assistência social e segurança alimentar. O total de beneficiados, entre agricultores e famílias carentes, é estimado em 24 mil pessoas.
Além desse programa, o Acre espera reduzir os impactos da crise com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, que vai investir em todo o estado cerca de R$ 14,3 milhões no setor nos próximos meses.
“O agricultor familiar no momento está proibido de participar de feiras livres devido à pandemia. Com isso, ele tem dificuldade de vender sua produção. Mas, com o programa, o governo fará essa aquisição e a doação simultânea, que chegará a quem está em vulnerabilidade social. É fortalecer a produção rural e amparar quem mais necessita”, disse o secretário de Produção e Agronegócio do Acre, Edivan Maciel.
Fonte: Agência Brasil
A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) realizou nesta quarta-feira (22), mais uma edição do seu tradicional Fórum de Prevenção de Perdas, que pela primeira vez, aconteceu por meio de webinar, devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19). O evento virtual reuniu representantes de redes supermercadistas e fornecedores para debater ações estratégicas da área, e trouxe ainda a 20ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados.
O presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto, abriu o Fórum, que este ano chegou a sua 8ª edição, falando da importância da área de prevenção de perdas para o setor. “Para quem é empresário, e precisa lidar diariamente com inúmeros desafios para empreender no Brasil, evitar qualquer prejuízo é muito significativo. Desde seu surgimento, a ABRAS se empenha na construção de um setor mais forte e produtivo, e diminuir as perdas das lojas está entre nossas prioridades.”
Sanzovo falou ainda do trabalho do Comitê ABRAS de Prevenção de Perdas e Desperdício de Alimentos. “Por meio do Comitê buscamos identificar problemas em comum entre as redes e estudar as melhores ações e soluções. Somente um trabalho em conjunto de todo o setor pode auxiliar na diminuição dos prejuízos que anualmente afetam nossas lojas e impactam diretamente nos nossos resultados. Prevenir perdas não é gasto, e sim, investimento”, finalizou.
Conduzida pelo superintendente da ABRAS, Marcio Milan, a webinar trouxe casos de investimentos de sucesso na área de prevenção de perdas como o da automatização de inventários da rede Veran, trazido pelo diretor de Controladoria, Marcelo Alves. E a ferramenta Lean Seis Sigma em perecíveis da Cooperativa de Consumo (Coop), apresentada pelo coordenador de prevenção de perdas, Gernaldo Gomes, que tem o objetivo de diminuir a variabilidade nas lojas, e que gerou R$ 1,2 milhão em ganhos para a rede.
Homenagem
O presidente do Giassi Supermercados, Zefiro Giassi, foi homenageado pelos 60 anos da rede, 19ª do Ranking ABRAS. Em seu depoimento ele destacou a tradição da empresa. “Não foi fácil chegar até aqui, mas com amor nada é impossível. Iniciamos sem nenhum recurso, mas sempre com disposição e acreditando no nosso trabalho, e com um propósito de jamais faltarmos com a verdade e não darmos prejuízo a ninguém. Hoje, contamos com 18 lojas em Santa Catarina, e cerca de 6 mil colaboradores”.
Giassi, falou ainda da preocupação da empresa com a área de Prevenção de Perdas e do trabalho da ABRAS. “O Comitê de Prevenção de Perdas da ABRAS nos ajudou a diminuir o desperdício em nossas lojas e a melhorar os resultados.” O gerente de prevenção de Perdas do Giassi, Ederson Fernandes, complementou destacando a área de prevenção de perdas como uma importante ferramenta nas lojas. “A prevenção de perdas precisa ser trabalhada em conjunto, envolver todos os departamentos da empresa, desde a parte comercial, logística, até o PDV.”
Coordenação Comitê de Perdas
Gernaldo Gomes é o novo coordenador do Comitê de Prevenção de Perdas e Desperdício de Alimentos da ABRAS. O anúncio foi feito na webinar pelo atual coordenador, Carlos Peruzzi, que por dois anos ocupou o cargo. Em sua despedida, Peruzzi agradeceu todos os membros do Comitê pela parceria e troca de conhecimentos. “Foi um período de aprendizado e desenvolvimento tanto pessoal quanto profissional. Com alegria eu passo o ‘bastão´ de coordenador ao Gomes, que eu conheci no Comitê e que hoje é um amigo. Tenho certeza de que ele irá nos representar muito bem.”
Gomes parabenizou a gestão do Comitê nos últimos anos e destacou a responsabilidade do cargo. “Parabenizo o Peruzzi pelo excelente trabalho à frente do Comitê de Prevenção de Perdas da ABRAS, é um desafio muito legal. Somos um time, com muitas pessoas competentes e é muito bom poder compartilhar experiências e trazer resultados, combatendo o desperdício e melhorando a lucratividade das empresas.”
Avaliação de Perdas
As perdas do autosserviço somaram R$ 6,9 bilhões no ano passado, o que corresponde a 1,82% do faturamento bruto do setor, de acordo com a 20ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados, realizada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da ABRAS, divulgada durante a webinar. Em 2019 os supermercados do país registraram faturamento de R$ 378,3 bilhões.
“Tivemos uma queda no índice de perdas de um ano para o outro. Resultado do aumento do investimento das empresas na prevenção de perdas e da conscientização dos empresários supermercadistas sobre a importância estratégica da área”, destaca Carlos Peruzzi.
A pesquisa foi realizada com 204 redes. Dentre as principais causas de perdas no setor citadas pelos participantes estão: quebra operacional, 39%, furto externo, 17%, erros de inventário, 12%, erros administrativos, 11%, e furto interno e fornecedores, com 7% cada.
A Avaliação mostrou ainda os produtos com maiores perdas em valores nos supermercados: refrigerante, cerveja, cortes bovinos (exceto picanha), pilhas e bateria, chocolate em barra ou tablete, queijo, desodorante, azeite e sabão em pó.
Clique aqui e confira a Pesquisa de Perdas na íntegra.
Empresas parceiras
O 8ª Fórum de Prevenção de Perdas da ABRAS contou com importantes empresas patrocinadoras, que deixaram o evento ainda mais especial: Bluesoft, Genetec, Glory, Gunnebo, Greenyellow, RGIS, Santiago, e TopSistemas. E convênio da Influence. A webinar recebeu 2.720 mil expectadores.
Comunicação ABRAS
A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (20) um projeto de lei que estende o auxílio emergencial de R$ 600 a agricultores familiares que ainda não tenham recebido o benefício. O texto segue, agora, para o Senado. O benefício é uma tentativa de diminuir os impactos socioeconômicos causados pela pandemia do novo coronavírus.
Os agricultores familiares chegaram a ser incluídos pelo Congresso no projeto original de criação do auxílio emergencial, mas o trecho foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro. Se for sancionado, os agricultores devem receber as cinco parcelas de R$ 600, assim como os trabalhadores informais já contemplados.
Como previsto no auxílio emergencial “geral”, a mulher agricultora familiar que cuidar, sozinha, de seus filhos receberá duas cotas do benefício.
Segundo o relator da matéria, deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), a pandemia impôs restrições severas como a interrupção temporária das atividades de restaurantes, hotéis, escolas, indústrias e comércio em geral, o que prejudicou o mercado de alimentos. “A falta de apoio [à atividade rural] pode provocar uma onda de êxodo rural, piorando a situação no campo e também nas cidades, por falta de ocupações e renda, além de aumentar a pobreza e extrema pobreza no meio rural”, diz o deputado em seu parecer.
Acesso ao benefício
Para ter acesso ao recurso, o agricultor familiar deve se encaixar nos seguintes requisitos, semelhantes aos critérios para a concessão do auxílio emergencial:
– cadastrar-se na entidade de assistência técnica e extensão rural credenciada à Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater);
– ter mais de 18 anos;
– não ter emprego formal ativo;
– ter renda familiar mensal per capita de até meio salário-mínimo ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos;
– não receber benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção do Programa Bolsa Família e do seguro-desemprego recebido durante o período de defeso;
– não ter recebido, em 2018, rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70.
O projeto prevê, ainda, a abertura automática de uma poupança social digital, por meio da qual pode ser feito o pagamento do benefício pelos bancos públicos federais. Os beneficiários que não tiverem acesso à internet podem fazer o saque do auxílio apresentando documento de identidade e CPF.
Em caso de acesso irregular ao benefício, como por exemplo por meio de fraude ou informação falsa, o responsável deve restituir os valores, podendo também ser punido com ações civis e criminais. O texto também garante que esse apoio não descaracteriza a condição do agricultor familiar de segurado especial da previdência.
Fomento a agricultores
O projeto cria o Fomento Emergencial de Inclusão Produtiva Rural para apoiar a atividade produtiva de agricultores familiares durante o estado de calamidade pública. Pelo texto, o benefício pode ser concedido aqueles que se encontram em situação de pobreza e extrema pobreza, excluídos os benefícios previdenciários rurais. A proposta autoriza a União a transferir ao beneficiário do fomento R$ 2.500, em parcela única, por unidade familiar. Para a mulher agricultora familiar, a transferência será de R$ 3 mil.
A proposta também prevê a transferência, por parte do governo, de recursos financeiros não reembolsáveis aos agricultores que aderirem ao fomento e se comprometerem a implantar as etapas previstas em um projeto de estruturação da unidade produtiva familiar, que deve ser elaborado pela Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).
Se o projeto contemplar a implementação de cisternas ou tecnologias de acesso à água, a transferência poderá ser de até R$ 3.500 por unidade familiar.
Outros pontos do projeto
Além dos itens acima, o texto fala sobre:
Garantia-Safra
Aa proposta prevê concessão automática do benefício Garantia-Safra aos agricultores familiares aptos a receber o auxílio, após apresentação de laudo técnico de vistoria municipal comprovando a perda de safra;
Linha de crédito
O texto autoriza o Conselho Monetário Nacional (CMN) a criar linhas de crédito rural, com condições especiais, no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Podem se beneficiar das medidas agricultores familiares com renda familiar mensal de até três salários mínimos.
Entre as condições para a linha de crédito, estão a taxa de juros de 1% ao ano; prazo de vencimento mínimo de 10 anos, com cinco de carência; limite de financiamento de R$ 10 mil por beneficiário; e prazo para contratação até o fim de 2021.
No caso da mulher agricultora familiar, a taxa de juros será menor, de 0,5% ao ano, e com bônus adicional de adimplência de 20% sobre os valores pagos até a data de vencimento.
Abastecimento emergencial
Criação do Programa de Atendimento Emergencial à Agricultura Familiar (PAE-AF), que deve operar enquanto durar os impactos econômicos causados pela pandemia, para atender os agricultores familiares que não efetuaram transações no âmbito do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) nos últimos dois anos.
O objetivo da medida é promover o abastecimento emergencial de pessoas em situação de insegurança alimentar. As aquisições anuais serão limitadas a R$ 4 mil por unidade familiar ou, no caso de mulher agricultora, de R$ 5 mil.
Dívidas
O projeto faz mudanças em várias legislações que tratam de programa de crédito e renegociação de dívidas.
O texto autoriza, por exemplo, a prorrogação, para um ano após a última prestação, do vencimento das parcelas vencidas ou a vencer em 2020 relativas a operações de crédito rural contratadas por agricultores familiares ou no âmbito do Programa Nacional de Crédito Fundiário, conhecido como Terra Brasil, que financia a compra da terra para trabalhadores rurais e investimentos em infraestrutura. Também reabre prazo de adesão ao Programa de Regularização Tributária Rural (PRR).
Fonte: G1
A estiagem tem prejudicado a produção de milho no Paraná. A previsão é de que a safra atual chegue a 11,4 milhões de toneladas, queda de 12% em relação ao que era esperado para o período, segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral).
De acordo com uma cooperativa que acompanha a colheita em 200 mil hectares da região oeste do estado, a perda nas fazendas é grande e, em algumas propriedades, chega a 50%. O Paraná é o segundo maior produtor de milho do Brasil.
Fonte: Globo Rural
Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que o arroz e o feijão devem perder importância na produção agrícola brasileira nos próximos anos. A projeção mostra que para as safras de 2028 e 2029, a área usada para plantar o feijão deve retroceder 10% em comparação com o período 2018/19, ficando em 2,6 milhões de hectares.
Para o arroz, a previsão é semelhante, com a redução de 9% na área plantada em dez anos, que deverá ser de 1,5 milhão de hectares para a safra 2028/29. A estimativa mostra, entretanto, um ganho de produtividade de 23% no período que deve fazer com que, apesar da utilização de uma área menor, a produção cresça 12%.
Para o feijão, é esperado ganho de produtividade de 19%, permitindo que a produção aumente 7% em dez anos. Nos próximos dez anos, a estimativa é que haja um crescimento de 6% no consumo de feijão e arroz no país. A título de comparação, a estimativa para o café é que o consumo doméstico cresça em 28% no mesmo período.
Redução do consumo
A retração da quantidade de terras destinadas ao plantio dos cereais está ligada, de acordo com o estudo, a uma redução do consumo desses alimentos. “As mudanças nos hábitos alimentares e no estilo de vida dos brasileiros, ocorridas nos últimos anos, fizeram com que, apesar da combinação arroz e feijão continuar presente na dieta, exista uma tendência de incorporação de outros tipos de alimentos”, avalia a pesquisa sobre como a combinação tem sido substituída por carboidratos industrializados, como pães, bolachas e massas.
O estudo destaca que entre as duas últimas safras é observada uma redução significativa na área destinada ao plantio de arroz. “Na safra passada houve queda de quase 300 mil hectares, mas, apesar do declínio da área, a produção não tem apresentado contração significativa, pois os ganhos de produtividade foram suficientes para manter a oferta alinhada com o consumo interno”.
Entre os fatores que levam ao desinteresse pelos produtos que fazem parte da dieta básica brasileira, está, segundo o estudo, o tempo necessário para o preparo. “O elevado tempo de preparo do produto convencional dificulta seu uso pelas pessoas, que procuram por maior praticidade”.
Fonte: Agência Brasil
Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada USP (Cepea) afirma que 68% dos produtores de frutas e hortaliças consultados dizem que tiveram problemas de renda devido à pandemia do novo coronavírus.
Segundo o Cepea, a situação mostra que, mesmo sendo uma atividade essencial, “o agronegócio teve suas vulnerabilidades expostas pela interrupção ou limitações das vias de comercialização (até então, sem precedentes)”.
A pesquisa afirma que, no geral, parte do setor só não teve prejuízo mais intenso no primeiro semestre porque a oferta da maioria dos produtos foi controlada de março a maio.
No caso das hortaliças, a safra de verão teve a produtividade reduzida e o volume ofertado esteve menor, especialmente para produtos como batata, cebola, cenoura e tomate.
Quanto às frutas, o clima prejudicou a produção, ao passo que as exportações (incluindo de suco de laranja) registraram bom desempenho, limitando a disponibilidade doméstica e reduzindo a pressão sobre os preços.
A partir de junho, com a retomada gradual das atividades econômicas, o consumo de frutas e hortaliças reagiu.
“No entanto, é importante lembrar que a covid-19 segue ativa e que ainda não há medida eficaz no combate ao coronavírus”, diz o Cepea, em nota.
Futuro
Para os pesquisadores, os próximos meses devem ser marcados por desemprego, queda no poder de compra da população e por consequentes mudanças de hábito do consumidor.
“Se as perspectivas de muitas consultorias se concretizarem, o “novo normal”, em termos econômicos, deve ocorrer apenas em 2022. Ou seja, a realidade do hortifruticultor deve seguir alterada por um longo período.”
Por fim, os produtores ouvidos pelo Cepea dizem que o caminho para aliviar os prejuízos será pela eficiência e pelo aumento de produtividade. Cerca de 20% dos agricultores afirmam que não adotaram nenhum plano de ação para a pandemia.
Fonte: G1
O sistema das cadeias de agronegócio, na sua somatória, apontam a parte da originação, os agricultores, responsáveis por cerca de 30% do movimento total (23,6% de participação total do sistema inteiro no PIB do país – Cepea). O dentro da porteira soma cerca de 30% desse valor. Muito bem. Os agricultores são o elo mais frágil. Atuam sob fatores incontroláveis intensos. Não colocam preços nas suas mercadorias, e nos insumos que adquirem. Não definem a política financeira do país. Não comandam o câmbio. Não mandam em São Pedro, no clima, secas. Da mesma forma precisam enfrentar inimigos poderosos como ervas daninhas, pragas e doenças. E além de tudo ainda não contam no Brasil com um regime avançado de seguro, de crédito, de logística, irrigação, de burocracia. Fora isso, dos 5 milhões de propriedades rurais, consta que 4 milhões delas vivem longe do acesso à tecnologia e a mecanização.
Muito bem, a quem cabe a justa proteção dos agricultores? À sociedade inteira do país. Mas ok, quem mais proximamente? Os outros 70% do complexo do agribusiness, cabe exatamente ao mundo corporativo do antes da porteira, a indústria, o comércio e serviços de tecnologias, insumos, mecanização, bancos; ao lado do outro grande irmão do pós porteira das fazendas, agroindústrias, tradings, comércio e serviços, chegando até os consumidores finais, promoverem o valor e a qualidade da originação de alimentos, fibras, energia , madeira e o respeito humano pelos seus originadores. São eles agricultores, pecuaristas, homens e mulheres atuando em tudo o que é originado a partir dos campos, mares, represas, incluindo toda a piscicultura, o poder humano que mais pode comover os outros bilhões de humanos consumidores finais.
Os países mais competitivos e avançados não hesitam em promover sua agroindústria, seu comércio e suas marcas elevando a importância de seres humanos que atuam com dignidade, amor e qualidade de si mesmos e suas famílias nas suas agriculturas. É inteligente uma torrefadora de café mostrar a originação. Brilhante a Colômbia mostrando ao mundo o Sr. Juan Valdez. Idem a holandesinha da Holanda, o American Farmers de todas as suas comissions americanas. E assim assistimos no mundo todo uma inteligência fenomenal de “vender” o melhor do agribusiness com ênfase na mão humana que cuida da terra, da água e que enfrenta como nenhum outro elo das cadeias produtivas o tanto de incerteza e de aspectos incontroláveis a céu aberto, do seu trabalho.
Estaria na hora de uma reunião de lideranças sensatas e colocando seus egos nos cabides, elevando o agribusiness brasileiro ao ponto maior de todas as nossas motivações, compreendendo que só iremos crescer o PIB dobrando o agro de tamanho e que isso passa, sim, por uma união do antes, dentro e pós porteira das fazendas. E programas sensacionais que já temos no país, como Pecuária Sustentável da Amazônia, Eu sou algodão com certificações, a soja de Balsas, no Maranhão, programa Rama, rastreabilidade e monitoramento de alimentos da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e diversos outros selos, origem geográfica e modelos de produção de baixo carbono, por exemplo, precisam e devem ser corretamente comunicados para todos os stakeholders nacionais e internacionais.
Os agricultores compram brigas que não lhes pertencem. Cabe aos irmãos grandes do antes e do pós porteira das fazendas blindarem os corretos e guerreiros produtores e produtoras do Brasil, e não se esconderem atrás dos mesmos. Meio ambiente, agrotóxicos, bem estar animal, rastreabilidade e saúde humana e em todos os sentidos, precisamos das corporações na correta explicação de todos esses aspectos, das cooperativas e que unidos tenham verbas para comunicação mediática planetária.
Agricultores devem ser devidamente protegidos e defendidos e não expostos e agredidos ou vitimizados. Agricultores são ótimos e os melhores “símbolos de vendas” do complexo inteiro do agribusiness, apesar de representarem cerca de 20% ou 30% na contabilidade inteira da cadeia produtiva. Que líderes lúcidos, sensatos e conscientes iniciem o movimento do novo agro brasileiro. Que as proporções de 10%, 30% e 60% – antes, dentro e pós porteira, sejam justamente divididas e equilibradas na responsabilidade pela imagem do agro nacional.
Ou nos unimos com inteligência ascensional sobre retalhos de egos iludidos, ou perderemos a hora de dobrar o PIB brasileiro de tamanho e isso exige obrigatoriamente dobrar o complexo agroempresarial, cooperativista, tecnológico comercial, industrial e de serviços juntos.
José Luiz Tejon
Fonte: Jovem Pan
Uma iniciativa da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) e da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Pesca através da Epagri pretende estimular a demanda de consumo por produtos oriundos da agricultura familiar catarinense. Uma pesquisa feita em dez regiões do Estado mapeou fornecedores qualificados por categorias para a aproximação com as redes supermercadistas a fim de facilitar a chegada destes produtos às famílias catarinenses.
A ACATS tem um histórico de ações em parceria com a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Pesca e a Epagri. Desde 2009, a Feira de Produtos, Serviços e Equipamentos para Supermercados – EXPOSUPER abre espaço para o projeto Pequenos Produtores da Agricultura Familiar de Santa Catarina, para que estes produtos possam ser apresentados e negociados diretamente aos supermercadistas catarinenses.
O projeto tem como objetivo fortalecer a participação de pequenas empresas sediadas no Estado, com a qualificação necessária (qualidade, preço e prazo) para oferecer produtos aos supermercados catarinenses, de forma regionalizada. Nessa primeira etapa foram mapeados 517 empreendimentos, em 13 categorias de produtos, que movimentará a economia nas 10 regiões de atuação da ACATS.
O Presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Paulo Cesar Lopes, ressalta que este apoio a produtores familiares já acontece de forma espontânea por parte de várias empresas supermercadistas, principalmente as que têm lojas em regiões de forte demanda agrícola. O que vai acontecer a partir de agora com essa parceria é que as possibilidades de conexões entre os produtores e os profissionais compradores das empresas será ampliada e poderá acontecer o ano inteiro. E a deflagração da campanha certamente vai atrair atenção de novos produtores que buscam mais varejos para as demandas de produção – afirma o dirigente.
Ainda segundo Lopes, o consumidor catarinense será beneficiado com oferta de produtos locais ou regionais com aproveitamento pleno das safras de hortifrutigranjeiros.
A Presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, chama a atenção para mais aspectos vantajosos, entre eles, a agregação de valores à atividade do campo, geração de empregos e a consequente fixação de famílias, disponibilização de produtos frescos e saudáveis aos consumidores.
– Acredito que a rede de trocas possa se organizar muito melhor em busca de eficiência diante desta campanha que busca ser facilitadora: o produtor terá ganho de novos conhecimentos com a capacitação de sua atividade e os mercados terão soluções de agro muito mais próximas agilizando a questão logística tendo produtores mais perto de suas lojas. Enfim, é uma soma de razões para levar esta iniciativa ao sucesso – afirma.
O secretário de Estado da Agricultura e Pesca, Ricardo de Gouvêa, entende que esta parceria vai ao encontro a uma das finalidades da atuação de sua pasta, que é a de intervir para que o segmento produtor fixado no campo ganhe mais competitividade através de novas conexões de negócios dentro do próprio Estado.
“O setor supermercadista, assim como a produção agrícola, tem grande capilaridade regional e será muito positiva esta aproximação que ganha mais força neste momento. O Governo do Estado está entusiasmado com o projeto e temos certeza de que agregará muito mais famílias em relação a este grupo inicial”, afirmou o secretário. Para conhecer os empreendimentos envolvidos, acesse o site www.acats.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação da Acats
O Ministério da Agricultura liberou nesta quinta-feira (9) o registro de mais 21 agrotóxicos para utilização industrial, ou seja, produtos que serão usados como matéria-prima na elaboração de pesticidas para os agricultores. Já são 197 registros neste ano. Todos os princípios ativos liberados são genéricos de pesticidas já autorizados no país. Entre os produtos listados, chama atenção a liberação de 6 registros para o dicamba, um herbicida que teve a comercialização suspensa nos Estados Unidos por matar lavouras vizinhas.
Este produto está tentando substituir o glifosato (o agrotóxico mais vendido no mundo) na produção da soja transgênica americana. No Brasil, produtores reclamam do pesticida e pedem para que não se use essa tecnologia no país.
Registros no ano
Até o agora, foram 4 princípios ativos inéditos no ano: todos pesticidas biológicos. Pela legislação brasileira, tanto produtos biológicos utilizados na agricultura orgânica quanto químicos utilizados na produção convencional são considerados agrotóxicos. Os outros 193 registros são de genéricos, sendo:
78 ingredientes químicos de agrotóxicos que são vendidos aos agricultores;
28 pesticidas biológicos vendidos aos agricultores;
87 princípios ativos para a indústria formular agrotóxicos.
Em relação ao ritmo de liberação, as autorizações feitas em 2020 perdem apenas para 2018 e 2019, quando o governo registrou a maior quantidade de produtos desde o início da série histórica, em 2005.
Novo método de divulgação
Neste ano, o governo alterou a forma de divulgação do registro de agrotóxicos. Até 2019, o ministério anunciava a aprovação dos pesticidas para a indústria e para os agricultores no mesmo ato dentro do “Diário Oficial da União”.
A série histórica de registros, que apontou que 2019 como ano recorde de liberações, leva em conta a aprovação dos dois tipos de agrotóxicos: os que vão para indústria e os que vão para os agricultores.
Em nota, o Ministério da Agricultura explicou que a publicação separada de produtos formulados (para os agricultores) e técnicos (para as indústrias) neste ano tem como objetivo dar mais transparência sobre a finalidade de cada produto. “Assim, será mais fácil para a sociedade identificar quais produtos efetivamente ficarão à disposição dos agricultores e quais terão a autorização apenas para uso industrial como componentes na fabricação dos defensivos agrícolas”, completou o ministério.
Como funciona o registro
O aval para um novo agrotóxico no país passa por 3 órgãos reguladores:
Anvisa, que avalia os riscos à saúde;
Ibama, que analisa os perigos ambientais;
Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.
Tipos de registros de agrotóxicos:
Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.
Produto técnico equivalente: “cópias” de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;
Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;
Produto formulado equivalente: produto final “genérico”.
Fonte: G1
A maior parte do setor agrícola do Brasil vem prosperando, apesar dos efeitos negativos da pandemia de covid-19 na economia do País como um todo, disse o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília. A agência observou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve encolher pelo menos 7% este ano, enquanto a agricultura pode crescer até 3%.
O setor agrícola está aproveitando as oportunidades no mercado internacional que surgiram por causa da pandemia de covid-19, fornecendo uma variedade de produtos a mercados estrangeiros num momento em que outros países enfrentam problemas de produção e alguns restringem a exportação para garantir o abastecimento interno, disse o USDA.
Segundo o adido, a rápida apreciação do dólar ante o real tornou as exportações agrícolas do Brasil atraentes no mercado internacional. Apesar de ter caído recentemente, a moeda norte-americana ainda acumula ganho de 31% em 2020. O real fraco também desencorajou as importações denominadas em dólar e alimentou a demanda interna por produtos agrícolas produzidos no País.
O adido destacou que a agricultura brasileira, trabalhando em conjunto com os tomadores de decisão do governo, superou obstáculos logísticos iniciais e elevou as exportações de algumas commodities a níveis recorde em meio à pandemia. Além disso, manteve a oferta no mercado interno, num momento em que brasileiros aumentavam suas compras de alimentos em supermercados.
O USDA disse que, embora o País não tenha enfrentado escassez de alimentos ou interrupções na cadeia de suprimentos, alguns segmentos da população estão sofrendo com maior insegurança alimentar, por causa do aumento de preços nos últimos meses.
No geral, o adido acredita que o setor agrícola do Brasil esteja bem posicionado para enfrentar a propagação da covid-19 e o período pós-pandemia.
Fonte: Isto É
No próximo dia 16 de março será divulgado o Balanço do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento da Associação Brasileira de Supermercados, o RAMA. A divulgação acontecerá no primeiro dia da 54ª edição da Convenção ABRAS, no Riocentro, Rio de Janeiro, e reunirá diversos especialistas e representantes da cadeia de abastecimento.O presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto, fará a abertura oficial do evento, que é coordenado pelo superintendente e responsável pelo programa RAMA, Márcio Milan.
Na oportunidade será apresentada também a retrospectiva das atividades realizadas pelo programa, criado em 2012, e que já conta com a adesão voluntária de 57 redes supermercadistas, além de palestras sobre temas relacionados à importância das boas práticas na produção de alimentos.
O evento receberá a palestrante internacional Catherine Burns, CEO da Produce Marketing Association (PMA), e também o jornalista, publicitário e mestre em educação, José Luiz Tejon, a coordenadora de Segurança de Alimentos da Coop, Débora Regina Colli Cosenza, a gerente de Segurança Alimentar e Qualidade do Carrefour, Julia Carlini, e a gerente Nacional de Segurança Alimentar da Cencosud, Maria Luisa Lado.
A programação também inclui a 2ª edição do Prêmio RAMA, lançado em 2018 para homenagear empresas que adotam boas práticas na produção de alimentos.
Convenção ABRAS
A Convenção ABRAS, maior encontro de líderes supermercadistas do Brasil, é promovida pela Associação Brasileira de Supermercados. Em 2020 está chegando à sua 54ª edição, e trará como tema principal “Jornada 360º – Ecossistema e Inovação”. O evento acontecerá de 16 a 18 de março, no Pavilhão 5 do Riocentro. Serão três dias de muito aprendizado com renomados palestrantes que debaterão diferentes perfis de consumidores e novos modelos de negócios em um ambiente tecnológico cada vez mais desafiador. A Convenção contará ainda com a tradicional Exposição e Feira de Tecnologia, com grandes empresas e suas modernas soluções voltadas ao varejo. O evento será realizado em paralelo à SRE Trade Show, organizado pela ASSERJ.
SRE Trade Show
Pelo terceiro ano consecutivo, a Convenção ABRAS acontecerá em paralelo com a Super Rio Expofood, uma das maiores feiras supermercadistas do Brasil, que em 2020 estará completando 32 anos de existência, e virá com nova estrutura, e com o nome de SRE Trade Show. Promovida pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), a feira, que acontecerá de 16 a 18 de março nos pavilhões 3 e 4 do Riocentro, reunirá diversos expositores regionais, nacionais e internacionais de produtos, serviços e tecnologias, e contará ainda com inúmeras palestras sobre temas relacionados ao setor supermercadista.
Clique e confira a programação.
O evento é fechado, somente para convidados credenciados.
Comunicação ABRAS
O Ministério da Agricultura publicou nesta segunda-feira (2) a liberação de mais 16 agrotóxicos para o uso dos agricultores. São os primeiros registros deste tipo de produto em 2020. Na sexta-feira, o governo autorizou 32 pesticidas para uso industrial. No total, são 48 novas autorizações neste ano.
Do total, 2 produtos liberados são biológicos (à base de Trichoderma harzianum) e 14 são defensivos químicos. Pela legislação brasileira, tanto produtos biológicos utilizados na agricultura orgânica quanto químicos utilizados na produção convencional são considerados agrotóxicos.
Pela checagem do G1 no sistema do ministério, 1 produto é inédito, que mistura dois princípios ativos já liberados no país (Abamectina com Ciantraniliprole) e 15 produtos genéricos de ingredientes que estão no mercado, os chamados “produtos formulados equivalentes”.
Na lista de princípios ativos liberados, estão agrotóxicos muito vendidos, como os herbicidas Sulfentrazona e Mesotriona e o fungicida Mancozebe.
Novo método de divulgação
Neste ano, o governo alterou o método para anunciar a liberação de agrotóxicos. Até 2019, o Ministério da Agricultura divulgava a aprovação dos pesticidas para a indústria e para os agricultores no mesmo ato dentro do “Diário Oficial da União”.
A série histórica de registros, que apontou que 2019 como ano recorde de liberações, leva em conta a aprovação dos dois tipos de agrotóxicos: os que vão para indústria e os que vão para os agricultores.
Em nota, o Ministério da Agricultura explicou que a publicação separada de produtos formulados (para os agricultores) e técnicos (para as indústrias) neste ano tem como objetivo “dar mais transparência sobre a finalidade de cada produto”.
“Assim, será mais fácil para a sociedade identificar quais produtos efetivamente ficarão à disposição dos agricultores e quais terão a autorização apenas para uso industrial como componentes na fabricação dos defensivos agrícolas”, completou o ministério.
Como funciona o registro
O aval para um novo agrotóxico no país passa por 3 órgãos reguladores:
Anvisa, que avalia os riscos à saúde;
Ibama, que analisa os perigos ambientais;
Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.
Tipos de registros de agrotóxicos:
Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.
Produto técnico equivalente: “cópias” de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;
Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;
Produto formulado equivalente: produto final “genérico”.
Fonte: G1
Por José Luiz Tejon*
Na universidade de Harvard, o criador do conceito de agribusiness na década de 1950, o professor doutor Ray Goldberg, agora aos 93 anos de idade, redefine as funções e a missão do novo agronegócio: uma agrocidadania em cinco elos, assim descritas:
1 Os produtores rurais se transformam em gestores de tecnologia, dos recursos de seus microbiomas, do clima e da água para alimentos, fibras, rações, bioenergia e farmacêutica. Saúde e agriceutica estão, agora, fortemente presentes na redefinição dos produtores rurais.
2 As companhias de sementes, fertilizantes, mecanização, insumos agrícolas, veterinários e demais serviços voltados aos produtores rurais se transformaram em organizações de ciências da vida (life science company).
3 Processadores e empresas de trading, os comerciantes de commodities, passam a executar uma função de solucionadores e fornecedores de matérias-primas e ingredientes cada vez mais específicos e segmentados, atendendo demandas de nichos.
4 As marcas (brands) de alimentos e bebidas, a agroindústria agregadora de valor, viram as inovadoras de sabores e nutrição, genuínas companhias de bem-estar humano.
5 A distribuição, o varejo e os serviços conectados diretamente aos consumidores finais serão agora chamados de “defensores dos consumidores“. Envolvem responsabilidade com segurança de alimentos (sua originação e sustentabilidade), saúde e nutrição dos clientes e cidadãos .
O Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama), da forma como está sendo hoje conduzido, é um exemplo perfeito da consciência dos supermercados brasileiros dentro da nova definição de agribusiness para a missão obrigatória do varejo de alimentos no planeta.
O Programa Rama, além de significar um zelo monitorado da qualidade de alimentos colocados nas gôndolas dos supermercados, onde o ponto de venda significa cada vez mais um ponto de confiança e de segurança de alimentos e eficiência nutricional, representando o que em Harvard está sendo chamado de consumer advocate, se transformou também num projeto educacional.
Com a rastreabilidade gerando métricas, os técnicos da PariPassu retornam aos produtores rurais e aos demais elos da cadeia produtiva da hortifruticultura, com impacto nos demais quatro elos acima mencionados, informações claras de melhoria da gestão no uso das tecnologias por parte dos agricultores, nas práticas dos intermediários e comerciantes, na agroindústria utilizadora dos vegetais, e indo além.
Agora, os supermercados vão se transformando também em salas de aula. Pontos de educação alimentar para os consumidores, além de desenvolver consciência antidesperdício.
A Abras, com o Programa Rama, está além de realizar somente um programa que rastreia e monitora. De verdade, os supermercados brasileiros já atuam em sintonia com a nova consciência do agribusiness evoluído, que hoje caracteriza
o estado da arte deste megasegmento econômico do planeta — uma agrocidadania —, da ponta do consumidor até as mãos e a responsabilidade do novo agricultor. Abras, supermercados e pontos de educação, além de vendas.
*O Prof. Dr. José Luiz Tejon é diretor acadêmico do Food & Agribusiness Management (FAM), na Universidade Audencia (Nantes – França). Também é membro do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e autor e coautor de 34 livros
Para que os alimentos cheguem à mesa do cliente com qualidade garantida e seguindo todos os critérios de conformidade determinados pela Vigilância Sanitária, a Coop – Cooperativa de Consumo vem desenvolvendo um vasto trabalho na área de segurança alimentar e os resultados não poderiam ser melhores. Acabou de ultrapassar a média do mercado.
De acordo com Antonio Guilherme, gerente da área, a intensificação dos controles vem acontecendo desde 2014 e, no final do ano passado, em novembro, o Bureau Veritas foi contratado pela Cooperativa para dar continuidade das boas práticas da segurança alimentar. “Trata-se de uma empresa sólida e com mais de 90 anos, só no Brasil. Um parceiro certo para unir forças com a Coop que está em pleno crescimento”.
Somente em 2019, foram realizadas 188 auditorias e 1.148 consultorias, envolvendo visitas técnicas, treinamentos de 100% das equipes que atuam nas áreas da padaria, cafeteria, hortifruti, restaurante, rotisseria e setor de perecíveis (frios e laticínios), além da utilização de modernas e avançadas metodologias de controle.
“Por meio de aplicativo específico, controlamos periodicamente o check-list com mais de 240 itens avaliados e rastreados, que vão desde a área de resíduos, armazenamento, controle de água, de praga até chegar à bateria de caixas – check-outs. Todo esse trabalho fez com que a Coop obtivesse o índice de conformidade na casa de 92,48%, bem acima dos 86% – média do mercado nacional”, reforça a coordenadora da Segurança de Alimentos, Débora Cosenza.
Desde 2016, a Coop também é parceira do RAMA, um programa de rastreabilidade e monitoramento de frutas, legumes e verduras desenvolvido pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) sob a operação técnica da PariPassu, com o objetivo de fomentar as boas práticas agrícolas, acompanhando as tendências mundiais do setor varejista na atenção à segurança.
Fonte: ABC do ABC
A consciência não só do que escolhe comer na hora das refeições como também o cuidado para evitar e combater o desperdício do alimento faz parte do compromisso que todo brasileiro deveria assumir em 2020. Acadêmicos, especialistas, GOVERNO, autoridades e a população têm de lutar e buscar mudanças que serão benéficas não só para as pessoas como para o meio ambiente e a ECONOMIA. É uma cadeia.
Infelizmente, o Brasil descarta por ano quase 37 milhões de toneladas de lixo orgânico, basicamente restos de alimento, ainda que milhares não tenham o que comer ou não possam escolher. Por ano, cada brasileiro manda para o lixo mais de 41 quilos de comida. Em uma família com três moradores, esse volume chega perto dos 130 quilos. É o que aponta levantamento com quase 700 famílias feito pela Fundação Getulio Vargas em parceria com a Embrapa. Hábito terrível repetido em todas as classes sociais. Com tantas pessoas no mundo, e no país, passando fome, como lidar com o desperdício de ALIMENTOS?
O professor Marcos David Ferreira, da Embrapa Instrumentação, explica que é importante deixar clara a definição do que é perda e desperdício. “Em definições internacionais, padronizadas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), perda é aquele produto que sai do campo e não chega ao consumidor, perde ou estraga pelo caminho. Já desperdício é o alimento pronto para consumo que é jogado fora. Infelizmente, no Brasil os valores são altos em ambas as situações.”
Marcos David Ferreira enfatiza que, no caso das perdas, de cada 10 caixas produzidas, dependendo do produto, quatro a cinco são jogadas no lixo. Aliados aos dados de desperdício, os valores são enormes. “O mundo passou de um pós-guerra com escassez de ALIMENTOS para uma oferta abundante de comida, e mesmo em países que sofreram diretamente com guerra as gerações posteriores não têm, muitas vezes, essa consciência. No Brasil, o agravante é que por sermos um país tropical/subtropical, praticamente tivemos que reinventar a agricultura, criando uma situação muito diferente, na qual somos autossuficientes nos principais itens da alimentação e grandes exportadores no agronegócio. Mas desperdiçamos muito, jogamos grandes quantidades de comida fora. E a pergunta principal é como alterar essa situação..”
Para Marcos David Ferreira, um dos pontos principais é a conscientização – tanto na questão socioambiental, como no impacto no orçamento familiar. Menos desperdício significa lixões menores e mais dinheiro para as famílias. “Existem outras faces, como a ausência de políticas públicas claras para combater o desperdício, em especial no setor de alimentação, como restaurantes, hotéis etc., em que a legislação restringe a distribuição de ALIMENTOS.”
No entanto, há aspectos positivos. Marcos David Ferreira destaca que ações louváveis são da Mesa Brasil Sesc, com uma rede nacional de bancos de ALIMENTOS e também de ONGs como banco de ALIMENTOS e de associações como a Associação Brasileira de Supermercado(ABRAS). “Assim, com ações conjuntas não somente no final da cadeia – em nível de consumidor, mas com o setor produtivo, aliadas a políticas públicas -, podemos alterar essa situação.”
ENVELHECIMENTO Também relevante, há outra questão que diz respeito ao envelhecimento da população brasileira. Além de saber escolher e não desperdiçar, é preciso saber o que comer. O professor Franco Maria Lajolo, do Departamento de ALIMENTOS e Nutrição Experimental da USP e vencedor do prêmio Péter Murányi de 2016, alerta que a população está envelhecendo, mas sem cuidar do que está ingerindo. As pessoas comem muito e mal. Estamos lidando com variados problemas de obesidade e deficiências nutricionais. “Para enfrentar essa situação, um caminho que se vem desenhando é a nutrição personalizada. Já existe um bom número de pesquisas mostrando a relação entre genes e a necessidade de nutrientes. Essa tendência estará consolidada em cinco ou 10 anos.”
Franco Maria Lajolo enfatiza que há uma aliada, que é a inteligência artificial: “O uso de tais tecnologias já permite, por exemplo, a composição da tabela de nutrientes. E, futuramente, serão aplicadas nos smartphones e outros dispositivos. A inteligência artificial empodera o indivíduo a construir sua própria dieta, de acordo com seus hábitos e sua genética”.
Porém, Franco Maria Lajolo avisa que há um desafio a curto prazo: o combate às fake news e seus efeitos sobre a nutrição. “Reduzir a ingestão de gorduras saturadas, de açúcar e de sal são as maiores tendências na indústria dos ALIMENTOS. As notícias falsas passam informações que não estão associadas à ciência. É preciso ensinar o consumidor a buscar conhecimento.”
Dicas para evitar o desperdício
Nunca vá às comprar sem saber o que já tem em casa na geladeira, na despensa
Cuidado com os ALIMENTOS perecíveis. Compre somente a quantidade pedida na receita ou se programe para ir mais vezes ao Supermercado, feira ou sacolão
Saiba o que vai cozinhar na semana para só comprar o necessário
Sempre dê preferência ao que é da época: verduras, legumes e frutas
Tenha o hábito de levar às compras uma lista para não comprar mais do que deve e precisa
Aprenda a condicionar de maneira adequada os ALIMENTOS para que, mesmo na geladeira, não estraguem antes do tempo
Busque conhecimento e saiba como aproveitar integralmente os ALIMENTOS: folhas, talos e cascas. Sabia que as sementes de abóbora podem ser torradas no forno e servidas como petisco?
Abandone o preconceito contra a comida requentada. O que sobrou e foi para a geladeira, dentro do prazo, mantém o sabor e pode ser consumido. Ou, se preferir, também pode ser transformado em outras receitas. O arroz, retemperado, pode virar um delicioso bolinho.
Enquanto isso… Agrotóxicos liberados
Ao mesmo tempo em que existe a preocupação com o que comer, o que é saudável, a qualidade do alimento, há o medo por parte da população com o uso exagerado dos agrotóxicos no Brasil. Medo dos hormÒnios nos animais e dos venenos nos vegetais. Muitas perguntas, inúmeras dúvidas e respostas pouco convincentes. A realidade é que o Ministério da Agricultura publicou no Diário Oficial da União, em 27 de novembro de 2019, autorização do registro de mais 57 agrotóxicos no Brasil (55 são produtos genéricos, ou seja, com base em ingredientes ativos que já estavam presentes em outros produtos existentes no mercado).
Ao todo, somente em 2019, foram liberados 439 desses produtos pelo GOVERNO. De acordo com a pasta, o objetivo é aumentar a concorrência no mercado e diminuir o preço dos defensivos, o que faz cair o custo de produção. Por outro lado, parte da sociedade se preocupa em demasia porque os agrotóxicos impactam a saúde pública, podendo causar intoxicações e doenças como o câncer.
Dados de 2019, apresentados no livro A geography of agrotoxins use in Brazil and its relations to the European Union, da editora FFLCH/USP, revelam que diversos agrotóxicos não aprovados, por exemplo, em países da União Europeia são autorizados pelo GOVERNObrasileiro. Estima-se que 4.500 pessoas sejam intoxicadas por ano por esses produtos no Brasil.
No país, maior consumidor de agrotóxicos do mundo, segundo dossiê de 2008 da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASco), esses produtos estão relacionados a uma morte a cada dois dias por doenças agudas, sendo um terço suicídio e os outros dois terços por inalação por pessoas que os manipulam, segundo dados disponibilizados no livro da editora FFLCH/USP. Mas isso ainda é subnotificado.
Além disso, o livro detalha que os agrotóxicos têm ligação com mortes por efeitos diretos, por exemplo, devido ao consumo de ALIMENTOS contaminados. E efeitos indiretos, como na contaminação do lençol freático, o que tem relação com a incidência de tumores, mas que ainda não é quantificado, devido ao câncer ter múltiplas causas.
Fonte: Estado de Minas
Entre os dias 18 e 19 de dezembro a Cooperbio – cooperativa camponesa localizada na Linha Tesoura, interior do município de Seberi – sediou curso e seminário voltados às Boas Práticas em Produção de Ovos Orgânicos. A realização contou com a parceria da Embrapa, Emater e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). O público participante foi formado essencialmente por camponeses e camponesas interessados na diversificação da produção e no fortalecimento da agroecologia.
João Dionísio Henn, analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Suínos e Aves, que atuou na atividade ao lado do pesquisador Jorge Vitor Ludke, falou a respeito: “A avicultura de postura é uma atividade muito adequada para a diversificação de culturas na pequena propriedade, porque possibilita ser conduzida em uma área relativamente pequena, com aproveitamento da mão de obra existente, servindo tanto para o envolvimento de pessoas em idade mais avançada quanto para a inserção de jovens que estão iniciando sua participação na lógica de trabalho do espaço.”
Seja como uma atividade agregadora ou mesmo como atividade principal na propriedade, “a iniciativa de produção de ovos caipiras ou ovos orgânicos oportuniza a agregação de valor superior” em relação ao produto convencional, explica Henn. “O nicho ainda é pequeno, mas é crescente, como já temos tido a oportunidade de identificar, há demanda e público interessado considerável”, explica o analista da Embrapa, dando como exemplo varejistas do oeste de SC que tem buscado produtos orgânicos e não tem encontrado oferta suficiente para suprir suas demandas.
Pablo Fernandes, jovem camponês da comunidade de Barreiro Grande, município de Ametista do Sul, confirma a ideia: “É um projeto novo que se apresenta para nós, oportunizando uma renda extra para a família, sendo um trabalho mais leve para aqueles que já estão em idade avançada e uma ao iniciativa para fortalecer o processo de sucessão familiar, como no nosso caso, que está possibilitando a implantação de um segundo aviário na unidade produtiva da família”. Para os Fernandes, que já tem na avicultura a principal atividade, os ovos orgânicos abrem uma série de novas possibilidades, fortalecendo a certeza de que a agroecologia é o caminho certo para a produção de alimentos para a subsistência da família e também como alternativa econÒmica de produção com valor agregado.
Débora Varoli, integrante da gestão da Cooperbio e dirigente do MPA, avaliou a importância do curso especialmente pela amplitude do público que foi atingido nos dois dias de atividades: “Com eventos como esse vamos construindo um know how de conhecimento técnico em cima de uma determinada área, que vai ajudando os agricultores camponeses nos diferentes municípios, conduzindo a um orquestramento territorial fortalecido e criando ambiente ondem muitas pessoas passam a conhecer e trabalhar sobre o tema”. A participação de jovens camponeses e camponesas, tanto que já estão à frente da gestão das unidades produtivas familiares, quanto daqueles que estão se preparando para dar o próximo passo na sucessão familiar foi saudada pelos organizadores.
Também mereceu destaque na reflexão da dirigente o espaço que a avicultura de postura ocupa como oportunidade de diversificação às monoculturas que se impuseram nas últimas décadas na região e limitaram a autonomia da produção camponesa: “Quando falamos em produção de ovos e aves, estamos falando de uma tradição que sempre esteve presente na vida do camponês e da camponesa, que agora precisamos ressignificar e dar consequência, inserindo tecnologia e pesquisa”. Nesse sentido a construção de parcerias que vão tecnificando a cadeia de produção agroecológica é considerada decisiva e as alianças estretégicas construídas são valorizadas e incentivadas, a exemplo do que já se tem procurado fazer com instituições de renome como a Emater e a Embrapa (tanto com a unidade voltada à Suínos e Aves, quanto com a unidade Clima Temperado, que já tem um longo histórico de ações juntos com as cooperativas ligadas ao movimento).
O curso de Produção de Ovos Orgânicos contempla uma demanda específica da região norte do RS, onde a Cooperbio está aprimorando um projeto de produção de ovos junto à base do MPA, e amplia para outras regiões o modelo desenvolvido pelo campesinato. O projeto prospectado pelo MPA prevê a implantação de unidades de produção onde são alojadas galinhas caipira, com espaços adequados de repouso e campo cercado para movimentação, contando com alimentação balanceada e utilização de itens disponíveis na própria unidade produtiva para sustento dos animais (como o milho crioulo, por exemplo), orientação técnica de manejo através das cooperativas e demais parceiros, e, por fim, o estabelecimento de uma cadeia produtiva regional centralizada em um centro de beneficiamento e distribuição cujas instalações e equipamentos já estão efetivados em Ametista do Sul.
Fonte: Brasil de Fato
O Ministério da Agricultura (MAPA) encontrou resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido ou proibidos em 7% dos alimentos avaliados entre 2015 e 2018. Foram analisados vegetais coletados em fazendas e centros de distribuição. O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (16), uma semana depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicar um estudo semelhante, só que com alimentos vendidos em supermercados entre 2017 e 2018. No caso, 23% deles apresentaram alguma inconformidade.
Segundo o governo, as duas pesquisas são consideradas complementares, mas têm parâmetros e metodologias diferentes, e não é possível compará-las. O estudo da Agricultura considerou 4.828 amostras de 42 alimentos. Além de buscar resíduos de agrotóxicos, ele também verificou a presença de contaminantes químicos (como arsênio e cádmio) e biológicos (microtoxinas e Salmonella), o que não aparece no estudo da Anvisa.
Veja os resultados:
• Em 53% não foram encontrados resíduos de agrotóxicos ou contaminantes;
• Em 1% deles, havia presença de contaminantes químicos ou biológicos;
• Em 46% foram verificados resíduos de agrotóxicos, sendo 39% dentro do limite permitido e 7% acima do limite ou pesticidas proibidos para a cultura ou no país.
• Em uma segunda etapa, o ministério considerou somente as amostras que apresentaram resíduos de agrotóxicos. Neste universo:
• 89,2% respeitavam os limites;
• 10.8%% estavam com alguma inconformidade, sendo: 6,6% com resíduos de agrotóxicos não permitidos para aquela cultura; 2,7% com agrotóxicos acima do limite permitido; e 1,5% com agrotóxicos proibidos no país.
Alimentos pesquisados
Foram pesquisados mais de 200 tipos de agrotóxicos em 42 produtos de origem vegetal: batata, tomate, manga, citrus, cebola, beterraba, alho, abacaxi, pimentão, alface, cenoura, banana, amendoim, kiwi, milho pipoca, soja, morango, castanha do brasil, pimenta do reino, trigo, feijão, arroz, milho canjica, milho grão, pêra, café grão cru, goiaba, melão, farelo de soja, cevada malteada, café torrado, amêndoa de cacau, castanha de caju, amêndoa doce, pistache, aveia, milho verde, suco de uva, vinho, mamão, maçã e uva.
As amostras foram encaminhadas e analisadas por laboratórios federais, que seguiram, segundo o ministério, metodologias validadas pelo Inmetro e com reconhecimento internacional.
Do estudo mais recente (2018), beterraba, castanha do Brasil, pimentão, pistache, kiwi e pera apresentaram nível de inconformidade abaixo de 80%.
Europa e Estados Unidos
Segundo o governo, os resultados se são parecidos com os apresentados pela Autoridade de Segurança Alimentar Europeia (EFSA – European Food Safety Authority, em inglês).
O mais recente resultado de monitoramento divulgado pela EFSA (2017) revelou que 54,1% das amostras não continham resíduos, 41,8% continham resíduos dentro do permitido e 4,1% continham resíduos em concentração superiores àquelas permitidas.
O governo afirma que, caso seguisse os parâmetros europeus de avaliação, os índices de conformidade do estudo seriam maiores “porque a legislação brasileira é mais restritiva que a internacional”.
Já o relatório americano de 2017 elaborado pela Administração de alimentos e remédios dos Estados Unidos (FDA – Food and Drug Administration, em inglês) mostra que 52,5% das amostras analisadas não continham resíduos, sendo que, das amostras com presença de agrotóxicos, 96.2% foram avaliadas como conformes.
Fonte: G1
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) fixou os padrões visuais de qualidade para 17 produtos hortícolas. Os padrões estabelecem os requisitos para que uma fruta, legume ou verdura seja considerada própria para o consumo. O objetivo é auxiliar o consumidor a identificar esses produtos, assim como os fiscais.
Os padrões foram criados em conjunto com a Ceagesp de São Paulo e a Embrapa Hortaliças.
Os padrões cumprem a Instrução Normativa MAPA nº 69/2018 e estabelecem que os produtos devem estar: inteiros, limpos, firmes, sem pragas visíveis a olho nu, fisiologicamente desenvolvidos ou com maturidade comercial. Não podem: ter odores estranhos, estar excessivamente maduros ou passados, apresentar danos profundos, ter podridões, estar desidratados, murchos ou congelados.
Os primeiros hortícolas com padrão visual definido são: abacate, alface, banana, batata, caqui, laranja, mamão, manga, melão, melancia, maçã, uva, morango, nectarina, pêssego, tangerina e tomate.
Frutas natalinas
Os padrões já valem para as frutas natalinas importadas para as festas de final de ano, ou seja, não podem estar amassadas, podres, não desenvolvidos ou apresentar outros problemas. Os produtos que não obedeceram aos requisitos poderão ser rechaçados nos pontos de entrada do país. Os auditores fiscais federais agropecuários estão autorizados a abrir caixas, por amostragem, para verificar a qualidade.
Os fiscais agropecuários passam por capacitação para identificar os produtos que estiverem fora dos padrões de qualidade estabelecidos pela IN 69.
Referência para mercado internacional
Nesta semana, uma equipe do Ministério e da Ceagesp está no Espírito Santo obtendo as imagens que serão referência para o padrão de qualidade do mamão. Posteriormente, este referencial da fruta será disponibilizado para a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que usará as imagens para o padrão visual de comercialização da fruta no mercado internacional.
Frutas para exportação
As frutas de exportação devem atender os padrões exigidos pela OCDE, dentro do chamado Programa de Frutas e Hortaliças.
As normas facilitam o comércio internacional de frutas e hortaliças por meio da harmonização das normas internacionais de comercialização. Adicionalmente, o programa visa facilitar o reconhecimento mútuo das inspeções pelos países participantes, com aceitação internacional dos certificados de qualidade emitidos.
No caso do Brasil, o padrão visual para a certificação de frutas destinadas à exportação se dará de forma voluntária, conforme interesse do exportador ou exigência do país importador.
Segundo o Coordenador-Geral de Qualidade Vegetal do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), Hugo Caruso, os países importadores são bastante exigentes. “Eles têm pessoal treinado para não deixar ingressar produtos que não atendam aos requisitos mínimos de qualidade estabelecidos pelos padrões visuais”.
O coordenador explica que o processo de importação de países-membros do programa da OCDE é mais ágil e envolve custos mais baixos de inspeção. O Brasil foi aceito no final de 2017 como país integrante do Programa de Frutas e Hortaliças da OCDE. Para isso, é necessário adotar padrões internacionais de classificação em um sistema desenvolvido de forma conjunta pelos países-membros para o controle da qualidade e certificação.
Fonte: Ministério da Agricultura
O Ministério da Agricultura publicou nesta quarta-feira (27) a autorização do registro de mais 57 agrotóxicos. Já são 439 novos produtos liberados em 2019, permanecendo como o maior ritmo de liberação da história.
Do total liberado nesta quarta, são 55 genéricos de princípios ativos já autorizados no Brasil e 2 produtos inéditos (um biológico e outro com baixa toxicidade).
Com o anúncio desta quarta-feira, o número de registros chega próximo aos 450 novos agrotóxicos autorizados em 2018, até então o maior número da série histórica, iniciada em 2005. No mesmo período do ano passado, o governo havia registrado 374 agrotóxicos.
O atual ritmo de liberação provocou reação de entidades ligadas a defesa do meio ambiente, que entraram na Justiça contra dessas algumas medidas. Na semana passada, um juiz federal do Ceará suspendeu provisoriamente o registro de 63 agrotóxicos autorizados no dia 17 de setembro.
Produtos novos
Entre as novidades anunciadas pelo Ministério da Agricultura, está um defensivo agrícola biológico à base da vespa Telenomus podisi, que poderá ser usado na agricultura brasileira para combater o percevejo marrom, uma importante praga da cultura de soja.
“O percevejo marrom é uma praga de grande importância na cultura da soja, que só contava com opções químicas para o seu controle. Esta vespa parasita ovos do percevejo marrom favorecendo uma diminuição populacional da praga e aumentando o número de inimigos naturais no campo”, explicou, em nota, o coordenador de Agrotóxicos do Ministério da Agricultura, Carlos Venâncio.
Outro novo agrotóxico aprovado é um produto de baixa toxicidade formulado à base de óleo de casca de laranja, ele é um inseticida e fungicida que poderá ser usado para combater o pulgão em pequenas culturas como alface. O produto é autorizado nos Estados Unidos e não tem registro na União Europeia.
Genéricos
Segundo o ministério, entre os pesticidas genéricos que tiveram o registro publicado hoje, 12 são produtos biológicos ou orgânicos, que podem ser usados tanto na agricultura orgânica quanto na tradicional.
Um dos genéricos autorizados tem como ingrediente ativo o glifosato, o agrotóxico mais vendido no mundo e que está sendo questionado ao redor em outros países por uma possível relação com o câncer. Na União Europeia, a Áustria e Alemanha, decidiram bani-lo. Nos Estados Unidos, ele é autorizado.
Outro princípio ativo que teve um genérico registrado nesta leva foi o acefato, muito usado no Brasil para controlar o percevejo, um inseto sugador que diminui muito a produtividade nas culturas de grãos. O uso dele é restrito no país e só pode ser aplicado por máquinas. O ingrediente é autorizado nos EUA e banido na UE.
Também houve o registro de genéricos de 2 princípios ativos que estão em reavaliação no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por possível relação com a morte de abelas: os inseticidas iImidacloprido e tiametoxam.
De acordo com o governo, o objetivo da aprovação de produtos genéricos é aumentar a concorrência no mercado e diminuir o preço dos defensivos, o que faz cair o custo de produção.
Ritmo de liberação
Segundo o governo, a maior velocidade na liberação de agrotóxicos vista nos últimos anos se deve a medidas de desburocratização que foram adotadas desde 2015 na fila de registros.
O objetivo, de acordo com o ministério, é aprovar novas moléculas, menos tóxicas e ambientalmente mais corretas para substituir produtos antigos. Isso porque as empresas que desenvolvem agrotóxicos só podem registrar itens de ação parecida se eles tiverem um risco à saúde menor ou igual do que os que já estão no mercado.
A associação que representa as fabricantes de agrotóxicos (Andef) afirma que a fila do Brasil é mais lenta em comparação com a da União Europeia e dos Estados Unidos. Segundo as empresas, o desenvolvimento de 1 princípio ativo inédito para agrotóxico leva de 10 a 11 anos e custa em torno de US$ 286 milhões.
Agrônomos dizem que é melhor ter mais produtos registrados do que correr o risco de que os produtores recorram a agrotóxicos “piratas”, mas alertam que, quanto maior o uso, mais resistência as pragas têm ao veneno.
Para ambientalistas, no entanto, a aceleração do ritmo de aprovações é uma forma de o governo colocar em prática tópicos do polêmico projeto de lei 6.299/02, que ficou conhecido como “pacote do veneno”, que ainda está em discussão na Câmara dos Deputados.
Para produtores rurais, o registro de novos produtos, especialmente os genéricos, é uma forma de baixar os custos de produção. Em Mato Grosso, maior estado produtor, os agrotóxicos equivalem a 21% dos gastos nas lavouras de soja.
Como funciona o registro
O aval para um novo agrotóxico no país passa por 3 órgãos reguladores:
• Anvisa, que avalia os riscos à saúde;
• Ibama, que analisa os perigos ambientais;
• Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.
Tipos de registros de agrotóxicos:
• Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.
• Produto técnico equivalente: “cópias” de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;
• Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;
• Produto formulado equivalente: produto final “genérico”.
Fonte: G1 – Agro
Indústria 4.0, manufatura avançada e software de gestão são termos técnicos que parecem estar bem distantes do dia a dia da maioria das pessoas, no entanto, estas tecnologias estão cada vez mais próximas embarcadas nas coisas mais simples, o cultivo de hortaliças, por exemplo. Intitulado de Fazenda Urbana, o projeto da startup BeGreen, em parceria com a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e o Sebrae, prova que a inovação pode contribuir também para o incentivo à sustentabilidade e alimentação saudável.
O sistema foi desenvolvido pela Unidade EMBRAPII, SENAI CIMATEC, um dos mais avançados centros de tecnologia e inovação do país, e instalado em uma estufa na fábrica da multinacional Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo. As hortaliças livres de agrotóxicos irão abastecer os restaurantes da empresa e também poderão ser compradas pelos funcionários beneficiando uma população em torno de 10 mil pessoas.
Diversos experimentos técnico-científicos foram conduzidos no laboratório de testes pela equipe técnica do projeto até chegar ao protótipo. Com a inovação, os produtores conseguem controlar temperatura, luminosidade, umidade e acidez da água da Fazenda Urbana, tudo em tempo real, por meio de um aplicativo. O resultado deste processo é o aumento em até quatro vezes a produção de alfaces e a redução do ciclo do cultivo em 40% na comparação ao método convencional.
“O propósito final deste projeto está bastante alinhado com os objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas). O sistema foi conduzido por um modelo de financiamento ágil e desburocratizado integrado entre EMBRAPII e Sebrae. É um grande passo que permite a união entre grandes e pequenas empresas” afirma Daniel Motta, Gerente de Tecnologia e Inovação da Unidade EMBRAPII, SENAI CIMATEC.
Segundo a startup Begreen, a inovação no ramo de aquaponia e aeroponia, ou seja, técnicas de cultivo sem necessidade de solo, traz como principais benefícios o aumento da produtividade, otimização de tempo de produção, redução de despesas com logística, uma vez que a produção pode ser realizada dentro de centros urbanos, e menor demanda por insumos como água e agrotóxicos, contribuindo assim para uma produção mais limpa.
O protótipo de aeroponia vertical com a utilização de LED, agregados aos conceitos da Indústria 4.0, demonstrou potencial real de produção para o comércio em larga escala e em curto espaço de tempo.
EMBRAPII e Sebrae
Este e diversos outros projetos são resultados de uma parceria entre EMBRAPII e Sebrae que acabaram de firmar novo contrato que pode gerar até R$100 milhões em investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em projetos de startups, micro e pequenas empresas. O objetivo é financiar ideias inovadoras de pequenos empreendedores buscando potencializar a competitividade de suas empresas no mercado.
No modelo convencional da EMBRAPII são financiados até 1/3 do valor dos projetos inovadores da indústria brasileira com recursos não reembolsáveis, além de colocar à disposição para seu desenvolvimento as Unidades EMBRAPII, renomados centros de pesquisa credenciados pela instituição. No modelo específico que inclui o Sebrae, os empreendedores recebem o complemento de suas contrapartidas financeiras nos projetos compartilhando os riscos e contribuindo para sua viabilização.
Fonte: Assessoria de Comunicação da EMBRAPII
Frutas, legumes e verduras deverão obedecer a uma padronização visual estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em conjunto com a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e a Embrapa Hortaliças. De acordo com o Mapa, por enquanto, 17 produtos já passam a cumprir o padrão: abacate, alface, banana, batata, caqui, laranja, mamão, manga, melão, melancia, maçã, uva, morango, nectarina, pêssego, tangerina e tomate
A medida visa cumprir a Instrução Normativa (IN) nº 69, estabelecida pelo Mapa em novembro de 2018. De acordo com o Ministério, os produtos devem estar inteiros, limpos, firmes, sem pragas visíveis a olho nu, fisiologicamente desenvolvidos ou com maturidade comercial. As frutas, legumes e verduras também não podem ter odores estranhos, estar excessivamente maduros ou passados, apresentar danos profundos, ter podridões, estar desidratados, murchos ou congelados.
Ao obedecer os critérios, os alimentos estarão dentro dos padrões para o consumo e, portanto, aptos para ser comercializados. De acordo com Anitta Gutierrez, chefe do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, o controle de qualidade deve ser feito já “na roça”, pelo detentor do produto, pois é ele o responsável por obedecer a esses padrões.
“O objetivo é que isso melhore o cuidado com que os alimentos são comercializados, o que também contribui para a diminuição da concorrência desleal. Enquanto tem produtor que colhe o produto imaturo e comercializa mesmo sabendo que ainda não está bom para consumo, tem produtor que faz tudo certo e é prejudicado”, ela diz.
Anita Gutierrez explica que, quando estes produtos chegarem à Ceagesp ou ao mercado, já estarão com aspectos que facilitarão a escolha de quem compra. “Vai deixar de existir aquela prática de misturar na gôndola o produto velho com o novo. Isso vai fazer com o que o supermercado faça uma seleção primária e o consumidor esteja mais seguro de estar levando para casa um produto que veio da roça com qualidade”, diz.
Para ela, muito que se perde de alimento é devido ao dano mecânico, desde a colheita, passando pelo transporte até chegar ao mercado. “A padronização visual vai melhorar todo o sistema de produção e fazer com que os alimentos sejam melhor embalados”.
Além disso, ela assegura que um produto que tenha deformações leves não será descartado. “Serão descartados somente aqueles produtos que qualquer produtor sabe que é defeito grave”, afirma Anita Gutierrez.
Importação e exportação
Os padrões também serão obedecidos no momento da importação. “Isso já vale para as frutas natalinas importadas todo final de ano. Aquelas que não cumprirem os critérios, podem não entrar no nosso país’, explica a chefe de qualidade da Ceagesp.
De acordo com o Mapa, os auditores fiscais federais agropecuários passam por capacitação para identificar os produtos que estiverem fora dos padrões de qualidade estabelecidos pela IN 69.
Já as frutas de exportação devem atender os padrões exigidos pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), dentro do chamado Programa de Frutas e Hortaliças. No caso do Brasil, a obediência à padronização para a exportação se dará de forma voluntária, conforme interesse do exportador ou exigência do país importador.
Segundo o Coordenador-Geral de Qualidade Vegetal do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), Hugo Caruso, os países importadores são bastante exigentes. “Eles têm pessoal treinado para não deixar ingressar produtos que não atendam aos requisitos mínimos de qualidade estabelecidos pelos padrões visuais”.
Fonte: Globo Rural
A Justiça Federal do Ceará suspendeu o registro de 63 agrotóxicos feito pelo Ministério da Agricultura em setembro. A decisão é provisória e ainda cabe recurso e o governo disse que ainda não foi notificado.
O pedido foi feito por meio de uma Ação Popular movida pelo deputado federal Célio Studart (PV-CE). A decisão foi publicada na segunda-feira (19) e o juiz responsável pela ação, Luís Praxedes Vieira da Silva, entendeu que a comercialização destes produtos pode trazer riscos à saúde e ao meio ambiente.
os produtos registrados em setembro, os mais polêmicos são os que têm como base o sulfoxaflor, que é relacionado à redução de enxames de abelhas e está em estudo no exterior (veja a lista completa abaixo).
Outros produtos que tiveram o registro suspensos estão princípios ativos fluopiram, que é usado para matar fungos, e o dinotefuram, um inseticida.
O registro dos 63 agrotóxicos suspensos pela Justiça ocorreu no dia 17 de setembro. Desse total, 2 são princípios ativos (que servirão de base para produtos inéditos) e 5 são novos produtos que estarão à venda. Os demais 56 são genéricos de pesticidas que já existem no mercado.
“A permissão para livre comercialização dos agrotóxicos com alta taxa de toxibilidade (sic) é incompatível com os princípios que regem a atividade econômica […] De nada adiante um país economicamente rico com uma população gradativamente doente, o que será desencadeado dentro em breve se não combatermos hoje a prática inclusiva de tais agentes químicos e biológicos nocivos ao nosso meio ambiente”, disse o magistrado na decisão.
Procurado pelo G1, o Ministério da Agricultura disse que ainda não foi notificado da decisão e que “oportunamente, irá analisar as medidas cabíveis”. O governo tem 15 dias para contestar a medida após sua publicação. No ano, o governo registrou 382 novos pesticidas.
Agrotóxicos suspensos
O dinotefuram é utilizado no controle de insetos sugadores, como percevejos. Ele poderá ser aplicado em 16 atividades: arroz, aveia, batata, café, cana-de-açúcar, centeio, cevada, citros, feijão, milheto, milho, pastagem, soja, tomate, trigo e triticale.
Ele é considerado extremamente tóxico pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O pesticida não tem registro para uso agrícola na União Europeia (apenas doméstico) e está em reavaliação nos Estados Unidos, onde o primeiro registro consta de 1985. Para uso agrícola, o produto tem aval desde 2004.
Já o fungicida fluopiram é um produto indicado para combater parasitas que atacam a raízes das plantas (nematoides) e terá autorização para 7 culturas: algodão, batata, café, cana-de-açúcar, feijão, milho e soja.
O Ministério da Agricultura afirmou que o produto estava na fila para registro no Brasil havia 10 anos. Ele possui registro na União Europeia e também está autorizado nos Estados Unidos desde 2012 (e em análise para uso residencial).
Na época, o Ministério da Agricultura também autorizou 56 novos produtos genéricos, sendo 47 para quebra de patentes para a indústria (produto técnico equivalente) e 9 para utilização dos produtores rurais (produto formulado equivalente).
Fonte: G1 – Agro
A inteligência artificial tem ajudado o setor de alimentação a evitar desperdício. Agora ela também começa a ser usada para traçar o perfil do consumidor e oferecer um cardápio quase personalizado. Arroz, feijão, sushi ou hambúrguer. O que você come ou deixa de comer já não é mais segredo para ninguém. “Esse é desafio das grandes empresas, conhecer consumidor, gerar engajamento. Gerar valor e gerar novas experiências para todos eles”, diz o gerente de TI Rafael Tobara.
Rafael é gerente de tecnologia da empresa de alimentação que implantou em um coworking em São Paulo um projeto piloto: quiosques com alimentos escolhidos por inteligência artificial para o pessoal que trabalha ou visita o lugar. “Esse mapeamento é feito quando a pessoa baixa o aplicativo e ele segue a pessoa: vou entendendo o que você vai comprar em outros lugares de varejo. Quanto maior o número de compras que você faz, eu consigo entender melhor seu objetivo o que você gosta pra te oferecer esse produto”, explica Tobara.
E tem mais inovação: a empresa trabalha com o conceito de honest market, mercado da honestidade na tradução literal. Não tem funcionário para atender. O cliente baixa o aplicativo no celular e paga com o QR Code. A inteligência artificial também é usada para traçar o perfil dos clientes de restaurantes corporativos – outra área de atuação da empresa de alimentação.
“A gente impacta 1,3 milhão de pessoas diariamente, dando algum tipo de refeição. E a gente quer entender o perfil de consumo dessas pessoas, o melhor padrão de consumo pra fazer a melhor compra e disponibilizar os melhores produtos para cada pessoa”, diz Rafael.
Com a tecnologia, a empresa quer levar uma nova experiência de consumo ao cliente e evitar desperdício.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
Dados do Censo Agropecuário 2017 divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE mostraram que 15,6% dos agricultores que utilizaram pesticidas não sabem ler e escrever e, destes, 89% declararam não ter recebido qualquer tipo de orientação técnica, o que potencialmente eleva os riscos de contaminação.
Dos produtores alfabetizados que utilizaram os chamados “agrotóxicos”, 69,6% possuíam no máximo o ensino fundamental e, entre eles, apenas 30,6% declararam ter recebido orientação técnica a respeito da aplicação do produto, de acordo com nota publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O problema do analfabetismo e da falta de orientação desafiam mudanças previstas em um novo marco regulatório sobre classificação de riscos de defensivos agrícolas, que incluem alterações nas rotulagens justamente para minimizar os perigos, com base em padrões internacionais.
Os agricultores são considerados os mais vulneráveis às substâncias, por trabalharem e manipularem os produtos.
“Uma pessoa que não sabe ler e escrever e que não recebeu orientação técnica, em quais condições aplicava esse agrotóxico?”, disse o gerente técnico do Censo Agropecuário, Antonio Carlos Florido, em comunicado nesta sexta-feira.
Florido comentou ainda que o mais preocupante é o modo como o pesticida é utilizado. “O problema é o mau uso, a falta de instrução e a falta de fiscalização, não o produto em si”, concluiu.
O Brasil —um potência agrícola em grande área tropical em que a incidência de pragas e doenças é mais agressiva— é importante consumidor de agroquímicos, e o governo tenta atualizar uma lei dos pesticidas com o objetivo de agilizar a oferta produtos mais modernos.
O objetivo, que é criticado por parcela da sociedade que teme aprovações sem estudos completos de novos agroquímicos, é garantir maior competitividade para os agricultores brasileiros, que poderiam ter acesso a produtos mais eficazes para combater pragas e doenças no campo, já utilizados em outros países.
Em relação aos estabelecimentos que declararam utilizar agrotóxicos, 73% tinham menos de 20 hectares de área de lavouras, ou pequenas propriedades.
O número de estabelecimentos que admitiram usar agrotóxicos aumentou 20,4% nos últimos 11 anos, apontou também o Censo Agropecuário.
MECANIZAÇÃO
A mecanização alterou o perfil do trabalho no campo e influenciou a diminuição de mão de obra no setor nos últimos 11 anos, segundo o levantamento do IBGE.
O número de estabelecimentos com tratores aumentou 50% em relação ao último censo, realizado em 2006.Durante esse mesmo período, o setor agropecuário perdeu cerca de 1,5 milhão de trabalhadores.O pessoal ocupado nos estabelecimentos agrícolas diminuiu 8,8%, para 15,1 milhões em 2017.
Esse número inclui a perda de 2,2 milhões de trabalhadores na agricultura familiar e aumento de 703 mil na agricultura não familiar, disse o IBGE.
Além de tratores, aumentou também o número de estabelecimentos com outras máquinas, como semeadeiras ou plantadeiras, colheitadeiras, adubadeiras ou distribuidoras de calcário, e também meios de transporte como caminhões, motocicletas e aviões.
De acordo com o gerente técnico do Censo Agropecuário, o processo de mecanização é algo crescente e contínuo.
“Quanto mais automação, menos gente na produção. Isso tem acontecido em todos os setores da economia, não é algo restrito ao setor agropecuário”, afirmou.
O trabalho braçal vem sendo substituído pelas máquinas agrícolas, cenário que, de acordo com Florido, obriga os trabalhadores do campo a buscar qualificação para operar a maquinária. De acordo com o gerente técnico, uma colheitadeira de cana substitui em média 100 pessoas, por exemplo.
Fonte: Reuters
O sistema de rastreabilidade de vegetais frescos (frutas, verduras, legumes, raízes, tubérculos e hortaliças vendidos in natura) entrou em vigor no Brasil em 8 de agosto deste ano, dando maior transparência aos processos de produção e logística dos produtos agropecuários. A Instrução Normativa Conjunta nº 2 (INC2) do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde), de 8 de fevereiro de 2018, será aplicada em todo o território nacional, de forma gradativa e por grupos de alimentos, até agosto de 2021. O objetivo a normativa é o monitoramento e controle dos resíduos de agrotóxicos. Assim, o consumidor terá o conhecimento da origem dos produtos consumidos.
Em resumo, a rastreabilidade é saber: Quem produziu? O quê? Quando? Como? E para quem vendeu? Contribuindo para a identificação do produtor caso ocorra a identificação de produtos com resíduos de agrotóxicos proibidos ou acima dos limites máximos permitidos pela legislação. É uma forma de aumentar a segurança alimentar no Brasil, garantindo alimentação saudável à população. Outros países da Ásia, Estados Unidos e Europa já possuem sistemas de rastreamento de vegetais in natura.
Apesar da legislação nacional, há cinco anos o Paraná trabalha no desenvolvimento de processos de rastreamento da cadeia produtiva de vegetais frescos, desde a vigência da resolução 748/2014 sobre a rotulagem de alimentos. Ou seja, os agricultores já fazem a identificação dos seus produtos (informam o produto, nome, endereço, CPF, CNPJ e Inscrição Estadual ou CAD/PRO, peso ou quantidade, número do lote). Mas a INC2 exige também um Caderno de Campo com informações dos agrotóxicos utilizados para tratar as pragas das culturas, que deve ser implementado e desenvolvido.
De acordo com a Engenheira Agrônoma Elisangeles Baptista de Souza, assessora técnica do Sistema Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), a implementação da rastreabilidade representa um avanço para investigar causas e origens de irregularidades, como do uso de agrotóxicos, e contribui para transparência na comercialização de frutas e hortaliças com conhecimento da origem. A divulgação dos resultados dos programas de monitoramento de defensivos acaba criminalizando o produto e todos que o produzem.
No caso dos grandes produtores paranaenses de vegetais frescos, muitos se adequaram às medidas de rastreabilidade por exigência de fornecedores como o Carrefour, Angeloni e Pão de Açúcar. A Frutas Tomita Itimura, indústria localizada em Cornélio Procópio-PR, implantou o sistema de rastreabilidade em 2011 por meio de um aplicativo criado pela PariPassu (startup de Florianópolis-SC que desenvolveu um software para produtores de frutas e hortaliças). Segundo o produtor rural Guilherme Itimura, quando entrou em vigência a legislação paranaense da rotulagem, a empresa já estava bem adiantada. “Era o nosso diferencial. Agora eu sinto que a exigência está cada vez maior. Na época, fizemos muitos investimentos. Hoje ainda temos a mensalidade do programa utilizado, mais o custo da equipe que acompanha os processos”, ressalta.
O app Conecta da PariPassu foi criado em 2005, como ferramenta de rastreamento de frutas, legumes e verduras. Em 2018, 1,2 milhão de toneladas de alimentos foram rastreados pelo sistema, 20% a mais do que era realizado antes da normativa brasileira.
Pelas legislações estadual e nacional, a identificação dos vegetais in natura deve ser feita no Brasil por etiquetas manuscritas ou impressas com caracteres alfanuméricos, código de barras, QR Code ou qualquer outro sistema de monitoramento dos alimentos. Porém, apesar de ser uma tecnologia considerada importante no mundo atual, o QR Code não é obrigatório e não substitui a rotulagem. A ferramenta é apenas um complemento no repasse das informações dos produtos alimentícios.
Produção e consumo responsável
A produção de alimentos passa por diversas transformações em todo o mundo porque o consumidor está cada vez mais exigente, diz o gerente da Regional Maringá do Crea-PR, Engenheiro Civil Hélio Xavier da Silva Filho. Ele destaca que atualmente são 15.561 engenheiros agrônomos habilitados no Conselho de Engenharia e Agronomia do Paraná que poderão atuar neste processo de rastreamento de alimentos. É que o Engenheiro Agrônomo desempenha um papel fundamental, pois assiste a cultura, monitora pragas e doenças e seus níveis de incidência, decide pelo momento correto do uso e prescreve na receita agronômica o defensivo agrícola correto para controle.
A Engenheira Agrônoma, Rosane Scapin, complementa ainda que o profissional tem a responsabilidade não só de aplicar as práticas agrícolas de plantio, mas também de conhecer sobre o produto usado e inclusive sobre período de carência dos agroquímicos (período necessário entre a aplicação e a data de colheita). Assim, frutas e hortaliças podem ser consumidas in natura com segurança e livres de residuais de produtos químicos, prezando pela saúde da população.
Valor agregado
Frente às demandas atuais, a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares) acredita que a proposta de rastreabilidade agrega valor ao produto, contribui e aumenta a segurança e controle de qualidade dos alimentos produzidos.
O diretor institucional da Abrafrutas (Associação Brasileira de Exportadores de Frutas e Derivados), Pierre Nicolas Peres, afirmou para a Agência Brasil que as novas medidas eram reivindicação antiga do setor: “Todos ganham com a rastreabilidade, com exceção ao produtor ou comerciante que não trabalha com seriedade”.
Em 2012, a Abras (Associação Brasileira de Supermercado) e entidades parceiras apresentaram o RAMA (Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos) para incentivar as Boas Práticas Agrícolas. O programa propõe a adoção de padrões internacionais de qualidade dos alimentos comercializados. Até 2018, 745 fornecedores, atacadistas, distribuidores e varejistas de 264 municípios e 20 estados do país aderiram à iniciativa. No Paraná, as redes Assaí, Atacadão e Bom Dia são algumas delas.
O consumo consciente é tendência mundial, que impulsiona a modernização dos produtores e fornecedores. Dados da Euromonitor International (consultoria de inteligência de mercado focada no consumo), a venda de alimentos e bebidas com apelo politicamente correto movimenta 800 bilhões de dólares ao ano. Para 2020, as receitas desses negócios devem ultrapassar 1 trilhão de dólares.
Cases de rastreabilidade no Brasil
Desde a década de 1990, o Grupo Carrefour trabalha com o Programa Garantia de Origem. Recentemente, a implantação foi da ferramenta blockchain (tecnologia segura para rastrear alimentos). Com a inovação, o consumidor tem acesso às informações detalhadas das etapas de produção e distribuição da linha de suínos Sabor & Qualidade por QR Code. Atualmente, o rastreamento é de 18 cortes, mas a expectativa é incluir mais quatro produtos na plataforma até o fim do ano.
Já o Grupo Pão de Açúcar iniciou Programa Qualidade desde a Origem em 2009, mesmo período em que a Walmart lançou o Programa Qualidade Selecionada Origem Garantida.
Como forma de ajudar a indústria alimentícia mundial, a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) criou em 2017 um guia de rastreabilidade para implementação do sistema de segurança dos alimentos produzidos. O documento, baseado em legislações dos EUA e Europa, está disponível no site.
Rastreabilidade em outros setores
Diversos produtos e indústrias aplicam o conceito da rastreabilidade há anos. Na indústria florestal, selos de sustentabilidade garantem a utilização de madeiras de florestas plantadas em combate ao desmatamento. No setor automobilístico brasileiro, 21 milhões de carros passaram por recalls em 2018 após a identificação de falhas mecânicas, graças ao rastreamento dos processos de produção e logística.
Em alguns países da Europa e da Ásia, a rastreabilidade da produção de alguns segmentos é obrigatória. Nos Estados Unidos, o sistema é utilizado há mais de 80 anos. Citamos algumas vantagens em rastrear os produtos:
· Dá transparência na cadeia produtiva
· Auxilia a gestão e controle do estoque
· Contribui para a segurança e qualidade do alimento
· Aumenta o valor agregado ao produto
· Atende às exigências do mercado e ao Código de Defesa do Consumidor
· Facilita possíveis recalls
· Otimiza o controle de qualidade
· Protege contra falsificações e contrabandos
Agro Tecnológico e Inovador
Lançada neste mês, a “EXPOINGÁ 2020: Conecta você ao novo agro” terá como foco o emprego na tecnologia na melhora da qualidade e produção com sustentabilidade. Organizada pela SRM (Sociedade Rural de Maringá), a 48ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá irá ocorrer de 7 e 17 de maio do ano que vem. Para a presidente da entidade, Maria Iraclézia de Araújo, a Expoingá 2020 discutirá oportunidades para o agronegócio brasileiro, num país dinâmico e biodiversificado.
“Um agro cooperativista, profissionalizado, moderno, que faz uso do desenvolvimento tecnológico, biotecnologia, pesquisas e inovações científicas para produzir mais e com qualidade, entendendo que a natureza é parte vital para que o Brasil possa cumprir a sua missão de garantir o alimento das futuras gerações”, destaca.
Fonte: G1 – Paraná
O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, participou na quarta (9) da mesa redonda “A voz da liderança das cadeias produtivas do Brasil”, no 4º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, em São Paulo, junto com outras autoridades do setor produtivo.
Ao participar do Congresso, Martins disse que é preciso que as mulheres conquistem cada vez mais espaço no setor, citou exemplos de profissionais que estão à frente dos maiores programas do Sistema CNA/Senar e afirmou que o evento é uma ótima oportunidade para a troca de experiências e conhecimento do trabalho realizado em várias regiões do país.
“No Brasil, a mulher tem aumentado sua participação no setor agropecuário, mas infelizmente ainda está em desvantagem. Em cada 10 empregos no campo, apenas 20% são ocupados por mulheres. Temos que corrigir essa distorção no perfil do agro”.
O Sistema CNA/Senar promove uma série de ações para as participantes do Congresso, como a Rodada Internacional de Negócios, a Vitrine de Negócios e o Prêmio Brasil Artesanal 2019, uma iniciativa do Programa de Alimentos Artesanais e Tradicionais para reconhecer os melhores chocolates artesanais do país produzidos por mulheres.
Durante a mesa redonda, o presidente da CNA também apresentou dados dos projetos e programas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) focados no público feminino. Desde 2017, o Programa Mulheres em Campo, criado para ampliar o protagonismo feminino na administração das empresas rurais, já capacitou 8 mil mulheres.
João Martins também afirmou que o setor agropecuário passa por mudanças significativas e os produtores brasileiros têm se esforçado cada vez mais para produzir com qualidade e sustentabilidade.
“Quando vejo um evento como esse, com esse público, me sinto satisfeito. As mulheres buscam o que há de mais moderno e eficiente no setor para aplicar no processo produtivo”, destacou.
Por fim, o presidente da CNA, destacou a importância da organização da produção rural. “Precisamos ser cada vez mais eficientes e mais competitivos. E não existe produção organizada sem que o produtor esteja organizado”.
Na mesa redonda também participaram João Dornellas, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA); Marcio Milan, superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras); e Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).
A mediação foi feita por Cláudio Antonio Pinheiro Machado Filho, coordenador do Grupo de Pesquisas Pensa, da FEA/USP.
Fonte: Notícias Agrícolas
Única empresa de comunicação e marketing com foco 100% no agronegócio, o Grupo Publique participou da cobertura do Seminário sobre Agronegócio e Diplomacia Ambiental, promovido neste dia 2 de outubro, na capital paulista, pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e o Centro de Integração Escola-Empresa (CIEE). O evento teve a mediação do jornalista Gustavo Franco e a presença de Márcio Milan, superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), e Humberto Casagrande, superintendente geral do CIEE, dentre outros representantes do setor.
Entre os temas debatidos por cerca de 400 pessoas, entre representantes do setor, pesquisadores e público em geral, estavam como melhorar a comunicação no Agro, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, os atuais desafios do segmento e a participação da iniciativa privada para melhorar a visibilidade do País no exterior.
“Vivemos um momento delicado no âmbito das relações internacionais em que a percepção externa do Brasil está desgastada nos temas relativos ao meio ambiente e aos direitos humanos”, disse o ex-embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), um dos debatedores do evento. “A política ambiental passou a ser instrumento da política comercial, e isso faz parte do jogo”, afirmou, lembrando que o Brasil está assumindo vários compromissos no acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, dentre os quais o do desenvolvimento sustentável. “O País vai ter que mostrar que está cumprindo o acordo, que é muito amplo, e aceitar a verificação”, ressaltou.
Marcelo Brito, presidente da Abag, destacou os recentes fóruns realizados nos últimos dias, como a Assembleia Geral da ONU. E o Bloomberg Global Business Forum, que reuniu cerca de 60 Chefes de Estado em Nova York/EUA, mas que não teve a presença de representantes de empresas e do governo brasileiro. “Só a Abag estava lá. E vimos o primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi, dar um show para angariar amigos e levar investimentos para o seu país”, informou. “Há muitos anos ouvimos falar que o Brasil é o celeiro do mundo, que vai alimentar a população mundial. Mas se o Brasil não produzir, outro fará. Enquanto a gente senta e se orgulha, outro país vai ocupar esse espaço”, alertou.
“Marketing é muito mais do que fazer propaganda ou política. O País tem um problema claro de reputação de emissor”, declarou o jornalista e especialista em Marketing em Agronegócio, José Luiz Tejon, para exemplificar os problemas de comunicação enfrentados pela área. Para melhorar este cenário, segundo ele, é necessário trazer a iniciativa privada para esse tipo de debates. “Precisamos da orquestração de todas as cadeias do agro para a busca integrada de negócios”, salientou.
Fonte: Publique
Na próxima quarta-feira (02/10), em São Paulo, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) promove o seminário Agronegócio e Diplomacia Ambiental, no Auditório do CIEE. O evento é gratuito.
O objetivo é discutir as perspectivas do agronegócio brasileiro, bem como o mercado profissional neste segmento, por meio do novo projeto de aprendizagem que permite a inserção de jovens e rejuvenescimento da mão de obra no setor. Atualmente, 500 jovens já estão sendo capacitados em todo Brasil e o CIEE prevê abertura de 5 mil vagas para aprendizes no campo até o final de 2020.
Com mediação do jornalista Gustavo Porto, o evento contará com a participação de lideranças do agronegócio brasileiro, entre elas:
– Rubens Barbosa, embaixador e Presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE).
– Humberto Casagrande, superitendente Geral do CIEE.
– Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
– Márcio Milan, superintendente executivo da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
– José Luiz Tejon Megido, Tejon Communication & Action International Ltda.
De acordo com Luiz Gustavo Coppola, superintendente de atendimento do CIEE, o programa dará início a um círculo virtuoso. “Ao menos 80% da mão-de-obra das empresas do segmento agrícola está no campo. Queremos capacitar os jovens para que eles assumam futuramente essas posições e pensem no setor como uma carreira profissional”, disse.
Serviço
Seminário Agronegócio e Diplomacia Ambiental
Quando: 02/10
Horário: 8h30
Local: Auditório do CIEE – Rua Tabapuã, 445 – Itaim Bibi – São Paulo/SP (Estacionamento gratuito no local)
Inscrições: através do www.ciee.org.br/portal/eventos
Fonte: Café Point
Reunindo painelistas renomados, 1º Simpósio Brasil-Alemanha de Bem-Estar Animal discutirá meios para melhorar as condições de animais de todos os tipos
O tema Bem-Estar Animal ganha cada vez mais importância para a cadeia produtiva brasileira de agronegócio. Por um lado, o tratamento sustentável de animais de produção aumenta sua produtividade, pelo outro exigências internacionais ficam mais rígidas para garantir a qualidade da exportação.
Visando ampliar a plataforma de informação e conhecimento sobre o assunto e estimular a cooperação entre Brasil e Alemanha para encontrar novas soluções e meios de melhorar as condições de animais de todos os tipos, a Câmara Brasil-Alemanha irá realizar no dia 24 de setembro o 1º Simpósio Brasil-Alemanha de Bem-Estar Animal.
Em sua 1ª edição, o evento busca tornar-se uma referência nacional e internacional junto aos profissionais atuantes na área do agronegócio.
Eleito pela Revista IstoÉ Dinheiro Rural uma das 100 personalidades mais influentes do agronegócio, o doutor José Luiz Tejon será o responsável pela mediação do evento, que contará com painéis sobre ética, aspectos científicos e desafios para a legislação.
Prof. Paulo César Maiorka, da USP, Márcio Milan, Superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e Marco Aurelio Torronteguy, da TozziniFreire Advogados, estão entre os painelistas confirmados.
O evento ainda será palco do lançamento do livro “O Bem-Estar Animal no Brasil e na Alemanha: Responsabilidade e Sensibilidade”, uma obra da Câmara Brasil-Alemanha editada por Jörg Hartung, do Institute of Animal Hygiene, Animal Welfare and Farm Animal Behaviour (TiHO), Hannover, Mateus Paranhos da Costa, do Departamento de Zootecnia da FCAV-UNESP e a pecuarista Carmen Peres, da Fazenda Orvalho das Flores de Araguaiana (MT).
SIMPÓSIO BRASIL-ALEMANHA DE BEM-ESTAR ANIMAL
Serviço:
Data: 24 de setembro de 2019
Horário: das 8 às 18h
Local: Espaço Citron, Avenida Cecília Lottenberg, 12, Chácara Santo Antônio, São Paulo
Inscrições: https://www.sympla.com.br/simposio-brasil-alemanha-de-bem-estar-animal__638926
Fonte: Cartão de Visita News
A Bayer é uma aliada dos agricultores, oferecendo um programa educacional inédito com 12 módulos de conteúdo online gratuito que ensina a rastrear a produção
O setor de hortifrúti está passando por uma profunda transformação que vai mudar a rotina dos agricultores no campo, impactar nas negociações com os supermercados e elevar o padrão de qualidade e segurança dos alimentos para os consumidores brasileiros. Está em andamento o movimento de adequação à Instrução Normativa Conjunta INC nº 2, publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A legislação, que entrou em vigor no ano passado, exige que todos os produtores de frutas, legumes e vegetais frescos implementem a rastreabilidade na produção.
Na prática, isso significa que os produtores deverão manter todos os dados de manejo das lavouras registrados, documentando as informações em cadernos de campo ou em sistemas informatizados. “Rastreabilidade é ter o conhecimento de todas as etapas da produção de um alimento desde o campo até o ponto de venda. É o registro das informações em todas as etapas de uma cadeia produtiva. Quando ocorre algum problema é possível, por meio dos registros, se identificar se houve algum erro”, explica Marcus Vinícius Martins, Coordenador-Geral de Produção Agrícola e Florestal do Ministério da Agricultura.
Segundo Martins, o Ministério da Agricultura se preocupa com a sustentabilidade e a segurança na produção de alimentos. Mas, quando a fiscalização encontra vegetais fora do padrão, é um desafio encontrar a causa ou quem produziu esse alimento, pois esses produtos ainda são vendidos a granel sem identificação de origem. Com a rastreabilidade obrigatória, essa situação deixará de existir. Em toda a cadeia hortifrúti haverá informações registradas em prol da segurança do alimento e qualquer não conformidade poderá ser identificada com precisão e corrigida. “O produtor tem que ter os registros das informações e uma rotulagem no produto. O supermercado também tem que ter um controle da distribuição antes que o alimento chegue na gôndola do supermercado. Nada mais justo do que informar ao consumidor a origem do alimento”, diz Martins.
Na ponta da cadeia, os supermercados recebem cerca de 28 milhões de consumidores brasileiros todos os dias no Brasil e essa proximidade com os clientes traz uma visão realista, segundo Marcio Milan, superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). “Nos últimos anos, há uma tendência de aumento do consumo de frutas, legumes e verduras. O consumidor está muito antenado e muito preocupado com a sua saudabilidade. Ele está muito preocupado com a origem desse produto, quer saber como ele é produzido e transportado até o supermercado. O supermercado vem acompanhando essa tendência”, afirma Milan.
Segundo ele, o setor supermercadista reconhece a importância da nova legislação e o seu papel no desafio de implementar a rastreabilidade no Brasil. “O supermercado tem a responsabilidade de garantir para o consumidor que o alimento é seguro. Com a rastreabilidade, o supermercado consegue não só garantir isso, mas consegue voltar eventualmente até o setor produtivo para corrigir algum desvio e melhorar as práticas. O supermercado tem a informação de quem produziu e como foi produzido”, diz Milan.
A rastreabilidade traz benefícios para todos os envolvidos na cadeia. E é por isso que os supermercados já vêm trabalhando de forma voluntaria há vários anos no tema com um programa desenvolvido pela ABRAS, o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama). “Esse é um programa que exerce os 3 pilares: comunicação com os elos cadeia, educação porque ensina sobre o processo produtivo e transparência ao consumidor”, diz Milan. Leia mais: rastreabilidade visa garantir segurança de frutas e vegetais frescos.
Outro exemplo de iniciativa de sucesso é o Sistema de Produção Integrada, que busca adequar os processos produtivos na implementação das boas práticas agrícolas. “Produção Integrada é um programa desenvolvido no Brasil pelo Ministério da Agricultura baseado nas boas práticas agrícolas. Ele permite que o produto passe por auditoria e receba um selo de certificação chamado ‘Brasil Certificado’. Qualquer programa que tente melhorar a qualidade do alimento é vantajoso para o Brasil”, afirma Martins.
Capacitação online – BayG.A.P
Os produtores que buscam informações para implementar as boas práticas de forma correta na fazenda podem contar com o apoio da Bayer. Foi lançado o treinamento BayG.A.P, em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). “O BayG.A.P é uma ferramenta de treinamento potente para o produtor, para que ele possa se desenvolver e criar capacidades com relação às Boas Práticas Agrícolas”, diz Christian Fischer, Gestor de projetos de Cooperação Técnica do IICA.
Segundo Fischer, o BayG.A.P está estruturado em 12 módulos com aulas online sobre Boas Práticas Agrícolas, englobando temas de grande importância como Produção Integrada e Certificação, Manejo Integrado de Pragas, Sistemas de Irrigação, rastreabilidade e Segurança do Alimento. O curso online é totalmente gratuito e está acessível para qualquer produtor de hortifrúti. Basta que o agricultor realize a inscrição online para iniciar as aulas na plataforma do IICA, no link aqui.
De acordo com Cristiane Lourenço, Gerente global de relacionamento com a cadeia de alimentos da Bayer para América Latina, o BayG.A.P é uma iniciativa da Bayer que já capacitou centenas de produtores em 18 países. “O BayG.A.P é um programa de sucesso que a Bayer desenvolveu globalmente em parceria com a GlobalG.A.P. e vimos a necessidade de trazer para o Brasil para apoiar os produtores. O BayG.A.P. chega aos pequenos, médios e grandes produtores com as principais informações de boas práticas, principalmente com relação à aplicação correta de defensivos, para garantir a segurança do alimento e estar de acordo com a normativa de rastreabilidade”, afirma Cristiane.
Além disso, com o treinamento, o agricultor pode ir além e buscar certificações internacionais como o GlobalG.A.P. para agregar mais valor à produção e buscar novas oportunidades comerciais. “O BayG.A.P é o primeiro passo de informação para ajudar a treinar equipe. É um treinamento que pode apoiar o produtor a implementar as boas práticas e posteriormente uma certificação como o GlobalG.A.P.”, diz Cristiane. Leia mais: BayG.A.P apoia produtores a cumprir legislação de rastreabilidade e boas práticas agrícolas em hortifrúti.
Fonte: Rede AgroServices
Promover a agricultura sustentável é uma prioridade na agenda de quem trabalha com o campo. Para ajudar o produtor e as equipes que trabalham no dia a dia da fazenda, a Bayer acaba de lançar um treinamento on-line focado nas boas práticas agrícolas. Desenvolvido em colaboração com o GlobalG.A.P. e oferecido em colaboração com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o treinamento virtual do BayG.A.P. já está disponível para todos os produtores brasileiros.
Os módulos de treinamento estão disponíveis on-line na forma de vídeo aulas com conteúdo prático, para que produtores e trabalhadores rurais possam se atualizar sem sair de casa. “Existe também a opção presencial, com três dias de treinamento para grupos de produtores, mas o formato on-line democratiza o acesso à informação, especialmente porque atinge pequenos e médios agricultores”, diz a gerente de relações com a cadeia alimentar da América Latina, Cristiane Lourenço.
As sessões fornecem tópicos como manejo integrado de pragas, uso seguro de produtos de proteção de culturas, a importância da segurança dos polinizadores, rastreabilidade e muito mais.
“O BayG.A.P é uma poderosa ferramenta de treinamento focada no desenvolvimento dos agricultores, relacionada às boas práticas agrícolas para a produção de alimentos seguros”, afirma o gestor de Projetos de Cooperação Técnica Internacional e Ponto Focal de Projetos para a Regional Sul do IICA Brasil, Christian Fischer.
Além de todo o conhecimento a ser usado no dia-a-dia, outro grande benefício para o agricultor é o fato de o treinamento funcionar como uma preparação para os produtores que desejam obter importantes certificações internacionais, como o GlobalG.A.P, que é um pré-requisito para exportação para muitos mercados. Por outro lado, no Brasil, por exemplo, o treinamento também traz à tona a questão da rastreabilidade que, desde agosto, se tornou uma exigência para os produtores de frutas e vegetais frescos. Por esse motivo, o BayG.A.P no Brasil conta com o apoio da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS).
“Através deste acordo, a ABRAS é responsável por promover o treinamento e incentivar a participação dos produtores. Nosso objetivo é que todas as frutas e verduras da natureza, destinadas ao consumidor final brasileiro, sejam rastreadas (da produção à logística e distribuição de estoque). Acreditamos que essas iniciativas são essenciais para garantir alimentos seguros e saudáveis à mesa dos brasileiros”, explica o superintendente da ABRAS, Márcio Milan.
BayG.A.P. é um treinamento aliado do produtor e de toda a cadeia alimentar. Com boas práticas agrícolas, o agricultor atende aos requisitos de nível global, podendo expandir seus negócios para outros mercados.
O treinamento está disponível desde 14 de agosto e o registro on-line para o BayG.A.P. pode ser acessado aqui.
Fonte: Grupo Cultivar
O superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Marcio Milan, participou na manhã de hoje (28), do painel Demandas do Consumidor Atual, no Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs), maior evento dos setores no Brasil, que começou ontem, no Anhembi, em São Paulo.
Moderado pelo pesquisador da Embrapa, Dirceu Talamini, o painel também contou com o diretor executivo, Philip Wilkinson, da 2 Sisters Food Group, da Inglaterra. Nas discussões estavam as transformações pelas quais o mercado consumidor tem passado nos últimos anos, com clientes cada vez mais exigentes e voltados às políticas que valorizem a saudabilidade e o bem-estar animal, e a necessidade dos produtores se adaptarem a esses novos comportamentos para se perpetuarem no mercado.
“O consumidor nunca exerceu tanta influência na dinâmica do varejo alimentar como atualmente. A busca por produtos saudáveis tem conquistado novos adeptos a cada dia, e tem se tornado um dos principais pilares dos novos hábitos de consumo. Palavras como praticidade, sofisticação e sustentabilidade estão mais presentes no vocabulário do brasileiro. Este movimento está só no começo, e cabe ao varejo ficar atento a essa evolução”, ressaltou Márcio Milan, em sua apresentação.
Também foram destacadas no painel as oportunidades de expansão dos setores de avicultura e suinocultura no Brasil, por serem considerados mercados ainda em crescimento, e, no caso dos suínos, pelo desafio de se estabelecerem no mercado como mais uma opção de produto saudável.
O Siavs começou ontem, 27/8, e traz até amanhã, diversas palestras voltadas ao agronegócio, além de exposição de produtos e soluções de empresários e produtores brasileiros e estrangeiros.
Redação Portal ABRAS
O superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Márcio Milan, participou, nesta segunda-feira (26), de mesa-redonda que abriu a 6ª edição do Curso de Tecnologia Pós-Colheita em Frutas e Hortaliças, promovida pela Embrapa Instrumentação, na cidade de São Carlos (SP). Também fez parte da mesa a pesquisadora da Fundação Getulio Vargas (FGV), Luciana Marques Vieira.
Sob a mediação do analista da Secretaria de Inovação e Negócios da Embrapa, Gustavo Porpino de Araújo, Milan, que é também coordenador do programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA) da ABRAS, falou da importância das boas práticas na produção e manuseio, principalmente, de frutas, legumes e verduras, para evitar o desperdício e as perdas no autosserviço, que somaram R$ 6,7 bilhões em 2018, o que representa 1,89% do faturamento total do setor supermercadista. E ressaltou ainda a importância da educação, da comunicação e da transparência para um processo de produção e comercialização de alimentos de qualidade.
Durante o curso, foram distribuídos aos participantes os folhetos “Pega Leve” e “Fique Frio”, produzidos pela Embrapa Instrumentação com o apoio da ABRAS, que trazem ilustrações e informações que podem contribuir para mudar o panorama atual de perdas no Brasil. De iniciativa do pesquisador Marcos David Ferreira, o folheto Pega Leve é direcionado ao manuseio, enquanto o Fica Frio é voltado ao gerenciamento da temperatura. O lançamento oficial dos folhetos aconteceu no dia último dia 14, no 7º Fórum de Prevenção de Perdas e Desperdício de Alimentos da ABRAS, que reuniu mais de 400 profissionais do varejo, em São Paulo.
Curso
Até o dia 30 de agosto, o Curso de Tecnologia Pós-Colheita em Frutas e Hortaliças reúne representantes da cadeia produtiva para discutir sustentabilidade, boas práticas agrícolas, segurança alimentar de produtores e consumidores, entre outros temas. A programação inclui 33 apresentações, com quatro mesas-redondas e 11 oficinas práticas, e também, visita técnica a uma unidade de beneficiamento de laranja, em Araraquara, e a uma de processamento mínimo de hortaliças, em Sumaré, ambas no interior de São Paulo.
O curso surgiu em 2011, com o objetivo de transferir tecnologias desenvolvidas pela Embrapa e parceiros para aumentar a eficiência do setor com reduções de perdas. A edição deste ano conta com 104 participantes, de quatro regiões do País, além do Chile.
Redação Portal ABRAS
Com informações da Embrapa Instrumentação
As enfermidades emergentes de suínos, as alternativas para alimentação de aves e suínos e a modernização no programa de inspeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) são os temas com participação da Embrapa Suínos e Aves a serem debatidos no Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs 2019), promovido pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que acontece entre terça (27) e quinta-feira (29), no Anhembi Parque, em São Paulo-SP.
As interações dos pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves começam na quarta-feira, dia 28. Às 9 horas, o pesquisador Dirceu Talamini faz a moderação do painel Demandas do consumidor atual, com a participação de Philip Wilkinson, da 2 Sisters Food Group da Inglaterra, e de Marcio Milan, superintendente da Associação Brasileira de Supermerdos (Abras). Também a partir das 9 horas, a pesquisadora e chefe-geral do centro de pesquisa em Concórdia-SC, Janice Zanella, fala sobre Senecavírus durante o painel Enfermidades emergentes de suínos, com a moderação de David Barcellos (UFRGS) e a participação de Marcelo Nunes de Almeida, da Iowa State University-EUA e Luis Barcos, da OIE da Argentina.
Na quinta-feira, dia 29, às 9 horas, o pesquisador Dirceu Talamini modera o painel Cereais de inverno, com a participação da também pesquisadora Teresinha Marisa Bertol, que aborda os desafios da pesquisa brasileira sobre o valor nutricional dos cereais de inverno para aves e suínos. O painel ainda terá a presença de Henk Enting, da Cargill da Holanda, Sandra Gehrke, da Seara, e de Paulo Pires, da Fecoagro. No mesmo dia, a partir das 9 horas, o pesquisador Luizinho Caron estará no painel sobre o programa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de inspeção de ante e post mortem com base de risco, com moderação de Andréa de Moura, da SFA-SP, e presença de Maria Carolina Hortêncio, do Dipoa/Mapa, e de Márcia Franke, do Mapa.
Estande móvel – Além da participação nos painéis do congresso do Siavs, pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves também apresentarão trabalhos na programação científica do evento. A Unidade estará ainda na área dos expositores da feira com uma novidade. Em vez de um espaço montado em um estande, o atendimento ao público será feito na van da Embrapa. O veículo foi repassado para a Embrapa em um convênio com a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e é utilizada em eventos e ações de transferência de tecnologia e de capacitação de públicos específicos.
Na van, serão repassadas informações sobre as áreas de meio ambiente (rotas tecnológicas para tratamento de efluentes da suinocultura, com foco no Sistrates e compostagem de dejetos); bem-estar em suinocultura e sanidade na suinocultura e na avicultura de postura comercial, com informações específicas sobre o controle de salmonela em ambas as atividades. Os visitantes ainda poderão conhecer o Projeto TEC-DAM, com as tecnologias já avaliadas pela Embrapa Suínos e Aves para o destino correto de carcaças de animais mortos na granja.
InovaAvi 2020 – Além disso, estarão disponíveis as primeiras informações sobre o InovaAvi, o primeiro desafio de ideias na avicultura, que acontece em maio de 2020 na Embrapa Suínos e Aves. A proposta é fomentar a inovação de impacto na avicultura e atrair pessoas inovadoras com ideias em qualquer estágio de maturidade, colaborando para que se tornem negócios e soluções para a cadeia produtiva. O InovaAvi é voltado para estudantes universitários ou profissionais independentes de diversas áreas de conhecimento, organizados em equipes e startups.
O evento – O Siavs é considerado o maior evento da avicultura e da suinocultura do Brasil. Durante os três dias da feira, são esperados mais de 15 mil visitantes, entre compradores, técnicos, pesquisadores, consultores, estudantes, lideranças políticas e setoriais de vários países.
Fonte: Ambiente Brasil
Entre os projetos a serem trabalhados pelo Comitê Agro da Associação gaúcha de Supermercados (Agas) está a rastreabilidade dos produtos. Segundo André Bordignon, gestor de projetos do Juntos para Competir, no Projeto Horticultura, é tratada a rastreabilidade, através de consultorias de adequação à legislação vigente (Instrução Normativa nº 02/2018).
Caso o produtor precise de um sistema rastreável com código de barras ou QR Code, deve procurar empresas terceirizadas parceiras do Programa de Rastreamento e Monitoramento de Alimentos (Rama), da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e da Agas.
Rastreabilidade define uma série de procedimentos que permite detectar a origem e acompanhar a movimentação de um item ao longo de toda a cadeia produtiva, com informações e documentos registrados. Ou seja, é uma forma de conhecer a história completa e o caminho percorrido pelo produto, desde o plantio até a chegada ao consumidor.
Os procedimentos foram criados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 7 de fevereiro de 2018, sendo obrigatórios em todo o País. Como principal objetivo da medida está o auxílio ao monitoramento e controle de resíduos de agrotóxicos.
Dessa forma, desde o plantio até chegarem ao consumidor, os vegetais secos serão monitorados, e todas as etapas de produção, comercialização, exportação e importação deverão ser rastreadas.
ATENÇÃO AOS PROCEDIMENTOS
O que o produtor precisa fazer para atender à legislação da rastreabilidade:
• Identificar o produto com rótulo/etiqueta (nome ou razão social; CPF, IE ou CNPJ, ou CGC/Mapa; endereço completo ou, quando localizado em zona rural, coordenada geográfica, ou CCIR; nome do produto; variedade ou cultivar; peso líquido ou unidade; data de embalagem; lote; não contém glúten);
• Ter as informações básicas sobre a história do produto, desde o plantio até a colheita. Ex.: caderno de campo (registros dos insumos utilizados com a data da aplicação etc.);
• Guardar a nota fiscal de venda do produto com informações de lote e variedade;
• Apresentar receituário agronômico emitido por profissional competente.
Fonte: Jornal do Comércio
As perdas dos supermercados brasileiros somaram R$ 6,7 bilhões em 2018, o que corresponde a 1,89% do faturamento bruto do setor*, de acordo com a 19ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados, realizada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da ABRAS.
Dentre as principais causas de perdas citadas pelos entrevistados estão: quebra operacional, 40%, furto externo, 20%, erro de inventário, 13%, e furto interno, 7%. As seções que lideram os índices de perdas (por faturamento bruto) são: FLV (frutas, legumes e verduras), 5,54%, Rotisserie/Comidas Prontas, 5,52%, Padaria e Confeitaria, 4,12%, e Peixaria, 4,04%.
Os itens que mais sofreram perdas em valor e quantidade no ano passado foram: refrigerantes, cervejas, cortes bovinos (exceto picanha), pilhas e baterias, chocolates em barra e tabletes, queijos, desodorantes, azeites e sabão em pó.
“As perdas e o desperdício estão entre os maiores desafios do setor supermercadista e, somente com o trabalho em conjunto com as redes é que poderemos buscar soluções mais eficazes para mudar esse quadro. A ABRAS atua com afinco, por meio do nosso Comitê de Prevenção de Perdas e Desperdícios de Alimentos para identificar os problemas em comum e desenvolver as melhores estratégias para evitar prejuízos. É muito importante entender que a prevenção não é gasto, e sim, investimento”, destaca o presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto.
Perecíveis e não perecíveis
Dentre os principais motivos citados pelos entrevistados sobre as perdas identificadas nos perecíveis estão: validade vencida, 36,92%, e impróprio para venda, 30,03%; e nos não perecíveis: validade vencida, 39,87%, e produtos avariados, 25,68%.
Prevenção
Do total de respondentes da pesquisa, 66% possui área de prevenção de perdas na empresa, ante 68% no ano anterior, um decréscimo de 0,2 ponto percentual em relação a 2017. Dentre os principais motivos citados pelos supermercadistas que não possuem a área de prevenção de perdas nas lojas estão o alto custo e a falta de retorno do investimento.
Na avaliação também foram identificados os recursos tecnológicos mais utilizados atualmente pelos empresários para prevenir as perdas nas lojas: CFTV (monitoramento por câmeras), coletor de dados para a realização de inventário e alarmes de acesso.
Em relação às principais atividades adotadas para a prevenção de perdas, citadas pelos supermercadistas, estão: definição das metas de perdas e controle de planos de ações, treinamento para colaboradores, e processos mais cuidadosos no recrutamento e seleção.
Respondentes
A 19ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados foi realizada com base nas informações de 236 redes supermercadistas participantes, que somam 3.532 lojas no país. Essas redes faturaram R$ 46,3 bilhões em 2018, o que representa 13% do faturamento total do setor supermercadista.
*Setor
O setor de supermercados registrou faturamento de R$ 355,7 bilhões em 2018, chegando a 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB). O setor encerrou o ano passado com 89,6 mil lojas e 1,853 milhão de funcionários diretos ante 1,822 milhão registrado em 2017, criando 30,7 mil novas vagas de empregos no País.
Fórum
Desde às 9h está acontecendo no Espaço Infínitto, em São Paulo, o 7° Fórum de Prevenção de Perdas e Desperdício de Alimentos da ABRAS. Já passaram pelo evento diversos especialistas do varejo para discutir o tema e apresentar cases e soluções para evitar prejuízos nos negócios. O Fórum acontece até às 17h, com discussão final sobre a 19ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados. A cobertura completa do Fórum estará na próxima edição de setembro da revista SuperHiper, publicação oficial do setor.
Clique aqui e veja a apresentação na íntegra
Redação Portal ABRAS
Um projeto recém-lançado em Santos vem mudando a forma como muitas pessoas encaram o consumo de orgânicos. Elas não vão mais a feiras e nem a supermercados à procura de verduras, legumes e frutas sem agrotóxicos e ainda conseguem preços mais acessíveis.
A possibilidade começou em março deste ano, quando o Grupo Livres passou a fazer a intermediação entre produtores de orgânicos e consumidores para criar uma rede de consumo consciente.
“Há alguns motivos por que essa iniciativa é necessária. Primeiro que o Brasil é um país que utiliza muito agrotóxico e as pessoas estão se alimentando de veneno. Depois vem a exploração do trabalho dos agricultores, que por falta de condições logísticas vendem os produtos para atravessadores, que revendem para as grandes redes, que acabam vendendo três, quatro vezes mais caro para o consumidor final”, explica Guilherme Prado, um dos responsáveis pelo Livres Baixada Santista.
O projeto funciona assim: a cada semana e quinzena os produtores enviam listas diferentes com os produtos disponíveis para venda. Os membros da comunidade, que hoje reúne 35 famílias, escolhem quais desejam consumir, com um valor mínimo de R$ 20.
Como a maioria dos agricultores participa da Feira de Orgânicos do Orquidário, que ocorre todos os sábados, a equipe do Livres vai até lá e retira os produtos escolhidos. Na sede, a equipe do projeto monta a cesta de cada consumidor, que pode optar por retirá-la no local ou recebê-la pelo delivery, com os ecobikers.
As listas, que somam quase 70 itens, também possuem produtos como arroz, feijão, geleia, mel, sucos, vinhos e café, todos orgânicos. O valor médio das compras semanais costuma ser de R$ 50 e a diferença de preços em comparação aos orgânicos das grandes redes de supermercados pode chegar a 30%.
“Os produtores conseguem uma política de preço diferenciada porque a comunidade garante a eles uma renda fixa, o que é muito importante. Na feira eles nunca sabem se vão vender muito ou pouco”, relaciona Lucas Mattos, outro responsável pelo Livres, que tem uma equipe de quase 15 pessoas.
O projeto trabalha com a Associação dos Produtores Orgânicos do Vale do Ribeira (Aovale); a Associação dos Produtores Orgânicos do Alto Tietê (Aproate); com o Movimento dos Sem Terra (MST), maior produtor de arroz orgânico da América Latina; e pequenos agricultores de café do sul de Minas.
Breno Almeida, associado da Aovale e produtor orgânico desde 2010, lamenta que as pessoas achem que produtos hortifruti devem ser baratos e não saibam quanto custa produzir alimentos.
“O maior problema do produtor é plantar toda uma safra, investir dinheiro e não conseguir vender. Os grandes, que trabalham em escala de produção, têm um custo unitário barato e ainda conseguem vender se perderem parte da safra. Já o pequeno, se plantar cem pés de alface e perder 25 por causa do clima, já são 25% de prejuízo. Com o Livres, sabemos que vamos plantar uma quantidade que está vendida, então não há prejuízo”, afirma.
Antes de se tornarem membros efetivos do projeto, os interessados ingressam numa pré-comunidade para testar essa forma de consumo programado. Neste mês será lançada a segunda comunidade fixa, que espera atender mais 35 famílias.
“Pedimos um compromisso moral de seis meses de permanência para que os produtores tenham uma segurança. É importante ter essa consciência”, antecipa Lucas.
A jornalista Beth Soares conheceu o Livres por uma amiga. Para ela, essa forma de consumo envolve muito mais do que não se alimentar de veneno. “Há o respeito à sazonalidade dos alimentos. Não tem exploração da terra porque o plantio é programado e nem produtor e consumidor são desrespeitados. O sabor é sempre mais acentuado, dando uma a sensação de que estamos comendo algo vivo”, conta.
Para aumentar cada vez mais a variedade de produtos oferecidos, o grupo mapeia a preferência dos membros da comunidade a fim de descobrir o que consumiriam no mercado orgânico. Com as respostas, os produtores ganham motivação para variar a base produtiva e as pessoas ampliam os alimentos que consomem, sabendo que o que colocam em suas mesas envolve um processo muito mais complexo do que ir ao supermercado e escolher o que se quer comer.
Fonte: Diário do Litoral
Pelo quarto ano consecutivo, o Carrefour recebeu da Associação Brasileira de Supermercados o Prêmio Rama na categoria Varejo, durante a apresentação do balanço anual do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama). Signatário desde outubro de 2014, o Carrefour recebeu o reconhecimento pelo amplo monitoramento de fornecedores e pela transparência adotada na comunicação da iniciativa aos seus clientes.
Em 2018, o Carrefour rastreou 100% dos itens da sua marca própria, que inclui também os produtos que recebem o selo Sabor & Qualidade. Em relação aos demais produtos comercializados pela rede, que não incluem a marca Carrefour, a adesão dos fornecedores chegou a 84%. Porém, ao considerar todo o quadro de fornecedores da rede, 95% aderiram ao programa.
Desenvolvido pela Abras em 2011, em parceria com a empresa Paripassu, o programa Rama promove o rastreamento e monitoramento de defensivos agrícolas em frutas, legumes e verduras, garantindo que a aplicação dos mesmos não esteja acima do nível permitido por lei. Com 56 redes varejistas participantes e 745 fornecedores, o programa possui dois pilares de atuação: rastreabilidade de todos os fornecedores cadastrados pelas empresas participantes e o monitoramento do nível de agrotóxico nos produtos.
No ano passado, de acordo com a Abras, foram analisadas 612 amostras de 92 produtos e o índice geral de conformidade do programa atingiu 82% Os resultados são obtidos por meio de análises técnicas da quantidade de resíduos em amostras coletadas e os dados são disponibilizados por meio de um portal para que produtores/fornecedores e supermercadistas monitorem os produtos continuamente. Além disso, o consumidor pode rastrear os alimentos por meio do QR Code presente nas embalagens ou mesmo do portal do Rama.
Desde que passou a integrar o programa, a área de Segurança Alimentar do Carrefour coletou amostras de diversos fornecedores pelo país. Atualmente, todos aqueles que integram a marca própria da rede ou que recebem o selo Sabor & Qualidade já seguem as diretrizes do Rama. A adesão ao programa e demais práticas da companhia estão alinhadas ao plano Carrefour 2022, divulgado em janeiro de 2018 pelo Grupo Carrefour, que tem como uma de suas principais ambições para os próximos cinco anos ampliar a oferta de alimentos de qualidade, confiáveis, acessíveis e a um preço justo.
“Cada vez mais as pessoas desejam consumir de forma mais saudável e mais sustentável, tanto para o bem de sua saúde, como para a preservação do planeta. Para atender essa crescente demanda por informações e padrões de qualidade impecáveis sobre os produtos, o Grupo Carrefour vai liderar esse movimento global, permitindo que os nossos clientes consumam melhor todos os dias”, destaca Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade do Carrefour Brasil. “Diante desse objetivo, a adesão ao Rama possibilitou, há alguns anos, fortalecer ainda mais os processos de controle e rastreabilidade no Carrefour, a partir do estímulo e capacitação dos nossos fornecedores sobre as melhores práticas de produção”, destaca o executivo.
Além do Rama, o Carrefour conta com outras ações de controle de qualidade dos alimentos que comercializa. O programa Sabor & Qualidade, implantado no Brasil há 16 anos, atesta o compromisso da companhia em acompanhar e oferecer a possibilidade do cliente saber a trajetória do alimento desde a sua produção. Além disso, todos os itens da marca Carrefour passam por rígidos padrões de segurança alimentar, testes laboratoriais e auditoria social, o que garante a alta qualidade e procedência dos produtos.
Fonte: Falando de Varejo
Medida torna mais clara a classificação toxicológica, com o estabelecimento de categorias e faixas de cores que vão facilitar a comunicação do perigo dos produtos.
A Diretoria Colegiada (Dicol) da Anvisa aprovou, nesta terça-feira (23/7), o novo marco regulatório para agrotóxicos, medida que atualiza e torna mais claros os critérios de avaliação e de classificação toxicológica dos produtos no Brasil. Também estabelece mudanças importantes na rotulagem, com a adoção do uso de informações, palavras de alerta e imagens (pictogramas) que facilitam a identificação de perigos à vida e à saúde humana.
As mudanças foram propostas com base nos padrões do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals – GHS), consolidando a convergência regulatória internacional nessa área. Com isso, o Brasil passará a ter regras harmonizadas com as de países da União Europeia e da Ásia, entre outros, fortalecendo a comercialização de produtos nacionais no exterior.
O novo marco regulatório é composto por três Resoluções da Diretoria Colegiada (RDCs) e uma Instrução Normativa (IN). Antes da avaliação na Dicol, as propostas foram submetidas à Consultas Públicas (CPs) em 2018. As regras passarão a valer a partir da data de publicação no Diário Oficial da União (D.O.U) e as empresas terão um ano para se adaptar às normas.
O diretor Renato Porto destaca que a revisão do marco regulatório dos agrotóxicos envolveu a realização de várias consultas públicas e que o tema é uma antiga prioridade para a Anvisa. Para ele, um dos pontos importantes a ser ressaltado é a necessidade da clareza das informações colocadas nos rótulos.
“A rotulagem é o que publiciza a avaliação do risco dos produtos. Por isso, a sociedade precisa conhecer o rótulo”, afirma o diretor. Para Porto, dessa forma será possível comunicar melhor os perigos ao agricultor, que é um público vulnerável às substâncias, pois é quem trabalha com os produtos e os manipula.
“A partir do momento que a Anvisa permite que um agrotóxico vá para o mercado, eu preciso que o agricultor utilize esse produto conforme as instruções e que ele observe os níveis de risco. Por isso, um dos avanços grandes que temos é trazer o agricultor para o controle e fiscalização desses produtos”, disse o diretor.
A relatora da proposta, a diretora Alessandra Bastos, também valorizou o fato de as novas regras trazerem benefícios para quem manipula os agrotóxicos. “É importante tornar mais clara essa comunicação para que a utilização desses produtos seja feita de mais criteriosa e mais cuidadosa”, disse a diretora.
Confira aqui apresentação da área técnica sobre o tema.
Mudanças nos alertas
As novas regras trarão mais segurança para o mercado consumidor porque facilitam a identificação do perigo de uso. Para isso, foram ampliadas de quatro para cinco as categorias da classificação toxicológica, além da inclusão do item “não classificado”, válido para produtos de baixíssimo potencial de dano, por exemplo, os produtos de origem biológica. Uma cartela de cores ajudará ainda mais na identificação dos riscos.
Por isso, a classificação em função da toxicidade aguda deverá ser determinada e identificada com os respectivos nomes das categorias e cores no rótulo dos produtos, de acordo com o estabelecido abaixo:
Categoria 1: Produto Extremamente Tóxico – faixa vermelha.
Categoria 2: Produto Altamente Tóxico – faixa vermelha.
Categoria 3: Produto Moderadamente Tóxico – faixa amarela.
Categoria 4: Produto Pouco Tóxico – faixa azul.
Categoria 5: Produto Improvável de Causar Dano Agudo – faixa azul.
Não Classificado – Produto Não Classificado – faixa verde
A classificação toxicológica de um produto poderá ser determinada com base nos seus componentes, nas suas impurezas ou em outros produtos similares. Para cada categoria, haverá a indicação de danos em caso de contato com a boca (oral), pele (dérmico) e nariz (inalatória). Confira no exemplo abaixo:
Classes Toxicológicas do GHS
Além do quadro com as classes toxicológicas, está previsto o uso de outras imagens (pictogramas) do GHS para utilização em rótulos e bulas de agrotóxicos.
Ampla discussão
As propostas aprovadas pela Dicol foram amplamente discutidas e passaram por consultas públicas em 2018 – CPs 483, 484, 485 e 486. Antes disso, diversas iniciativas da Anvisa trataram desse tema, com a realização de consultas em 2011, 2015 e 2016, além de uma audiência pública. O resultado desse trabalho foi consolidado, entre 2018 e 2019, em três propostas de RDCs e uma Instrução Normativa.
A primeira RDC trata das informações toxicológicas para rótulos e bulas de agrotóxicos, afins e preservativos de madeira. A segunda é focada nos critérios para avaliação, classificação, priorização da análise e comparação da ação toxicológica. A terceira RDC dispõe sobre os critérios para avaliação do risco dietético decorrente da exposição humana a resíduos de agrotóxicos. Por último, há uma IN que estabelece e dá publicidade à lista de componentes não autorizados para uso em agrotóxicos.
As regras também preveem o uso de métodos alternativos à experimentação animal, com a remoção de exigências redundantes de testes em animais consideradas cientificamente desnecessárias para a tomada de decisão regulatória, entre outras medidas.
GHS
A Anvisa esclarece que o GHS define a classificação para fins de rotulagem do produto de acordo com o desfecho de morte, analisado nos estudos toxicológicos agudos. A proposta é seguir esse sistema de classificação harmonizado globalmente e estabelecer critérios científicos para comparar a toxicidade (ação tóxica) entre os produtos com base na mortalidade.
O GHS foi lançado em 1992, durante a Eco-92, realizada no Brasil, e a harmonização da classificação e rotulagem de produtos químicos é uma das seis áreas programáticas endossadas pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para fortalecer os esforços internacionais relativos à gestão ambientalmente segura de produtos químicos.
De acordo com dados de 2017 do Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo (Stockholm Environment Institute – SEI), atualmente 53 países adotam os padrões do GHS e 12 têm sua implementação parcial, como é o caso do Brasil, Austrália e México. No caso brasileiro, regras do GHS já são aplicadas ao uso de produtos químicos e a normas de segurança do Ministério do Trabalho.
Registro e reclassificação
É importante ressaltar que os processos que envolvem o registro e o monitoramento de agrotóxicos no Brasil são realizados de forma tripartite. A Anvisa avalia questões relacionadas à saúde humana; o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) cuida das questões agronômicas e é responsável pelo registro dos produtos de uso agrícola; e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é responsável pelas questões ambientais.
Com a publicação do novo marco regulatório, a Anvisa fará a reclassificação dos agrotóxicos que já estão no mercado. Para isso, o órgão já publicou um edital de requerimento de informações, que deve ser respondido pelos detentores de registro. Dos 2.300 agrotóxicos registrados no Brasil, a Anvisa já recebeu dados para reclassificação de 1.981 produtos.
Por: Ascom/Anvisa
Fonte: Portal ANVISA – 24/07/2019
Objetivo de monitoramento e controle é dar segurança à sociedade quanto ao consumo de vegetais frescos e responsabilizar quem fizer uso incorreto de defensivos
O Ministério da Agricultura e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vão monitorar e controlar resíduos de defensivos agrícolas em vegetais frescos e frutas a partir de 1º de agosto, procedimento denominado rastreabilidade.
O objetivo é identificar os produtores e saber como foram cultivados os alimentos. Com isso, será possível dar segurança à sociedade quanto ao consumo de vegetais frescos e responsabilizar quem fizer uso incorreto de defensivos.
O controle está previsto em Instrução Normativa e vai valer para os citrus (laranja, limão, lima-da-pérsia, entre outros), maçã, uva, batata, alface, repolho, tomate e pepino, cenoura, batata doce, beterraba, cebola, alho, couve, agrião, almeirão, brócolis, chicória, couve-flor, pimentão, abóbora e abobrinha, melão, morango, coco, goiaba, caqui, mamão, banana e manga.
De acordo com a IN, os produtos verificados devem estar identificados com: nome; variedade ou cultivar; quantidade do produto recebido; identificação do lote e data de recebimento do produto. O fornecedor terá que informar seu nome ou a razão social (CPF, Inscrição Estadual ou CNPJ ou CGC/Mapa); endereço completo, ou quando localizado em zona rural a coordenada geográfica ou Certificado de Cadastro de Imóvel Rural Regularização de Territórios (CCIR).
Eles ainda deverão manter arquivados os registros dos insumos agrícolas utilizados na produção e no tratamento fitossanitário (eliminação de pragas), além da data de sua utilização, recomendação técnica ou receituário agronômico e a identificação do lote do insumo. Dessa forma, por meio das fiscalizações, será possível identificar, inclusive, os defensivos agrícolas usados na produção.
Estratégias
Para mostrar a importância deste monitoramento a Coordenação Geral de Qualidade Vegetal do Mapa (CGQV) promove reuniões com os permissionários das centrais de abastecimento (Ceagesp) e com os serviços de vigilâncias sanitárias da região metropolitana de São Paulo, para discutir as estratégias de fiscalização no comércio varejista, pois houve acordo para que no varejo as fiscalizações fossem realizadas pela vigilância sanitária.
Segundo o coordenador da CGQV, Hugo Caruso, é importante que todos os que trabalham com estes alimentos cumpram a norma, pois ela trará muitos benefícios, não apenas ao consumidor, mas também aos agricultores, pois estimulará a produção com uso mais racional de defensivos agrícolas.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
O superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Márcio Milan, falou da importância da produção de alimentos com segurança em palestra, nesta quinta-feira (27), no Painel Embrapa de Inovação & Negócios 2019 – Hortaliças & Sustentabilidade, realizado no auditório da Hortitec, em Holambra, interior paulista.
Milan, que também é coordenador do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA), lançado pela ABRAS em 2012, destacou os principais pilares de trabalho da entidade nacional na conscientização da cadeia sobre a necessidade das boas práticas na produção de alimentos: educação, comunicação, e transparência.
O Painel Embrapa de Inovação & Negócios 2019 – Hortaliças & Sustentabilidade reuniu representantes de diversas entidades de classe, instituições e empresas para debater a situação atual e as tendências de mercado, e também as novas tecnologias geradas pela Embrapa.
Redação Portal ABRAS
Por Giseli Cabrini e Adriana Silvestrini, do Rio de Janeiro
Alinhar os novos anseios dos brasileiros ao dia a dia da atividade varejista é a grande inspiração da 53ª edição da Convenção Abras que tem como tema “O consumidor transformando o varejo”. Trata-se de uma mudança que prevê o envolvimento de todos os agentes da cadeia de abastecimento a fim de produzir e ofertar alimentos de qualidade e seguros, além de reduzir o desperdício e as perdas de todo o processo do campo à mesa. Essa, a propósito, foi a tônica do Balanço Rama, que abriu a programação da Convenção.
“O objetivo desse painel de abertura é debater temas essenciais para o setor supermercadista voltados à rastreabilidade, segurança do alimento e boas práticas agrícolas com foco nos 28 milhões de consumidores que entram em nossas lojas todos os dias. É uma oportunidade única para compartilhar experiências e colaborar para a evolução contínua do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama)”, disse o presidente da Abras, João Sanzovo Neto.
Alinhado aos três pilares da Abras – comunicação, educação e transparência -, o Rama envolve todos os elos da cadeia de abastecimento: fabricantes de insumos químicos, fornecedores de FLVs, distribuidores, supermercados e órgãos reguladores.
“A produção e a oferta de alimentos seguros são de nossa responsabilidade. Daí a importância de dialogar, educar e compartilhar dificuldades e soluções com transparência”, afirmou o superintendente da Abras e coordenador do Rama, Marcio Milan.
O diretor comercial da Paripassu, gestora técnica do programa, Giampaolo Buso, falou sobre a evolução do programa. “Em 2018, fizemos 768 visitas, 948 treinamentos, 4 mil atendimentos e rastreamos mais de 1,4 milhão de tonelada de alimentos, o que representa crescimento de 6%. No total, alcançamos 56 varejistas localizados nas cinco regiões do País. Pensando na dimensão do agronegócio, esses números podem parecer tímidos, mas são muito expressivos quando observados os quatro pilares do Rama: monitoramento dos resíduos, rastreabilidade, cobertura coletiva e política de correção.”
Para o especialista em agronegócio, José Luiz Tejon, o varejo, em particular o setor supermercadista, tem sido protagonista nesse processo de transformação da cadeia de abastecimento para oferecer um produto com mais qualidade e mais seguro para o consumidor, além de atuar também para reduzir o desperdício.
A Anvisa também esteve presente nos debates. O especialista em Regulação e Vigilância Sanitária e gerente geral de Toxicologia da Anvisa, Carlos Alexandre Oliveira Gomes, destacou o papel da agência no sentido de atuar em conjunto com os agentes da cadeia de abastecimento e não para criar entraves. “O varejo e o atacado são dois elos da cadeia essenciais para a transformação do segmento de FLVs no sentido de estabelecer padrões mínimos a serem adotados pelos seus fornecedores. E nós, da Anvisa, queremos atuar no sentido de auxiliar esse processo.”
Oportunidades para desenvolver o setor FLV
Boas práticas endossam boas teorias. É o que tem feito muitos empresários em busca da melhoria contínua para a cadeia de abastecimento e que foi compartilhado durante o Balanço Rama.
Sob a mediação de José Luiz Tejon, diversos profissionais dividiram suas experiências desenvolvidas no setor de FLV, a começar por Carlos Fava, da Frutas Fava, cujo negócio foi premiado em fevereiro deste ano, em evento na Alemanha.
Fava contou que, em função da perda alta de banana, foi em busca de uma nova tecnologia para melhorar o processo de maturação da fruta. Ele foi a Holanda e Alemanha para achar um sistema sustentável para evitar as perdas da fruta. “Não encontrei o sistema pronto, mas achei os equipamentos que podiam agregar ao meu sistema. Junto com engenheiros e técnicos no Brasil, desenvolvemos uma câmara de atmosfera controlada para amadurecimento da banana. Com esse sistema, o processo melhorou bem”, comenta Fava.
De acordo com Fava, o equipamento sustentável permitiu a economia de 20% a 25% de energia, além de controlar todos os gases da fruta. Com isso, o empresário pode constatar que a fruta dura mais tempo na gôndola e as perdas diminuem. Fava lançou o sistema há três anos e já está tendo retorno do investimento. Hoje, a Frutas Fava exporta a “tecnologia da banana” para os alemães, que querem criar um equipamento semelhante.
Na sequência, a palavra foi dada para Lucas Rona, gerente de marketing da Arysta, que abordou sobre o novo conceito OpenAg, adotado pela empresa e que tem a proposta de criar uma rede aberta de agricultura sem limites e sem fronteiras. “Neste tema de saúde vegetal, a gente quer agregar valor ao sistema de produção, trazendo um alimento mais seguro, respeitando todos os quesitos sociais, ambientais e que seja um alimento saudável e acessível ao consumidor”, explica Rona.
As discussões nesta etapa não pararam por aí. Lideranças de empresas expressivas no mercado de FLV, como Benafrutti, Trebeschi Tomates, Vegetais Saudáveis, Rio Bonito, Bayer e Abanorte, também compartilharam importante referências com os supermercadistas.
Em resumo, muitas foram as pautas debatidas no Balanço Rama e a cobertura completa deste painel será publicada na edição de maio da Revista SuperHiper.
Redação Portal ABRAS
O superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Marcio Milan, palestrou ontem (7/2) na Fruit Logistica 2019, em Berlim, na Alemanha, um dos maiores eventos de vegetais frescos do mundo. Na oportunidade, o superintendente falou do Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA) da ABRAS, destacando a importância das boas práticas agrícolas no setor produtivo e na segurança da comercialização de frutas, legumes e verduras (FLV) para o consumidor.
Na palestra, promovida pela Bayer, Milan falou também das experiências, dos desafios e das oportunidades do Brasil, produtor de 44 milhões de toneladas de frutas por ano e do setor supermercadista, responsável pela comercialização de 60% de FLV no país.
“É muito importante essa oportunidade de falar do RAMA no exterior, um programa de adesão voluntária adotado pelos supermercados, que hoje conta com 57 redes de varejo, 32 mil produtores agrícolas participantes, e que conseguiu rastrear 6,5 milhões de toneladas de FLV desde a implantação em 2012. Um trabalho que nos orgulha bastante, e que é resultado de muita persistência, diálogo e parcerias”, declara Milan.
O superintendente ressalta ainda o reconhecimento do governo federal e dos órgãos reguladores ao RAMA. “Foi preciso muita dedicação e empenho de todos para atingir a maturidade que temos hoje de ser reconhecido por atender aos requisitos da legislação brasileira (Instrução Normativa Conjunta Anvisa /MAPA nº 2 que entrou em vigor em agosto de 2018) para monitorar os índices de defensivos agrícolas presentes nos FLVs comercializados nos supermercados”, finaliza.
A Fruit Logistica, uma das principais feiras do setor, reúne os principais produtores e empresários de vegetais frescos do mundo, e é realizada até esta sexta-feira (8), na capital alemã.
Redação Portal ABRAS
Marcio Milan, 69 anos, trabalhou por 44 anos no grupo Pão de Açúcar. Há dois anos, ele deixou a empresa e hoje é o superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Milan é o responsável por alinhar e coordenar as políticas de um setor que movimentou R$ 358 bilhões no ano passado, em 89 mil pontos de vendas. No Brasil, 27 milhões de consumidores entram nos supermercados todos os dias. “O supermercado é a caixa registradora do agronegócio”, diz. Nos próximos 12 anos, diz ele, o setor passará por uma transformação em busca de transparência. “Todos os elos da cadeia de alimentos precisarão dar um passo pra frente e outro pra trás.” Na entrevista a seguir, Milan fala de certificação, rastreabilidade e rotulagem de produtos, etapas necessárias para que o setor de alimentos se aproxime de seu principal alvo: o consumidor que busca por um estilo de vida cada vez mais saudável.
DINHEIRO RURAL – Por que a rastreabilidade de produtos perecíveis no varejo, como são as frutas verduras e legumes, é difícil de ser implantada, como mostra a história da Instrução Normativa Conjunta nº 2 (INC 2) do Mapa, Anvisa e Abras?
MARCIO MILAN – Os supermercados começaram a discutir esse tema em 2006. Por não ter uma legislação específica, a gente acreditava que a criação de normas poderia fazer um grande diferencial para o produtor, para mostrar as suas boas práticas, e para o consumidor interessado em produtos de qualidade. Então, depois de 12 anos temos essa instrução normativa idealizada pelo Mapa e Anvisa. E se é coincidência, ou não, estamos discutindo 2030, que é daqui a 12 anos também.
RURAL – A Abras tem o Programa de Rastreamento e Monitoramento de Alimentos, o Rama. Não é mais do mesmo?
MILAN – É bom partir do fato de que o supermercado é a caixa registradora do agronegócio. O Brasil vende 1,6 bilhão de toneladas de frutas, verduras e legumes nos supermercados, por ano. Hoje, 25% desse comércio é rastreado pelo Rama. Mas o programa, que começou a funcionar em 2008, é voluntário e colaborativo, onde todas as análises de resíduos são realizadas em laboratórios oficiais e colocadas em uma plataforma online. A certificadora Paripassu monitora as informações, recolhe produtos nos mercados e, caso haja alguma inconformidade na análises, é possível chegar ao produtor. Nesse caso, em 30 dias, é realizada outra análise em um ponto diferente de venda. O foco do programa é do mercado para o produtor. Mas o consumidor sabe o que ocorre através de um QR Code na embalagem. Basta ele aproximar o alimento de um leitor para saber quem produziu, como produziu e qual canal de distribuição foi utilizado.
RURAL – Qual o princípio que rege a INC 2?
MILAN – O programa reúne o governo com a iniciativa privada para monitorar a cadeia de frutas, verduras e legumes. Na cadeia produtiva, a INC 2 exige sempre uma posição do elo anterior. O produtor precisa mostrar como ele está produzindo. Na gôndola do supermercado, o varejo precisará mostrar para a fiscalização e os órgãos regulatórios qual a origem dos produtos.
RURAL – O que mais distancia o produtor do consumidor?
MILAN – No caso das frutas, verduras e legumes, a maior parte dos produtos sempre foi vendida a granel, em vascas. Quem é o dono do tomate, da laranja e assim por diante? Isso, aliado ao processo mais antigo que são as feiras. O consumidor não está habituado a conhecer a origem dos produtos. Indo para outro tipo, como as carnes bovina ou suína, por exemplo, elas eram vendidas sem marca e apenas nos açougues. Com a entrada do autosserviço ficou até um pouco mais difícil para o consumidor, porque ele perdeu o contato com o açougueiro, embora o processo tenha ganhado em produtividade.
RURAL – Vale também para os produtos processados e ultraprocessados?
MILAN – No caso de um produto industrializado, por exemplo biscoito, massa, feijão, óleo de soja, o consumidor consegue identificar seus atributos e diferenciais através da comunicação da empresa. É muito mais eficiente. Porque isso está na propaganda, na própria embalagem do produto industrializado. Teoricamente, nesse caso, o produtor deixou de ser relevante.
RURAL – A INC 2 atende a segurança necessária aos processos de rastreabilidade?
MILAN – A INC 2 trouxe todos para o jogo e ficou igual para todo mundo. Ela também está provocando uma discussão no setor produtivo, entre os elos da cadeia. Toda vez que se debruça sobre um tema, a discussão traz evolução. Hoje, com certeza, estamos subindo a régua. Mas há dois momentos. No atual, a instrução não exige tanta tecnologia e acho que o sistema pode ficar um pouco vulnerável. Mas, ao longo do tempo, a tecnologia vai oferecer essa segurança para o consumidor. Agora, de imediato, podemos afirmar que os processos estão muito claros. O produtor tem de usar o caderno de campo, onde deve anotar quando fez o plantio de um alimento, quais os defensivos utilizados em uma cultura, o processo de colheita, de embalamento e a expedição do produto para o elo seguinte, que pode ser um supermercado, um distribuidor ou uma Ceasa, que são as centrais de distribuição. E essa documentação deve ficar à disposição da fiscalização por seis meses, que é o tempo normal do ciclo desse tipo de cultura.
RURAL – O conjunto dos produtores está preparado para entrar nesse jogo?
MILAN – Nós sentamos com a Anvisa, o Mapa, a indústria de defensivos, o Ceagesp, que é o maior distribuidor de alimentos do País, e os produtores. Chamamos 100 produtores de folhagens, legumes e frutas, e suas associações. Foi uma grande discussão, onde todos puderam colocar as suas dificuldades, tirar dúvidas e procurar um alinhamento de como cumprir a INC 2. É um avanço histórico. O setor nunca sentou à mesa porque sempre existiu o receio do regulatório. Também passamos a listar os defensivos utilizados nos cultivos, por exemplo, para cenoura, beterraba. A pergunta era: será que um defensivo usado para cenoura pode ser usado também para beterraba? Em setembro foi criado um grupo de estudo para uniformizar a lista de quais defensivos estão sendo utilizados para determinadas cultura e aí pedir a sua extensão. Estamos trabalhando em três pilares: comunicação, educação e transparência. O supermercado tem de garantir um alimento seguro para o seu consumidor.
RURAL – Para as grandes empresas e grande produtores parece fácil, mas como ficam os pequenos e os médios?
MILAN – Pequenos, médios e grandes produtores e supermercados estão nessa mesa para acertar o passo. O que manda é o poder de negociação. Os grandes podem exigir mais, porque têm o domínio do negócio, mas também há dificuldades. Como comprar, por exemplo, 800 carretas de batata? O pequeno, no caso do supermercado, já não tem essa força, mas há outras oportunidades, como comprar quantidades menores de produtores que estão muito mais próximos. O fato
é que o processo está fazendo o seguinte: não importa ser grande ou pequeno, os dois elos terão que andar juntos para atender ao consumidor.
RURAL – Mas o pequeno produtor sempre reclamou de ser refém do varejo, sem poder de negociação.
MILAN – A saída é o fortalecimento das cooperativas. Esse é o tom do futuro. O produtor precisa estar ligado a uma associação, ou a uma entidade, e ter alguém para defendê-lo. Isso vale para o supermercado menor também. Grandes grupos, como Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart têm estruturas para comprar diretamente do produtor, além de seus entrepostos. Já nas pequenas redes e nas médias é diferente. Hoje, o que ocorre é a junção dos menores em centrais de negócios. E as médias estão se estruturando para chegar próximo do modelo dos grandes grupos. Eles começaram, também, a ter centrais de distribuição e agora passaram a estruturar um setor específico para frutas, verduras e legumes.
RURAL – O que vai acontecer nos próximos 12 anos, até 2030?
MILAN – Haverá uma aproximação no setor. Todos os elos da cadeia terão que dar um passo à frente e outro para trás. Do consumidor, o passo para trás é saber o que está consumindo. O passo à frente é a busca por uma vida mais saudável e longeva. No comércio, o passo para trás é saber a origem do produto. O passo à frente é informar o consumidor. E para o produtor, o passo atrás é revisitar os processos de cultivo e garantir alimentos saudáveis. O passo à frente é monitorar o que o ponto de venda ou distribuidor faz com a sua produção. Outra grande mudança será no e-commerce, o comércio virtual de frutas, verduras e legumes, porque está vindo uma geração que não gosta de frequentar supermercado. Há lojas de periferia de grandes cidades que estão entrando no e-commerce e os produtos mais vendidos são os perecíveis, justamente atendendo a esse público.
RURAL – O Brasil está muito distante do que faz o grande varejo americano?
MILAN – Os Estados Unidos têm uma maneira de apresentação diferente da brasileira. Eles tratam melhor o produto. Por exemplo, nascem cenouras de tudo quanto é jeito, não há uma fôrma. Mas, com segregação, elas se tornam uniformes e isso agrega valor. Nós não temos a mesma estrutura e logística para esse processo.
RURAL – Qual a posição da Abras sobre a rotulagem de alimentos?
MILAN – Defendemos que a informação nos rótulos seja por cores. É a forma mais correta de comunicar ao consumidor, sem os extremismos dos triângulos pretos. No farol de cores a informação é clara e direta, mesmo porque a maior preocupação da sociedade está no nível de sódio, gordura e açúcar.
RURAL – Os produtos processados tendem a perder espaço?
MILAN – Há radicalismos em dizer que os produtos processados não são bons. A nova rotulagem de alimentos, que está sendo discutida no País, pode ajudar. Existe uma preocupação com a saúde e ela está aí. Mas nem tudo que é natural é saudável, porque isso também depende do processo produtivo. A preocupação deve vir da origem, do tomate que foi para dentro de uma lata, como ele foi cultivado e quais defensivos usados, por exemplo. A informação deve fluir na cadeia de alimentos e a comunicação é o único jeito de resolver isso.
Fonte: Dinheiro Rural
O Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 1104/18 susta novas regras de rastreabilidade de vegetais frescos destinados ao consumo humano. A proposta quer suspender a instrução normativa publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A proposta, do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), prevê que até fevereiro de 2020, todas as frutas, hortaliças e ervas aromáticas destinadas ao consumo humano deverão estar aptos a serem rastreados ao longo de toda a cadeia produtiva – ou seja, da produção à venda ao consumidor final, passando pela distribuição e estocagem.
Segundo o ministério, a norma busca monitorar e controlar resíduos de agrotóxicos nos vegetais.
Para Goergen, a norma deixou de considerar aspectos importantíssimos da agricultura brasileira. “As obrigatoriedades instituídas trazem deveres para produtores que, em muitos casos, sequer sabem ler, quanto menos organizar um sistema que atenda as diretrizes impostas.”
Entre as exigências da norma, Goergen criticou a necessidade de se possuir computadores, impressora de etiquetas, software, smartphones para leitura de QR Code. “Uma atividade que já encontra as habituais dificuldades, onde o produtor mais sobrevive do que vive, terá que somar aos seus custos operacionais mais estas despesas”, criticou o deputado.
Goergen também reclamou que a norma considera que todos os produtores estão perto de grandes centros consumidores e tenham internet e telefone.
Tramitação
A proposta será analisada pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, o texto segue para o Plenário.
Íntegra da proposta:
PDC-1104/2018
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Marcia Becker
Fonte: Agência Câmara Notícias – 23/01/2019.
Se virar lei, um projeto aprovado nesta quarta-feira (12) pode obrigar supermercados, atacadistas e estabelecimentos varejistas a dedicarem um espaço exclusivo para a exposição de produtos provenientes da agricultura familiar em Minas Gerais.
Trata-se do Projeto de Lei (PL) 3.854/16, de autoria do deputado Gil Pereira (PP), que foi aprovado em segundo turno no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), restando, agora, ser encaminhado para a sanção ou veto do governador.
A proposição, no entanto, foi aprovada com um substitutivo que estabelece que a futura lei somente terá efeito se o Estado implementar um programa de certificação de produtos agropecuários provenientes da agricultura familiar.
Segundo o texto aprovado, os estabelecimentos comerciais terão o prazo de 90 dias para se adaptarem à norma. Se a regra for descumprida, os comércios sofrerão sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor.
Outro projeto
Ainda nesta quarta, outro PL que visa incentivar a agricultura familiar no Estado também foi aprovado na ALMG. De autoria do deputado André Quintão (PT), o projeto 918/15 altera a Lei 15.075, de 2004, que dispõe sobre a política estadual de apoio ao cooperativismo. A proposição acrescenta um inciso para garantir que o Poder Público deve “criar mecanismos específicos para estimular o cooperativismo na agricultura familiar”.
A mesma proposição prevê também alterações na forma como as indicações na Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg) acontecem e na composição do Conselho Estadual do Cooperativismo (Cecoop).
Fonte: Hoje em Dia
Nova tangerina híbrida, a IAC 2019Maria está passando por processos legislativos. Com a previsão de que suas mudas sejam comercializadas até o fim deste ano. O fruto irá gerar mais renda ao produtor, pois ele não necessitará de defensivos agrícolas para proteger sua plantação do ataque de fungo que causa a mancha marrom de alternária (MMA). A colheita deverá ser mais precoce do que a variedade Murcott e se adapta a todos os tipos de solos paulistas. Maria foi criada no Centro de Citricultura Sylvio Moreira, em Cordeirópolis, pertencente ao Instituto Agronômico (IAC) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
“Ela está em processo de registro, sendo que alguns já foram conseguidos junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Entretanto, ainda faltam os cadastros junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), necessário para a comercialização do material para a formação das mudas. Até o fim de 2018, terminaremos os processos e então as borbulhas da tangerina IAC 2019Maria poderão ser comercializadas”, afirmou Mariângela Cristofani-Yaly, responsável pelo estudo.
A pesquisadora, ao longo do tempo, fez diversos experimentos até chegar à criação da cultivar IAC 2019Maria. “Venho trabalhando com isto há mais de 20 anos, não só na obtenção da tangerina Maria, mas em diversos outros cruzamentos, com o objetivo de criar novas opções de cultivares para o citricultor”, contou Mariângela.
Segundo ela, o híbrido é resistente à MMA, causada por um fungo que atinge as principais variedades de tangerina. “A Maria é resistente à MMA, não precisa de defensivos agrícolas, o que faz com que o produtor economize em sua produção e beneficie o meio ambiente.”
O fruto pode ficar maior caso o produtor faça o raleio no processo de desenvolvimento da tangerina. Se retirar os frutos pequenos, os que sobram ficam maiores. Ela é uma variedade mais precoce, com frutos mais fáceis de descascar e, de forma geral, se adapta a todas as regiões do Estado de São Paulo.
“A Maria tem condições de ser exportada desde que haja interesse dos produtores. Entretanto, o mercado europeu, entre outros, prefere os frutos sem sementes e, apesar de a Maria ter menos sementes do que a Murcott, estamos trabalhando no melhoramento do fruto para que não tenha sementes”, explicou a pesquisadora sobre a possibilidade de fomentar a exportação da nova tangerina.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo